Nanotecnologia em alimentos

A nanociência e a nanotecnologia são as novas fronteiras deste século. A nanotecnologia é uma ciência recente que permite aos cientistas medir, controlar e manipular os materiais com dimensões de nanômetros, com a finalidade de alterar suas propriedades e funções. Na indústria alimentícia, as pesquisas acerca da nanotecnologia apontam para uma revolução tecnológica importante, alterando a forma como o alimento é produzido, processado, embalado, transportado e consumido. Assim, as nanotecnologias são aplicadas de diversas formas, como no encapsulamento de compostos bioativos, no controle de qualidade, no empacotamento de alimentos e em biossensores. Uma vez que a sociedade moderna enxerga os alimentos não só como fonte de nutrientes, mas também como promotores da saúde, tal ciência emerge como um advento, permitido que vitaminas, minerais, nutrientes e fitoquímicos apresentem maior biodisponibilidade, garantindo maior segurança alimentar, menor uso de pesticidas em plantações, dentre outros. Entretanto, pouco se sabe sobre a toxicidade desses compostos e suas possíveis interações com os sistemas biológicos e o meio ambiente.

Revista Brasileira de Nutrição Funcional

Ano 12 – Edição 53 – Setembro de 2012

Taurina no esporte

A taurina é um composto final do metabolismo dos aminoácidos sulfurados (metionina e cisteína) que se encontra conjugada com ácidos biliares de sódio e potássio. Sua síntese ocorre a partir desses aminoácidos, por meio de uma série de reações enzimáticas que requerem a participação da vitamina B6 como cofator. Após exercícios exaustivos, observa-se depleção de taurina nas células musculares e elevação dos seus níveis no plasma. Supõe-se que a elevação de taurina no plasma exerça efeito ergogênico, aumentando a glicólise e modulando a entrada e saída de cálcio na célula, promovendo elevação do glicogênio hepático. O exercício físico, em função do maior consumo de oxigênio, pode promover aumento na produção de EROs, permitindo assim, modificar o estado redox da célula. As concentrações mitocondriais de taurina ainda não foram descritas, porém suas altas concentrações celulares e suas propriedades sugerem-na uma função antioxidante e de scavenger, provavelmente protegendo esta organela do estresse oxidativo. Estudos sugerem que o efeito protetor da taurina é devido suas atividades antioxidantes, através da sua habilidade em neutralizar o ácido hipocloroso (HOCl), uma substancia pró-oxidante potente.A taurina parece ter efeito de aumento da resistência em praticantes de atividade física e oferece combustível para contração do músculo esquelético, aumentando a quantidade de cálcio liberada e faz com que as células mais sensíveis ao cálcio aumentem ainda mais a sua contratilidade. Em estudos com humanos utilizaram-se preparados líquidos contendo combinação de vários nutrientes, dificultando o entendimento do real efeito da suplementação de taurina no exercício físico. é necessária a realização de estudos que avaliem os feitos isolados da taurina no exercício físico e no aumento da resistência física, quanto ao aumento do desempenho.

Anuário de Nutrição Esportiva Funcional

Fevereiro de 2010