Saiba como o sono influencia na performance dos atletas.

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Em diversas modalidades esportivas, os atletas são submetidos a altas cargas de estresse, seja em longas horas de treino ou nas próprias competições. Todo esse esforço resulta em um cansaço que deve ser compensado por meio do sono.

 

A importância do sono reside no fato de ser um processo biológico complexo, com ação reparadora das funções orgânicas, alternado com períodos de vigília. Importante para o crescimento e o desenvolvimento infantojuvenil, o sono contribui para a otimização das funções cognitivas, sobretudo, de aprendizado e memória, bem como na recuperação pós-treino e melhora da performance.

 

Diversos trabalhos ressaltam que tanto a qualidade do sono – e seus distúrbios – quanto os transtornos de humor – como depressão e ansiedade – podem determinar o desempenho dos atletas. Dessa forma, avaliar o tempo total de sono do atleta, bem como a presença de distúrbios, fragmentação e qualidade deste são muito importantes. A literatura aponta que atletas tendem a dormir pior quando as competições se aproximam, quando estão fora de casa e nas vésperas dos eventos.

Em estudo de Bleyer et al. (2015), aspectos como sono, saúde e treinamento foram avaliados em 452 atletas de elite de Santa Catarina. Profissionais de modalidades coletivas (vôlei, futsal, futebol de campo, handebol, basquete) e individuais (atletismo, ginástica rítmica e artística, tiro) responderam ao questionário com informações pessoais, de duração e qualidade do sono, de sono e pesadelos às vésperas das competições, sobre a percepção subjetiva da própria saúde e se receberam instruções quanto ao sono nos treinamentos. De acordo com os resultados, mais de 70% dos atletas relataram pesadelos antes das competições e 48,5% disseram ter poucas horas de sono (menos de oito horas).

A importância do sono também foi comprovada em estudo recente de O’Donnell et al. (2018). O objetivo foi avaliar o cortisol salivar e o percentual de marcadores de estresse durante o treinamento e a competição, além de determinar os efeitos subsequentes no nível de sono de atletas femininas de elite praticantes de netball. O sono das atletas (n=10) foi monitorado em três ocasiões diferentes: após o término da partida, durante o treino e no dia de descanso. Além do nível de cortisol ter sido maior após a partida, o tempo de sono e sua qualidade foram menores em comparação a um dia de treinamento intensivo. Ademais, no dia da competição, o cortisol se mostrou elevado, enquanto a qualidade e quantidade do sono reduziram expressivamente em relação aos dias de treino e descanso. Os autores constataram que o estresse psicológico associado à competição parece exercer importante papel em distúrbios do sono.

Embora não haja uma recomendação específica da quantidade ideal de sono para cada modalidade esportiva, entende-se que, mais do que contribuir na melhora do rendimento, dormir ajuda no desenvolvimento e bem-estar geral do atleta, sendo importante o acompanhamento individual de sua qualidade e duração.

 


REFERÊNCIAS

BLEYER, F.T.S. et al. Sono e treinamento em atletas de elite do Estado de Santa Catarina, Brasil. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 29, n. 2, p. 207-216, abr. 2015.

LIMA, I.F. et al. Avaliação da qualidade do sono em atletas de alta performance. In: 8° CONGRESSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DA UNESP. Anais… Universidade Estadual Paulista (UNESP), p. 1-7. 2015.

O’DONNELL, S. et al. Sleep and stress hormone responses to training and competition in elite female athletes. European journal of sport science, v. 18, n. 5, p. 611-8, fev. 2018.

TEIXEIRA, F.R.M. et al. Nível de estresse e a qualidade do sono em paratletas de natação. Revista UNI-RN, v.16 v.17, suplemento, p. 247-256, jan. 2017.

Consumo de fruta na prática esportiva: o que a ciência diz?

A importância e os benefícios de incluir frutas na dieta | Receita de Vida | MSD

Uma dieta balanceada é essencial para alcançar melhor desempenho esportivo e para promover e manter a saúde do atleta. Durante o exercício, ocorre o esgotamento dos estoques de glicogênio muscular, a desidratação e os danos musculoesqueléticos que podem comprometer os resultados na prática.

Em exercícios de alta intensidade, os atletas passam por ciclos regulares de estresse fisiológico acompanhados por inflamação transitória, estresse oxidativo e alterações imunológicas, bem como crescentes influências nutricionais. As medidas mais eficazes, especialmente, quando consideradas a partir de uma perspectiva metabolômica, incluem a modulação no consumo de carboidratos e alimentos fontes de polifenóis. O consumo de carboidratos, seja por alimentos ou por suplementos, pode reduzir os níveis de hormônios relacionados ao estresse pós-exercício, a inflamação e a mobilização e oxidação de ácidos graxos. Uma forma eficiente, neste caso, é adequar a ingestão de frutas que, além de contribuir com o aporte de carboidratos, oferece alta concentração de polifenóis e metabólitos com benefícios para a capacidade oxidativa e imunomoduladora.

Um estudo comparou o efeito agudo da ingestão de banana ou de uma bebida composta por carboidratos a 6% (CHO), em 75 km de desempenho cíclico, a fim de avaliar a inflamação pós-exercício, parâmetros de estresse oxidativo e função imunológica inata, utilizando perfis tradicionais e metabolômicos. Para isso, 14 ciclistas treinados completaram dois testes de tempo de ciclagem de 75 km, em modelo randomizado e cruzado. As amostras de sangue pré, pós e 1 hora pós-exercício foram analisadas em relação à presença de glicose, fagocitose de granulócitos (GR) e monócitos (MO) e perfis metabólicos. Dos 103 metabólitos detectados, 56 apresentaram efeitos no tempo de exercício e apenas um (a dopamina) teve padrão de mudança que diferiu entre os dois grupos.  O grupo que ingeriu bananas apresentou maior concentração de dopamina, além de uma produção aumentada de glutationa e utilização de substratos em diferentes vias metabólicas.

A frutose é um tipo de carboidrato com algumas peculiaridades em relação ao consumo. Por oferecer baixo índice glicêmico, metabolismo independente de insulina e rápida absorção hepática, apresenta características que suportam sua indicação como suplemento pré-exercício, principalmente, com o intuito de melhorar o desempenho e prolongar o tempo até a exaustão em exercícios de endurance. Contudo ressalta-se que a forma recomendada de ingestão da frutose deve ser aquela encontrada naturalmente nas frutas, uma vez que sua combinação com a glicose (na fruta) potencializa as respostas metabólicas durante o exercício de força e favorece seu metabolismo imediatamente após o esforço, resultados comprovados em um modelo experimental com homens treinados.

REFERÊNCIAS

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