Suplementação de spirulina no esporte para a redução do estresse oxidativo

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O estresse oxidativo corporal é uma condição comum na prática esportiva. É caracterizado como um desequilíbrio entre a produção de radicais livres e o sistema de defesa antioxidante endógeno, levando ao acúmulo de danos oxidativos, bem como ativação de vias de sinalização associadas ao estresse e desenvolvimento de condições patológicas, principalmente doença cardiovascular, resistência à insulina e disfunção no metabolismo lipídico.

 

No decorrer do exercício físico, a captação de oxigênio aumenta, em torno de 10 a 20 vezes para os músculos esqueléticos ativos, mecanismo responsável por gerar maior produção de espécies reativas de oxigênio (EROS) e radicais livres. Esses componentes interagem de forma negativa com as macromoléculas biológicas, especialmente DNA, ácidos graxos poli-insaturados, aminoácidos e proteínas ativas. O aumento da taxa metabólica e o consumo de oxigênio pelas fibras musculares, além da diminuição do pH intramuscular durante o exercício, podem acelerar essa produção de radicais livres. Os principais locais de geração de EROs nos músculos são mitocôndrias, xantina oxidase, fosfato de nicotinamida adenina dinucleotídeo (NADPH) oxidase, processos dependentes de fosfolipase A2 e algumas células imunológicas, incluindo macrófagos, monócitos, eosinófilos e neutrófilos. Outros mecanismos também são associados a produção de EROS no esporte, como o aumento dos níveis de catecolaminas, liberação de metamioglobina do músculo lesado e a interação da metamioglobina e da meta-hemoglobina com os peróxidos de hidrogênio.

O papel dos antioxidantes dietéticos na contribuição para equilibrar o sistema antioxidante corporal e prevenir danos provocados pelo excesso de radicais livres durante a prática esportiva é identificado em recentes pesquisas cientificas. É preciso ressaltar que investigações mais atuais relatam que a produção de EROS mitocondrial no músculo durante o exercício é programada e essencial para as principais vias de sinalização associadas à adaptação muscular ao exercício. Contudo, o excesso desses radicais pode levar ao comprometimento celular em longo prazo, por isso, a adequação nutricional se faz necessária.

Dentre as funções investigadas dos antioxidantes exógenos, destacam-se a proteção contra lesões mediadas por radicais livres, tanto por ação direta, quanto por indução na produção de antioxidantes endógenos. Essas funções incluem a conversão de EROS em moléculas menos ativas e a indução de algumas enzimas antioxidantes importantes, como glutationa peroxidase e superóxido dismutase.

Estudos comprovam a eficácia antioxidante dos fitoquímicos presentes na spirulina, alga verde-azulada composta por moléculas funcionais, como a ficocianina, o ?-caroteno, o tocoferol, o ácido ?-linolênico e compostos fenólicos. Para comprovar sua eficácia, um estudo avaliou os efeitos da suplementação de spirulina na prevenção de danos ao músculo esquelético, em um modelo de teste físico. A amostra foi composta por 16 estudantes suplementados com Spirulina platensis, além de sua dieta normal por 3 semanas. Foram coletadas amostras de sangue após o término do exercício de esteira incremental, antes e após o tratamento. Os resultados mostraram que as concentrações plasmáticas de malondialdeído (MDA) foram significativamente diminuídas após a suplementação com spirulina. Além disso, a atividade da enzima superóxido dismutase sanguínea aumentou de forma significativa. Outro efeito observado com a suplementação foi um maior tempo até a exaustão, sugerindo que os benefícios antioxidantes desencadeados pelos componentes nutricionais da alga demonstraram efeito preventivo do dano muscular durante o exercício total.

A modulação antioxidante no esporte é uma estratégia eficiente para prevenir efeitos deletérios musculares desencadeados pelo excesso de produção de radicais livres. Contudo, deve ser feita de forma cuidadosa e planejada, visto que uma quantidade significativa de radicais é esperada para adaptação do músculo durante o exercício físico. O equilíbrio nutricional é a chave para garantir máximo desempenho esportivo.

Fonte: Blog científico NE

 

REFERÊNCIAS

YAVARI, A. et al. Exercise-Induced Oxidative Stress and Dietary Antioxidants. Rev. Asiat. Med. Esport, v. 6, n. 1, p. 1-7. 2015.

OLIVEIRA, C. et al. Potencial nutricional, funcional e terapêutico da cianobactéria spirulina. RASBRAN – Revista da Associação Brasileira de Nutrição. São Paulo, v. 5, n. 1, p. 52-59, Jan-Jun. 2013.

AMBROSI, M. et al. Propriedades de saúde de Spirulina spp. Rev. Ciênc. Farm. Básica Apl., v. 29, n.2, p. 109-117, 2008.

LU, H. et al. Preventive effects of Spirulina platensis on skeletal muscle damage under exercise-induced oxidative stress. Eur J Appl Physiol, v. 98, n. 2, p. 220-6, set. 2006.

KALAFATI, M. et al. Ergogenic and antioxidant effects of spirulina supplementation in humans. Med Sci Sports Exerc., v. 42, n. 1, p. 142-51, jan. 2010.

Corrida de rua e os cuidados na prevenção de lesões.

Campinas terá 40 corridas de rua em 2019 – Ouro Verde Mais

A corrida de rua é a modalidade esportiva que mais cresce no Brasil, assim, ganhando adeptos de todas as idades e classes sociais. Esse crescimento deve-se ao fato de a corrida ser um esporte democrático, praticado em qualquer ambiente e sem a necessidade de equipamentos específicos.

À medida que aumentam as participações em corridas de rua, observa-se um aumento proporcional no número de lesões, seja em atletas profissionais ou amadores.

 

Diversos estudos apontam que as lesões mais comuns são a síndrome femoropatelar e as tendinopatias. O joelho, por sua vez, é a região mais acometida em razão do grande impacto nos membros inferiores, que pode variar de um meio a três vezes o peso corporal do indivíduo.

Alterações musculoesqueléticas ? incluindo fraturas, luxações, distensões musculares e entorses ? são queixas frequentes de corredores de rua em sua totalidade. Os fatores associados envolvem erros de técnica, alongamento e aquecimentos insuficientes e falta de acompanhamento.

Quanto às lesões musculares, sabe-se que a prática rotineira de exercício estimula o desenvolvimento de musculatura específica que, durante o treinamento muscular, pode gerar desequilíbrios das forças que envolvem as articulações, provocando alterações mecânicas e posturais, assim, predispondo os atletas a lesões e a quedas de rendimento.

Em estudo de Rodrigues et al. (2017), avaliou-se a influência do treinamento semanal sobre a incidência de lesões em corredores de rua e o quanto o treinamento resistido contribui para a minimização dessas. Foram aplicados questionários na forma de entrevista em uma amostra de 123 corredores de rua, entre 18 e 69 anos, prestes a realizarem uma prova. As questões referiam-se à distância a ser percorrida na prova e à distância corrida na semana, à ocorrência de lesões nos últimos 12 meses e à prática de exercícios resistidos durante o treinamento.

OS AUTORES OBSERVARAM QUE 21,95% DO TOTAL DE ATLETAS TINHAM SOFRIDO LESÕES NOS ÚLTIMOS 12 MESES DE TREINAMENTO, E QUE 59,36% NÃO REALIZAVAM EXERCÍCIOS RESISTIDOS.

A literatura ressalta que este tipo de treino contribui para a redução de lesões em corredores; desse modo, os resultados do presente estudo corroboram isso. Entre os corredores que afirmaram praticar exercícios resistidos, apenas 16% apresentaram algum tipo de lesão em comparação a 26% dos atletas que relataram não praticar.

Oliveira et al. (2012), também, avaliaram a prevalência de lesões e o local atingido em corredores de rua (n=77) em estudo tipo transversal. Conforme já observado na literatura, a região mais atingida foi o joelho, seguida pela parte posterior da perna.

As lesões musculoesqueléticas apresentam causa multifatorial, sendo importante que a prescrição de treino seja realizada por profissional especializado e considerando o nível do corredor. Além disso, é essencial evitar o aumento brusco da carga semanal, pois isso contribui para o aumento do risco de lesões.

 


REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, D.G. et al. Prevalência de lesões e tipo de treinamento de atletas amadores de corrida de rua. Corpus et Scientia, v. 8, n. 1, p. 51-9, jun. 2012.

RIOS, E.T. et al. Influência do volume semanal e do treinamento resistido sobre a incidência de lesão em corredores de rua. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, v. 11, n. 64, p. 104-9, jan. 2017.

SARAGIOTTO, B.T. et al. Desequilíbrio muscular dos flexores e extensores do joelho associado ao surgimento de lesão musculoesquelética relacionada à corrida: um estudo de coorte prospectivo. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 38, n. 1, p. 64-8. 2016.

SOUZA, C.D.L. et al. Fatores de risco e prevenção das lesões musculoesqueléticas em praticantes de corrida. Revisão de literatura. Lecturas: Educación física y deportes, v. 20, n. 207, ago. 2015.