Aplicações clínicas e esportivas da suplementação de glutamina

A glutamina é um aminoácido condicionalmente essencial, ou seja, o corpo é capaz de produzi-lo, porém em situações de alta demanda metabólica ou privações alimentares, existe a necessidade de oferta extra por via dietética (alimentar/suplementar). Estes requerimentos aumentados se fazem justificar também por ser a glutamina o aminoácido mais abundante do corpo e com maior número de funções metabólicas. Até o presente momento não há evidências de que suplementar glutamina reduza a sua síntese endógena (1,2,3).

No metabolismo humano a glutamina pode exercer funções diretas como estimulante da liberação de insulina ou ser transformada em glutamato, e a partir deste novo aminoácido, ser deslocada para diversas funções bioquímicas, entre elas: neurotransmissor excitatório,  carboxilação da vitamina K para garantir a mineralização óssea, formar glutationa (poder antioxidante e detoxificante), formar prolina (formação de colágeno), redução da amônia circulante e equilíbrio do pH, transaminação e formação de cetoácidos e novos aminoácidos com consequente síntese proteica e estímulo do ciclo de Krebs, gerando energia especialmente para células intestinais, renais e imunológicas (3).

A utilização de glutamina para praticantes de atividade física tem indicação visando melhorar a hidratação celular e redução do dano muscular. Segundo Koo GH et al, 2014,  a suplementação de glutamina em atletas juvenis de remo reduziu os níveis de CK (creatina kinase), provavelmente em virtude da entrada de glutamina para a célula ser dependente de sódio, melhorando a hidratação e o volume celular, melhorando a resistência da célula contra lesões, o que reduz a liberação de CK da célula muscular.

Ainda no campo do exercício físico, muitos profissionais têm prescrito dietas para praticantes de atividade física com restrição moderada ou severa de carboidratos visando o melhor controle glicêmico ou mesmo redução de gordura corporal. Entretanto, restringir carboidratos pode favorecer a perda da integridade da mucosa intestinal, o que pode ser compensado com a suplementação de glutamina.

No estudo de Waldron M et al, 2018,  23 homens em exercício excêntrico foram divididos em 3 grupos de suplementação: um grupo recebendo apenas leucina (0,087 g/kg; n = 8), outro grupo leucina + glutamina (0,087 g/kg + glutamina 0,3 g/kg; n = 8) e o último placebo (0,3 g/kg maltodextrina; n = 7). Foi possível observar aumento significativo da força isométrica em relação ao placebo com o grupo suplementado de glutamina com leucina. Segundo os autores, a glutamina facilita a entrada da leucina nas células e melhora a sua utilização pelo músculo (5).

Na prática clínica, a indicação mais clássica da suplementação de glutamina é para melhora das funções de células intestinais. Neste aspecto, estudo foi desenvolvido com praticantes de atividade física que se submeteram a treinamento em condições de forte calor (30ºC) visando reduzir a permeabilidade intestinal. Os grupos receberam 3 doses diferentes de glutamina, sendo 0,25, 0,5 e 0,9 g/Kg de massa magra (MLG) consumida 2h antes das sessões de treino. Foi possível observar redução da permeabilidade intestinal já na dose mais baixa, com manutenção da integridade da mucosa, importante por exemplo para garantir mais absorção de nutrientes no pós-treino (6).

Importante salientar que muitos atletas cursam com diarreia em virtude de fatores estressores como ansiedade, além do uso de medicamentos, como antiinflamatórios, e da prática de exercício com forte calor e baixa umidade, que tendem a piorar a permeabilidade intestinal, se tornando uma indicação de uso da glutamina na forma suplementar caso estas condições se apresentem (7). Neste aspecto, estudo científico submeteu homens e mulheres a situação de muito calor (38ºC) e baixa umidade (35%), bastante comum em várias cidades brasileiras por um bom período do ano, simulando um combate a incêndio florestal. Os participantes receberam suplementação de glutamina antes e após a atividade indicada, e no grupo suplementado, a percepção de fadiga subjetiva ao esforço e os danos gastrointestinais foram significativamente menores. Os autores sugerem que isto se devem ao aumento das proteínas de choque térmico HSP70 que, dentre outras funções, conseguem exercer ação anti-inflamatória (8).

Ainda mantendo a discussão quanto a ação local intestinal da glutamina e da sua ação sistêmica, é importante relatar que quando a glutamina é suplementada na forma isolada, a maior parte é utilizada no próprio enterócito, e apenas uma pequena parte é absorvida. Entretanto, quando ofertada numa mesma refeição com outros aminoácidos (prioritariamente alanina, glicina, arginina, mesmo que livre e não quelatos), a maior parte da glutamina é absorvida, sendo direcionada para células imunes no sangue e para os órgãos-alvo (3).

No que tange às indicações clínicas da suplementação de glutamina, já é consenso a sua utilização em doentes altamente metabólicos, catabólicos, imunossuprimidos, com diarreia e infecções. Uma revisão de estudos recente encontrou evidências moderadas de que a suplementação de glutamina reduziu a taxa de infecção e os dias em ventilação mecânica, e pequenas evidências de que a suplementação de glutamina reduziu o tempo de internação em pacientes criticamente doentes ou cirúrgicos (9).

Nestas situações clínicas supra citadas, como cirurgias, síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA), câncer, queimaduras, colites e outros patologias que cursam com a Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS), a sugestão é suplementar glutamina associada a outros fatores imunomoduladores, como fibras prebióticas (eventualmente a depender do caso com outros aminoácidos e/ou peptídeos, probióticos e micronutrientes, como vitamina C, vitamina A, vitamina D, zinco e selênio)(10,11). Abe T et al, 2018,  testaram a suplementação de glutamina e fibras prebióticas antes (5 dias) e após (iniciada 4h após a cirurgia, permanecendo por 14 dias) procedimento de esofagectomia com pacientes com câncer  e observaram redução significativa da inflamação medida pela Proteína C-reativa (PCR) e recuperação da razão linfócito/neutrófilo, demonstrando recuperação imunológica e tendência de melhora no prognóstico final (12).

A suplementação de glutamina pode trazer benefícios para pacientes altamente estressados com depressão glutamatérgica, em virtude deste aminoácido ser formador deste neurotransmissor (13).

Outra indicação de grande benefício com a suplementação de glutamina é na redução de mucosite em pacientes com câncer, como testado por Pachón Ibáñez J et al,2018, na dose de 10g a cada 8 horas ou 30g/dia (14).

Importante salientar que a suplementação de glutamina é segura em indivíduos saudáveis, praticantes de atividade física, ou mesmo em situações patológicas, sem risco de efeitos adversos, sem alterações renais, em doses agudas em curto prazo (20-30g/dia) ou a longo prazo até 0,3 g/kg/dia (adultos) e 0,1g/Kg/dia (crianças e adolescentes) em doses fracionadas ao longo do dia (15,16,17). A utilização conjunta com arginina, creatina, fibras prebióticas pode trazer ainda mais benefícios.

Referências Bibliográficas:

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Fonte: Vitafor

Suplementação de carboidratos durante o exercício

Atletas frequentemente são aconselhados a ingerir uma dieta rica em carboidratos e garantir sua ingestão antes e durante as sessões de treinamento e reabastecer as reservas de glicogênio o mais breve possível após o exercício. De acordo com o Comitê Olímpico Internacional (COI): “Uma dieta rica em carboidratos nos dias anteriores a competição pode auxiliar na melhora do desempenho esportivo, particularmente quando o exercício durar mais do que 60 minutos” e “ Atletas devem atingir a ingestão de carboidratos visando atender a demanda energética dos programas de treinamento e repor adequadamente as reservas de glicogênio nos períodos de recuperação e entre as sessões de treinamento. Isso pode ser alcançado por meio do consumo de refeições ricas em carboidratos e que forneçam boas fontes de proteínas e outros nutrientes”. Essas recomendações também foram discutidas e corroboradas junto ao Colégio Americano de Medicina Esportiva, Associação Dietética Americana e da Associação Dietética Canadense em consenso para o desempenho esportivo (THOMAS et al, 2016).

Nas últimas décadas, diversos estudos forneceram evidências acerca do efeito ergogênico da ingestão de carboidratos durante o exercício e, lentamente, essa prática tornou-se um hábito em muitos esportes, especialmente em modalidades de longa duração como, por exemplo, maratona, ciclismo e triatlon. Como exemplo prático, foi na década de 1980 que as chamadas bebidas esportivas se tornaram comercialmente disponíveis. Nos dias atuais, estas bebidas e produtos como os géis de carboidratos estão culturalmente enraizados nos esportes de longa duração. Apesar da aceitação geral dos efeitos ergogênicos da suplementação de carboidratos durante o exercício, é fundamental avaliar criticamente as evidências existentes, uma vez que existem diversos protocolos de suplementação que foram validados e comparados de diversas formas. Adicionalmente, sabemos que a tolerância, individualidade e logística da suplementação influenciam diretamente na escolha do protocolo não somente em termos de quantidade, mas na forma de administração dos carboidratos.

É importante ressaltar que, embora os estudos iniciais tenham investigado os efeitos da ingestão de carboidratos durante exercícios de longa duração (2 horas ou mais), também há evidências demonstrando efeitos positivos da ingestão durante exercícios de alta intensidade (? 75% do consumo máximo de oxigênio) com duração de aproximadamente 1 hora. Jeukendrup et al. (JEUKENDRUP et al, 1997) investigaram os efeitos da ingestão de carboidratos durante o equivalente a uma prova de ciclismo de 40 km em indivíduos treinados e observaram melhora 2,3% no desempenho esportivo. Outros estudos também relataram resultados semelhantes (ANANTARAMAN et al, 1995; BELOW et al, 1995; CARTER et al, 2003). Embora haja dados que contestem a efetividade destes dados, é digno de nota ressaltar que o controle de variáveis externas como dieta, condições durante os ensaios experimentais e motivação dos voluntários também difere entre os estudos. Esses fatores desempenham um papel determinante na interpretação dos resultados uma vez que são pilares da performance esportiva. Outros argumentam que a razão para a ausência de efeitos ergogênicos da ingestão de carboidrato durante o exercício pode estar relacionada as variáveis do treinamento. Mais especificamente, protocolos de curta distância e/ou de baixa intensidade podem não promover depleção de glicogênio muscular ou a quantidade de carboidrato ingerida pode ter sido insuficiente. Contudo, de modo geral, o balanço dos estudos disponíveis é favorável aos efeitos ergogênicos da ingestão de carboidratos durante o exercício.

A forma em que o carboidrato é consumido durante o exercício (sólido ou líquido) não afeta o potencial ergogênico. Hargreaves et al. (1984) avaliaram os efeitos da ingestão de uma barra de chocolate (43 g de carboidrato, 9 g de gordura e 3 g de proteína) e observaram aumento de 46% na capacidade anaeróbia após 4 horas de exercício comparado a ingestão de placebo. Outros estudos confirmaram esses dados e reportaram melhora de desempenho em magnitude semelhante frente a ingestão de carboidrato líquido e sólido (Lugo et al, 1993; Neufer et al, 1986). Murdoch et al. (1993) investigaram os efeitos do consumo de pasta de banana (similar a um gel de carboidratos ou de bananas sólidas e observaram melhora no desempenho após 3 horas de exercício a 70% do VO2 máximo com as duas intervenções.

Desconfortos gastrointestinais são muito comuns entre atletas. Cerca 30% a 50% de podem apresentar sintomas regularmente. As causas não são totalmente elucidadas, porém, parecem ser parcialmente genéticas e individuais. Ainda, os mecanismos que justificam desconfortos no trato gastrointestinal superior, não necessariamente é o mesmo do inferior e os principais fatores causais que podem potencializá-los são as condições climáticas e o estado de hidratação (de OLIVEIRA et al, 2014). Embora nem sempre seja encontrada uma relação com a suplementação, certas condutas podem potencializar a incidência de problemas gastrointestinais: o consumo de fibras. a ingestão de gordura e de soluções altamente concentradas em carboidratos parecem aumentar a incidência dos desconfortos. Em termos práticos, o sinais e sintomas mais observados nessas situações são a sensação de inchaço abdominal, a redução do esvaziamento gástrico, a episódios de diarreia (como resultado de alterações osmóticas) durante o exercício. Acredita-se que o treinamento do intestino possa atenuar esses sintomas, por meio da melhora do esvaziamento gástrico e da maior percepção de plenitude (inchaço reduzido). Com isso, o atleta passa a tolerar volumes maiores de ingestão por conta do aumento da velocidade de absorção, causando menor volume residual e poucas alterações osmóticas.

As diretrizes atuais recomendam a ingestão de até 60 g de carboidratos para exercícios com duração de até 2 horas. Quando a duração é superior a 2 horas, recomenda-se o consumo de até 90 g/h. Porém, esses carboidratos devem consistir de uma mistura afim de mobilizar múltiplos transportadores intestinais. Por exemplo, glicose e frutose ou maltodextrina e frutose. (Jeukendrup, 2013; Jeukendrup, 2014). Uma vez que o intestino é um órgão adaptável, é necessário incluir a suplementação durante os treinamentos, ou seja, na rotina semanal e de forma regular. Com isso, o intestino passa a absorver e oxidar mais carboidratos que, por sua vez, resultar menor desconforto gastrointestinal e melhor desempenho esportivo.

Fonte: Vitafor

COMO OS PROBIÓTICOS PODEM CONTRIBUIR PARA A MODULAÇÃO DO DIABETES MELLITUS?

Estimativas globais pontuam que 382 milhões de pessoas apresentam diabetes mellitus e que esse cenário pode chegar a 592 milhões em 2035, representando 12,9% da população mundial. Em 2013, o Brasil ocupava a quarta posição entre os países com maior número de pessoas diabéticas, condição que representa um problema de saúde pública em âmbito nacional.

O mês de novembro é marcado pelas campanhas de conscientização do diabetes. No Brasil, a Campanha do Dia Mundial do Diabetes é organizada pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), que busca compartilhar e oferecer informações sobre a importância da prevenção e dos cuidados no diagnóstico para melhorar a qualidade de vida do paciente com a doença.

A adoção de medidas de promoção de saúde para controlar os fatores de risco associados ao diabetes é uma forma efetiva de contribuir para a diminuição da incidência da doença e de suas complicações crônicas que comprometem o bem-estar e a qualidade de vida. No Brasil, em 2011, definiu-se um Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), em que o documento prioriza as ações e os investimentos necessários para que o país possa enfrentar o cenário de doenças crônicas na população, especialmente o diabetes. As medidas associadas às mudanças no estilo de vida tornam-se as estratégias primárias para cuidados preventivos e do tratamento. Entre elas, pode-se destacar o equilíbrio nutricional por meio da alimentação com controle do índice e carga glicêmica, alto teor de fibras e baixa em gorduras saturadas, além da suplementação de compostos que melhorem as alterações metabólicas provenientes da doença.

A literatura científica destaca que a suplementação de probióticos pode favorecer o equilíbrio metabólico, principalmente no controle da resistência à insulina, do perfil lipídico, de biomarcadores de inflamação e dano oxidativo. Esses efeitos benéficos podem ser explicados por conta da eliminação de radicais superóxido e hidroxila, diminuição da sinalização inflamatória e diminuição do peso corporal ocasionados pela regulação bacteriana intestinal.

A microbiota intestinal na promoção do equilíbrio glicêmico!

Estudos relatam que a disbiose intestinal exerce influência nas complicações do diabetes, como retinopatia, toxicidade renal e inflamação gerada pelo excesso de metabólitos pró-inflamatórios gerados pelas bactérias patogênicas. Sendo assim, torna-se essencial a adoção de estratégias que modulem essa microbiota, como o uso de probióticos citado anteriormente. Esses são capazes de recuperar a composição bacteriana saudável e regular a função imune e barreira da mucosa do intestino, desse modo, restaurando o equilíbrio e a homeostase metabólica.

Uma revisão sistemática (2016) citou as evidências pontuadas por uma meta-análise de ensaios clínicos com indivíduos que apresentavam diabetes tipo 2 e que consumiram probióticos. Os efeitos observados foram redução na hemoglobina glicada (HbA1c) e nos níveis de glicemia de jejum. Os resultados mais efetivos foram observados em intervenções com duração maior que 8 semanas, com administração de diferentes cepas bacterianas. A terapia nutricional, ainda, pode auxiliar na redução da resistência à insulina e na otimização do metabolismo da glicose.

A composição da microbiota intestinal depende não apenas da suplementação de probióticos, mas também de componentes que são utilizados pelas bactérias para sintetizar metabólitos importantes para o equilíbrio  glicêmico, como os ácidos graxos de cadeia curta. Entre eles, destacam-se as fibras prebióticas (inulina, fruto-oligossacarídeos) capazes de desempenhar um papel fundamental na homeostase da glicose.

Os ácidos graxos de cadeia curta podem diminuir a permeabilidade intestinal e diminuir as endotoxinas circulantes, amenizando a inflamação e o estresse oxidativo, que são condições que desregulam a ação da insulina. Assim, ocorre uma melhora da sensibilidade insulínica via GLUT-4, através da regulação positiva da sinalização da proteína quinase no tecido muscular e hepático.

Fonte: Vitafor

BENEFÍCIOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE L-CARNITINA EM PATOLOGIAS E ATIVIDADE FÍSICA

A carnitina é um dipeptídio formador de enzimas associadas à captação e queima de gordura (Carnitina Palmitoil Transferase 1 e 2 – CPT 1 e CPT2 respectivamente), com melhora da função mitocondrial e indicada no tratamento da obesidade e doenças neurológicas (1,2,3).

A carnitina também apresenta propriedades antioxidantes, com ação redutora de amônia muscular inclusive (4,5,6,7). Sua suplementação tem sido associada a redução de danos musculares na atividade física, importante para pacientes diabéticos tipo 2 (melhorando a sensibilidade a insulina) e para pacientes com doenças cardiovasculares (redução de 65% em arritmias ventriculares, redução de 40% nos sintomas de angina com 27% de redução na mortalidade por todas as causas) (8,9,10).

Estudo recente mostrou que a suplementação de 2g/dia de L-carnitina em homens submetidos a treinamento físico resistido por período de 9 semanas, é capaz de aumentar significativamente a força, com redução dos níveis séricos de lactato e melhor no perfil antioxidante (11).

A suplementação de carnitina pode ter efeito ainda melhor quando administrada conjuntamente com creatina (0,3g/Kg/dia) e ômega-3 (2g a 5g / dia) especialmente na melhora de pacientes com miopatias. Importante frisar que o consumo de carnitina a partir da dieta varia de 20mg a 300mg / dia na população, portanto para exercer ação terapêutica, é necessária a suplementação de 1g a 3g / dia (12).

Referências Bibliográficas:

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Fonte: Vitafor

INTENSO PRÉ-TREINO E DESEMPENHO ESPORTIVO

Uma das classes de suplementos que mais cresce em termos de consumo e inovação são os populares “pré-treino” ou “pre-workouts”. Dentre os objetivos mais comuns para justificar o consumo estão: melhora de cognição (foco, estado de alerta, raciocínio, etc.), emagrecimento/perda de gordura corporal (o tão chamado efeito termogênico) e desempenho esportivo (força, tolerância ao esforço, etc.). Neste contexto, observa-se uma confusão de valores entre o que é de fato um efeito ergogênico (performance) e estético (composição corporal). Embora possa haver relação entre composição corporal e performance, o mais correto seríamos separar o que de fato é um suplemento com composição e finalidade de aumento de capacidade física e cognitiva (pré-treino), e o que é um suplemento termogênico, voltado primariamente para mudança de composição corporal. Além disso, suplementos pré-treino e termogênicos usualmente são blends (misturas) heterogêneos, abrangendo desde estimulantes (por exemplo, a cafeína) até aminoácidos e compostos nitrogenados (BCAAs, creatina, nitrato, etc.). Tal heterogeneidade dificulta a interpretação dos resultados obtidos nos estudos acerca do potencial ergogênico de um determinado ingrediente ou da combinação de ingredientes como um todo. Portanto, é mais factível entendermos os resultados apresentados abaixo como produto final da mistura de componentes.

Podemos dividir as evidências científicas em estudos agudos (1 dose) e crônico (dias ou semanas de suplementação). No tocante aos estudos agudos, Wylie et al. (2013) avaliaram os efeitos de 3 doses de nitrato sobre o desempenho esportivo em ergômetro. Os autores testaram as dosagens de 70, 140 e 280 ml de suco de beterraba (18, 73 e 290 mg de nitrato, respectivamente) 2 horas e meia antes da sessão de exercício realizada até a exaustão. O consumo feito 2 horas e meia antes do exercício tem seu racional fundamentado no fato que este é o tempo necessário para que os metabólitos do óxido nítrico (nitrato e nitrito) atinjam o pico plasmático. Os resultados demonstraram aumento do tempo de exaustão frente ao consumo de 73 mg de nitrato no pré-treino. Em ensaio randomizado, duplo cego, cross-over e controlado por placebo.

Jagim et al. (2015), também de forma randomizada, duplo cega, cross-over e controlada por placebo utilizaram um blend a base de carboidrato, creatina, beta-alanina, betaína e taurina (dentre outros ingredientes) 30 minutos antes de uma sessão de exercício anaeróbio (sprint) em jogadores de futebol americano. Foi observado aumento significativo da potência média gerada dentro da sessão (1397 ± 257 vs 1468 ± 304 W), indicando a eficácia ergogênica da suplementação. O mesmo grupo avaliou posteriormente o impacto desta mistura, na mesma população, sobre o sistema nervoso central e volume de treinamento. Os autores observaram que o tempo de reação dos jogadores de futebol americano diminuiu significativamente após a suplementação. Além disso, o número de repetições executadas no leg press a 75% da força máxima aumentou de modo significativo no grupo suplementado. Juntos, esses dois estudos mostram que a partir de uma combinação de ingredientes, é possível obter efeitos ergogênicos centrais e periféricos otimizando capacidades físicas que são pilares dentro da modalidade. Em estudos agudos, composição corporal não é tratada como desfecho em função da limitação de tempo. Porém, há estudos crônicos que consideram, além do efeito ergogênico, o impacto da suplementação sobre medidas de composição.

O’Bryan et al. (2019) avaliaram recentemente, de modo meta-analítico e sistemático, 35 ensaios randomizados que utilizaram suplementos com múltiplos ingredientes por pelo menos 6 semanas em associação ao treinamento de força. A intenção dos autores foi avaliar os ganhos em termos de massa e força muscular. A análise de “qualidade de evidência” demonstrou que os resultados dos estudos não foram influenciados por falhas metodológicas. Como conclusão, o consumo crônico de suplementos com múltiplos ingredientes, em associação ao treinamento de força, promove aumento de massa livre de gordura, força muscular e pode auxiliar na redução da perda de quantidade e qualidade muscular em idosos.

Os estudos apresentados servem de embasamento acerca de eficácia e segurança da suplementação e direcionamento para nossas condutas. Como conclusão geral, suplementos pré-treino não são necessariamente termogênicos. Suplementos pré-treino são destinados a aumento de capacidades físicas, principalmente o aumento do volume de treinamento. Portanto, é fundamental que a suplementação seja aplicada naqueles que realizam suas sessões de treinamento com consciência corporal e já possuem certo grau de maturidade muscular e experiência dentro da modalidade esportiva que pratica, uma vez que o efeito do suplemento depende do aumento de volume de treino. Por fim, embora possam ser híbridos, suplementos pré-treino podem não ter ação termogênica, o que não anula sua eficácia e aplicabilidade.

Fonte: Vitafor

VITAMINA C E EXERCÍCIO FÍSICO

O ácido ascórbico, popularmente conhecido como vitamina C, é um composto de seis carbonos com estrutura semelhante à glicose. Existe em duas formas ativas: a forma reduzida conhecida como ácido ascórbico e a forma oxidada, chamada ácido desidroascórbico. O ácido ascórbico é considerado um excelente antioxidante. Quimicamente, o ácido ascórbico exibe características redox como agente redutor e, fisiologicamente, o fornece elétrons para enzimas, compostos químicos oxidantes ou outros aceptores de elétrons (Rumsey et al, 1997).

O ácido ascórbico encontra-se distribuído em concentrações variadas por todos os tecidos (tabela 1) e está envolvido em uma variedade de reações metabólicas comuns ao exercício, como a síntese e a ativação de neuropeptídios, colágeno e L-carnitina e proteção contra os danos oxidantes das espécies oxidantes (Padh, 1990). À luz desse envolvimento, é concebível considerar que o exercício possa interagir com a utilização, metabolismo e excreção do ácido ascórbico, podendo assim modular a necessidade de ingestão deste micronutriente. A primeira evidência de uma possível ligação entre vitamina C e exercício veio inesperadamente da observação de sintomas de escorbuto exibidos por exploradores em expedições polares (Norris, 1983). As dietas consumidas por esses exploradores eram, provavelmente, deficientes de alimentos frescos que continham vitamina C. No entanto, também é plausível que o estresse fisiológico excessivo possa ter exacerbado os efeitos de uma dieta deficiente em vitamina C, de forma que a rotatividade e a necessidade de ácido ascórbico possa ter aumentado. Embora a vitamina C não pareça melhorar o desempenho esportivo (Gester, 1989), atletas podem ter necessidades aumentas em função da demanda metabólica e a suplementação pode ter efeitos importantes que são mais sutis que as melhorias na capacidade aeróbica ou nas métricas de desempenho (Fishbaine & Butterfield, 1975).

Figura 1

Os estudos com suplementação de vitamina C em atletas utilizam doses que variam de 85 a 1.500 mg por períodos de 1 dia a 8 meses. Porém, enquanto houve pouco ou nenhum efeito da suplementação sobre as concentrações plasmáticas de ácido ascórbico em vários estudos, outros demonstraram aumento na concentração de ácido ascórbico no sangue após a suplementação (Ashton et al, 1999; Guilland et al, 1989; Kanter et al, 1993; Maxwell et al, 1993; Nieman et al, 2000; Peters et al, 1993; Peters et al, 2001; Telford et al, 1992; Weight et al, 1988). No entanto, há vários problemas a serem considerados ao interpretar esses resultados. A quantidade de vitamina C no suplemento, a ingestão dietética regular de vitamina C e a concentração de ácido ascórbico no plasma/soro e leucócitos parecem serem fatores determinantes na resposta à suplementação. Levine et al. (1996) demonstraram que as concentrações plasmáticas de ácido ascórbico atingiram platô com doses de vitamina C de 250 mg ou mais por dia, enquanto o conteúdo de ácido ascórbico de neutrófilos, monócitos e linfócitos se estabilizou com doses inferiores a 200 mg por dia. Em outro estudo, foi demonstrado que a capacidade de absorção foi atingida frente a ingestão de 3 mg de vitamina C por quilograma de peso corporal por dia (Rokitzki et al, 1994).

Em um estudo controlado por placebo realizado por Peters et al. (1993), observou-se que a suplementação diária de 600mg  de vitamina C por 3 semanas antes de uma ultramaratona de 90 km reduziu a incidência infecções do trato respiratório (68% comparado a 33%) no período de 2 semana pós-corrida. Em estudo posterior, Peters et al. (1996) randomizaram participantes em uma ultramaratona de 90 km (n=178) e seus controles (n=162) em quatro grupos que receberam 500 mg de vitamina C isolada, 500 mg de vitamina C + 400 UI de vitamina E, 300 mg de vitamina C + 300 UI de vitamina E + 18 mg de vitamina A ou placebo. A ingestão total de vitamina C dos quatro grupos foi de 1004, 893, 665 e 585 mg por dia, respectivamente. O estudo confirmou achados anteriores de menor incidência de sintomas de infecção nos corredores com maior consumo médio diário de vitamina C. Os resultados também indicaram que a combinação de antioxidantes não foi mais eficaz em atenuar o risco de infecção pós-exercício em comparação a vitamina C isolada. Além disso, já foi relatado que a suplementação com vitamina C (800 mg/dia) por 7 dias antes de corrida em esteira, reduziu o aumento nos níveis plasmáticos de IL-6 e no número de células NK induzido pelo exercício em comparação ao grupo placebo (Hurst et al., 2001).

Em conjunto, as observações acima sugerem que a suplementação de vitamina C pode modular alguns dos efeitos imunológicos adversos do exercício de longa duração.

Fonte: Vitafor

SUPLEMENTAÇÃO EFETIVA NA VIDA CORRIDA DA MULHER MODERNA!

A rotina da mulher, atualmente, requer cuidados estratégicos para conciliar suas múltiplas tarefas, tanto em âmbitos pessoal e familiar como profissional. O Ministério do Trabalho do Brasil aponta o crescimento da ocupação feminina em cargos formais de trabalho de 40,8%, em 2007, para 44% em 2016. Esse cenário mostra a importância da manutenção de hábitos de vida equilibrados no público feminino a fim de garantir mais energia, disposição e foco nas atividades diárias.

Alimentação integrada

A alimentação integrada com a suplementação desempenha um papel essencial nesses cuidados com a mulher. Para isso, o aporte de nutrientes adequados que atuem na modulação do sistema nervoso central e no aumento da produção de energia corporal faz-se necessário. Dentre esses nutrientes e componentes ativos, podemos citar a cafeína, a taurina e a coenzima Q10. Todas possuem eficácia comprovada por estudos científicos, no aumento da performance física e mental, com destaque à melhora da disposição, concentração e foco, além de ajudar na amenização das condições de estresse.

Taurina para a rotina de mulheres ativas!

A taurina é um aminoácido que promove diferentes benefícios ao organismo. Uma recente revisão (2018) avaliou os estudos que indicavam o papel da taurina como coadjuvante do tratamento de doenças relacionadas ao músculo, sistema nervoso central e sistema cardiovascular, abordando suas principais funções, como regulação antioxidante, metabolismo energético, expressão de genes, redução do estresse oxidativo e neuromodulação. Os estudos mais recentes evidenciaram os novos mecanismos responsáveis pela citoproteção mediada pela taurina, caracterizada pelo conjunto de processos que mantém a integridade das estruturas celulares.

No cérebro, a taurina tem a capacidade de ativar os receptores GABA – um neurotransmissor que promove o relaxamento, aumentando seus níveis. Assim, atua na desaceleração da atividade cerebral e gera benefícios como redução do estresse, aumento do foco cerebral e desaceleração do envelhecimento cerebral.

Eficácia da coenzima Q10 na performance mental

A disfunção mitocondrial e o estresse oxidativo são dois fatores considerados os principais contribuintes para o declínio cognitivo e a fisiopatogênese de doenças neurodegenerativas, que acometem frequentemente as mulheres em idades mais avançadas. Os estudos propõem que a melhoria do funcionamento mitocondrial desempenha reduções no dano oxidativo e, portanto, na disfunção cognitiva relacionada à idade.
A suplementação de coenzima Q10 é considerada uma estratégia eficiente e que apresenta resultados positivos na melhora da função cerebral.

O desempenho cognitivo sofre influência da exposição ao estresse crônico. O cérebro é dependente de fornecimento de energia para manter as membranas elétricas ativas e as suas atividades de sinalização. Impedimento ou interrupção do fornecimento de energia neural, que pode acontecer em situações estressantes, compromete o funcionamento do cérebro, por meio de um possível rompimento da estrutura mitocondrial, semelhante ao que acontece na doença de Parkinson e Alzheimer. Sendo assim, a taurina tem a capacidade de promover propriedades anti-inflamatórias e aumentar a neurogênese, melhorando a plasticidade sináptica responsável pelas atividades cognitivas, memória e controle do humor.

Sua associação com a coenzima Q10 potencializa os efeitos no cérebro, visto que esse componente é essencial no metabolismo energético e antioxidante, apresentando efeitos neuroprotetores. Na rotina da mulher, os dois suplementos possuem eficácia para modulação neuronal e, também, para melhorar a produção de energia que proporciona mais disposição.

Fonte: Vitafor

LONGEVIDADE CELULAR: A NUTRIÇÃO COMO FATOR ESSENCIAL NO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL!

O avanço progressivo da ciência tem gerado um aumento positivo da expectativa de vida em países com maior desenvolvimento. Projeta-se que, em 2050, mais de um terço da população em países de alta renda apresentará idade de 60 anos ou mais. A grande preocupação por parte da saúde pública e dos profissionais envolvidos no atendimento integrado do paciente é o risco elevado de desenvolvimento de doenças crônicas, redução da produtividade e da qualidade de vida, despertando, assim, um alto interesse em iniciativas de prevenção e reversão do processo de envelhecimento funcional.

Diferentes teorias são atribuídas aos mecanismos associados ao envelhecimento, visto que esse processo é objeto de estudo na literatura científica. Ao nível molecular, a primeira teoria do envelhecimento é associada ao encurtamento dos telômeros, extremidades de cromossomos que determinam a expectativa de vida. Outros fatores moleculares como instabilidade genômica e alterações epigenéticas também estão ligados à senescência. Tais aspectos se manifestam ao nível fisiológico, que resulta em inflamação crônica, disfunção de organelas, mudanças no metabolismo corporal e função neuronal.

Uma condição clínica que pode comprometer a qualidade de vida ao longo do envelhecimento é a sarcopenia, caracterizada pelo rápido declínio na massa musculoesquelética e função física, prejudicando processos metabólicos vitais. Os baixos níveis de aptidão física, que pode ocorrer também pela insuficiência da ingestão proteica na alimentação, acarretam distúrbios como fraqueza, incapacidade e aumento da hospitalização nesses pacientes.

Por isso, é essencial destacar o papel da nutrição individualizada em associação a um programa de treinamentos físicos para se alcançar a longevidade de forma saudável. O aporte extraproteico é indispensável na dieta após os 40 anos. Além do processo sarcopênico, a inflamação corporal decorrente de alterações patológicas e na microbiota intestinal, por exemplo, elevam a degradação proteica muscular, gerando um comprometimento físico maior. Por isso, torna-se essencial a suplementação de proteínas de qualidade nessa fase da vida.

O microbioma intestinal como regulador da longevidade celular!

O papel do intestino como órgão regulador da homeostase corporal é comprovado nos estudos da ciência mais recentes. A típica composição bacteriana pode variar de indivíduo para indivíduo, contudo determinados filos constituem, de forma generalizada, 40 a 70% da composição da microbiota humana, com destaque aos Firmicutes.

Com o envelhecimento populacional, a prevalência de doenças metabólicas também se elevou. A disbiose no microbioma intestinal e nos metabólitos microbianos induz modificações na integridade da barreira do intestino, aumentando a passagem de componentes patogênicos para a corrente sanguínea, efeito que desencadeia ativação de processos inflamatórios. Alterações no microbioma intestinal ao longo do envelhecimento também exercem impacto no eixo do intestino-cérebro, dificultando os sinais neurais, endócrinos e imunológicos entre o intestino e o cérebro.

As biomoléculas produzidas endogenamente por micróbios comensais no trato gastrointestinal exercem diferentes funções na homeostase corporal, especialmente com capacidade imunomoduladora. Essas biomoléculas incluem vitaminas, hormônios e produtos de fermentação como ácidos graxos de cadeia curta e exopolissacarídeos. O ácido colânico é um dos exopolissacarídeos secretados extracelularmente por bactérias, assim, sendo capazes de promover a fissão mitocondrial e aumentar a resposta proteica mitocondrial sob condições de estresse, condição que pode favorecer a longevidade.

Uma prática chinesa que vem sendo estudada nos últimos anos, em busca de recuperação da saúde da microbiota do intestino, é o Transplante de Microbiota Fecal (TMF), usado majoritariamente para tratamento de episódios recorrentes e refratários de infecções gastrointestinais. O TMF é feito através da introdução da microbiota de um doador saudável para recuperar a composição bacteriana e melhorar parâmetros imunológicos e metabólicos. Apesar de ser uma intervenção antiga, ainda é preciso de mais trabalhos na literatura científica que comprovem sua real eficácia e viabilidade na prática clínica para ser usada como estratégia futura.

O envelhecimento saudável pode ser alcançado com a modulação da dieta e a suplementação eficiente, que são capazes de regular positivamente o metabolismo e favorecer a saúde da microbiota intestinal.

Fonte: Vitafor

Performance esportiva

A melhora da performance esportiva com auxílio da suplementação inteligente de substâncias naturais.

A qualidade do desempenho físico está associada ao condicionamento e estrutura mental do praticante de atividade física e pode ser influenciada por uma série de substâncias que atuam de diferentes formas no organismo.

Isso porque a performance esportiva desencadeia uma série de reações e substâncias no nosso organismo. Com o entendimento aprofundado dessa dinâmica, é possível identificar e aprimorar processos com o objetivo de otimizar estas reações antes, durante e após a prática de exercícios.

Algumas substâncias podem ter as mais diversificadas finalidades, como:

1. Proteger o corpo do desgaste e estresse oxidativo.
2. Aumentar a velocidade de recuperação dos danos causados pela atividade física.
3. Aumentar o próprio desempenho esportivo.
4. Estimular a produção de energia.
5. Otimizar a termogênese e emagrecimento.

Além de benefícios, é importante também compreender outros efeitos no organismo, como as consequências do estresse oxidativo resultantes da atividade muscular intensa:

 Decréscimo na concentração de vitaminas antioxidantes.
 Ativação da peroxidação lipídica.
 Redução da glutationa e antioxidantes endógenos.
 Aumento do conteúdo de MDA e da xantino-oxidase.
 Fenômeno isquemia/reperfusão.

Por todas estas razões, as suplementações e os antioxidantes podem ser importantes aliados para a performance, e principalmente para a saúde, dos praticantes de atividades físicas.

 Fonte: Essential Nutrition

COMO INDIVIDUALIZAR O ATENDIMENTO DO ATLETA COM BASE NA NUTRIGENÔMICA ESPORTIVA?

A individualização do tratamento nutricional é uma estratégia cada vez mais comprovada como assertiva para qualquer paciente. E isso se expande também aos atletas, uma vez que a performance esportiva depende do funcionamento adequado do organismo e das respostas adaptativas ao esporte.

O desempenho atlético é considerado um fenótipo complexo, multifatorial e influenciado pela nutrição. As variantes genéticas afetam a forma como absorvemos e metabolizamos os nutrientes e compostos ativos, na qual as interações gene-dieta modificam as vias metabólicas relevantes para o rendimento esportivo e a saúde como um todo. Longe de ser um conceito novo, a nutrição personalizada baseada no genótipo individual do atleta é a conduta mais eficiente para trazer resultados positivos na prática esportiva.

A avaliação genética mais fidedigna está relacionada aos efeitos biológicos que determinados genes podem alterar as medidas como massa magra, resistência muscular e densidade óssea, além de minimizar a ocorrência de lesões decorrentes dos treinamentos e competições. Sendo assim, estudos genéticos identificaram alguns genes que contribuem para a modulação esportiva.

O uso da cafeína como recurso ergogênico é vantajoso para potencializar o desempenho esportivo, mas deve ser incluso na rotina de atletas de acordo com as características individuais e genéticas. Um recente trabalho (2018), feito com 101 atletas masculinos, avaliou os efeitos que a suplementação de cafeína promoveria no desempenho esportivo, de acordo com as variantes genéticas e a resposta do corpo em relação aos genes avaliados e o esporte. Dos participantes, incluíram maratonistas, ciclistas, triatletas, esportes mistos (futebol, basquete e natação), levantamento de peso, entre outros. Em uma intervenção randomizada, os voluntários receberam doses de cafeína (0, 2 e 4 mg/kg) ou placebo submetidos a um teste contrarrelógio de 10km. Os autores avaliaram a presença ou ausência do polimorfismo no gene CYP1A2, com a seguinte classificação: metabolizadores rápidos da cafeína (genótipo AA); metabolizadores lentos heterozigotos (genótipo AC) e metabolizadores lentos homozigotos (genótipo CC).

Ao avaliar de forma isolada, os achados do trabalho demonstraram que metabolizadores rápidos de cafeína (genótipo AA) otimizaram o desempenho em aproximadamente 5% com a menor dose de cafeína, no valor de 2mg/kg e de 6,8% com a dose de 4mg/kg. Já atletas que foram classificados com metabolismo lento (genótipo AC) não obtiveram nenhum benefício ergogênico. Por fim, nos participantes com genótipo AC de metabolização lenta, houve uma diminuição do desempenho em 13%. A suplementação de cafeína, portanto, deve ser avaliada de forma individual na prática esportiva.

Um estudo (2015) investigou o DNA genômico de jogadores de futebol americano e a presença de polimorfismo específico que poderia melhorar ou prejudicar o desempenho atlético. O perfil genético de DNA preditivo para o desempenho foi utilizado com intuito de elaborar programas personalizados de treinamento e nutrição. A importância de se considerar a genética dos atletas foi comprovada no estudo, no qual se apontaram evidências de que é preciso avaliar o perfil genético para maximizar o desempenho dos jogadores.

Em qualquer tipo de atendimento nutricional, seja para atletas ou para pessoas com condições clínicas específicas, um programa dietético bem-estruturado deve considerar o perfil genético a fim de traçar condutas assertivas e promissoras para obter os resultados esperados. Os avanços da ciência e da tecnologia vêm permitindo com mais facilidade esse tipo de avaliação na prática do nutricionista.

Fonte: Vitafor