Atividade física como promotora de saúde mental

Nesse cenário de crescimento vigoroso, cada vez mais profissionais de saúde vêm aplicando abordagens alternativas, como o estímulo à atividade física regular, para prevenir e controlar transtornos mentais como ansiedade e depressão. E para melhor entender a relação entre a prática de exercícios físicos e a promoção da saúde mental, selecionamos trabalhos que estudaram a dinâmica dessa conexão e mediram seus benefícios.

Panorama da ansiedade na sociedade
A ansiedade é caracterizada pela preocupação excessiva ou expectativa apreensiva, persistente e de difícil controle. Pode vir acompanhada por sintomas como inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono.

O percentual de indivíduos com transtorno de ansiedade que procuram atendimento é considerado baixo. Uma possível explicação é que os sintomas associados aos transtornos de ansiedade são comumente interpretados como respostas normais à adversidade social. Além disso, modelos causais biomédicos rigorosos são considerados escassos.

Opções de tratamento da ansiedade

Os tratamentos mais comuns para transtornos de ansiedade incluem antidepressivos, como inibidores seletivos da recaptação da serotonina, e terapia cognitivo-comportamental. No entanto, os inibidores seletivos da recaptação da serotonina podem ter efeitos colaterais negativos, como aumento de peso, agressividade e suicídio. Ao mesmo tempo, a terapia cognitivo comportamental tem sido apenas moderadamente eficaz, com a necessidade de identificação de tratamentos mais eficazes.

 Atividade física e ansiedade

O treinamento físico estruturado e repetitivo é eficaz na redução dos sintomas de ansiedade em pessoas com e sem transtornos de ansiedade, incluindo aquelas com doença crônica. Essa é uma das conclusões de uma revisão sistemática e meta-análise publicada em American Journal of Preventive Medicine.

Com base em 24 estudos – que analisaram mais de 80.000 indivíduos – a pesquisa encontrou evidências que demonstraram os benefícios do exercício por si só, ou como um aditivo a outros tratamentos, para pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno do pânico, transtorno de ansiedade generalizada e sintomas de ansiedade.

Uma das hipóteses biológicas levantadas para a associação entre atividade física e redução da ansiedade é a de que as pessoas com transtorno de ansiedade generalizada e fobia social exibem volumes hipocampais diminuídos, enquanto há um corpo crescente de literatura demonstrando que o exercício pode melhorar o funcionamento e o volume do hipocampo.

Em outra linha, uma revisão narrativa abrangente concluiu que inflamação, estresse oxidativo e de nitrogênio, e a consequente alteração nas neurotrofinas, neurogênese e neuroplasticidade, podem desempenhar um papel na patogênese dos transtornos de ansiedade, e a atividade física é recomendada por influenciar as mesmas vias.

Panorama da depressão na sociedade
A depressão é a principal causa de incapacidade no mundo, afetando 322 milhões de pessoas. Seu diagnóstico de depressão é feito a partir da observação de sintomas. Segundo o ??Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, a depressão se caracteriza pela presença, por mais de duas semanas, de:
  • Estado deprimido: sentir-se deprimido a maior parte do tempo, quase todos os dias e

  • Anedonia: perda de interesse por atividades anteriormente apreciadas.

Além disso, esses sintomas devem estar acompanhados de três dos sintomas abaixo:

  • Alteração de peso: perda ou ganho de peso não intencional;

  • Distúrbio de sono: insônia ou hipersônia praticamente diárias;

  • Problemas psicomotores: agitação ou apatia psicomotora, quase todos os dias;

  • Falta de energia: fadiga ou perda de energia, diariamente;

  • Culpa excessiva: sentimento permanente de culpa e inutilidade;

  • Dificuldade de concentração: habilidade frequentemente diminuída para pensar ou concentrar-se;

  • Idéias suicidas: pensamentos recorrentes de suicídio ou morte.

Assim como nos casos de ansiedade, o tratamento para a depressão também é amplamente baseado nos inibidores seletivos da recaptação da serotonina. No entanto, dados mostram que esses medicamentos são totalmente eficazes apenas para um terço dos pacientes deprimidos, o que ressalta a necessidade de novas abordagens terapêuticas.

Atividade física e depressão

Segundo uma revisão sistemática e meta-análise que compreendeu 111 estudos – com a participação de mais de 3 milhões de indivíduos -, a associação entre atividade física e menor probabilidade de depressão foi observada não apenas em casos incidentes, mas também para pessoas com sintomas subclínicos de depressão.

Assim, como a depressão é um continuum de normal à função patológica, uma associação favorável entre atividade física e os sintomas depressivos subclínicos pode fornecer proteção clínica para pessoas com risco de depressão incidente.

Além disso, concluíram que qualquer nível de atividade física atenua o risco de depressão, mas níveis moderados e elevados de atividade estão mais associados a um risco menor. Constatadas entre adultos, essas conclusões independem do sexo, idade, período de acompanhamento ou país da pesquisa.

Atividade física, neuroplasticidade e saúde mental

Como a natureza dinâmica do cérebro é sustentada pelo conceito de neuroplasticidade (capacidade do cérebro de mudar e se reorganizar em resposta a influências), os distúrbios cerebrais podem, até certo ponto, ser considerados doenças da neuroplasticidade. Assim, estimular a neuroplasticidade está se tornando uma abordagem popular para estimular a saúde mental.

De acordo com uma revisão publicada em Frontiers in Human Neuroscience, o exercício aeróbio pode ter forte influência na indução da neuroplasticidade e na promoção do desempenho cognitivo. De acordo com a literatura analisada, a neurogênese, a plasticidade sináptica e a vascularização dentro do hipocampo representam os três mecanismos neuroplásticos primários que são estimulados pelo exercício aeróbio para promover o funcionamento hipocampal.

Isso é importante para a promoção da saúde mental, uma vez que o hipocampo, por meio da sua densa conectividade com o córtex pré-frontal e a amídala, está ligado à regulação emocional. Além disso, desempenha um papel importante na regulação da inibição de feedback do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal. Assim, o bom funcionamento do hipocampo pode contribuir para impulsionar a regulação do processamento emocional e respostas ao estresse, que são funções deficitárias em pacientes com depressão.

A nível celular, a literatura sugere que a neurogênese, a plasticidade sináptica e a vascularização dentro do hipocampo representam os três mecanismos neuroplásticos primários que são estimulados por exercícios aeróbicos para promover o funcionamento hipocampal.

Em via de mão dupla, o estudo indica que os medicamentos antidepressivos podem ser úteis para “preparar” os pacientes com depressão para responder melhor a uma intervenção com exercícios aeróbicos. Por outro lado, as intervenções com exercícios aeróbicos podem ajudar a combater efeitos colaterais induzidos pelos medicamentos.

Atividade física, inflamação, estresse oxidativo e ansiedade

Tanto o estresse agudo quanto o crônico são conhecidos indutores de estados pró-inflamatórios, facilitando a proliferação excessiva de citocinas pró-inflamatórias. Algumas citocinas pró-inflamatórias podem modular diretamente os níveis de serotonina por meio da indução de indoleamina-2,3-dioxigenase, que leva à depleção de triptofano e serotonina e à produção de catabólitos de triptofano, incluindo quinurenina e ácido quinolínico. Essas substâncias são ansiogênicas e depressogênicas e são conhecidas por induzir estresse oxidativo e prejudicar os mecanismos respiratórios mitocondriais normais.

Segundo revisão publicada em Neuroscience and Biobehavioral Reviews, a atividade física demonstra efeitos protetores da neurogênese e de aumento dos fatores neurotróficos, incluindo BDNF e fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1). Dados os efeitos anti-neuroinflamatórios do IGF-1, esse pode ser outro mecanismo anti-neuroinflamatório da atividade física. Outras evidências apontam para um papel importante para o fator de crescimento endotelial vascular na mediação do efeito da atividade física na neurogênese.

Legenda:
AIC: citocina antiinflamatória; BDNF: fator neurotrófico derivado do cérebro; CMI: imunidade mediada por células; GPx: glutationa peroxidase; IL-1ra: antagonista do receptor da interleucina-1; IL-6: interleucina-6; IL-8: interleucina-8; IL-1?: interleucina-1-beta; IL-10: interleucina-10; IO&NS: estresse inflamatório, oxidativo e de nitrogênio; M-SOD: superóxido dismutase contendo manganês; MDA: malondialdeído; O2- : superóxido; O&NS: estresse oxidativo e de nitrogênio; RNS: espécies reativas de nitrogênio; ROS: espécies reativas de oxigênio; sIL-2R: receptor de interleucina-2 solúvel; SOD: superóxido dismutase; STAT-3: transdutor de sinal e ativador de transcrição 3; sTNF-R: receptor do fator de necrose tumoral solúvel; TBARS: substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico; TNF?: fator de necrose tumoral alfa; UNCP2: proteína desacopladora mitocondrial 2

Atividade física, inflamação e depressão

A inflamação foi identificada como um potencial contribuinte para o desenvolvimento da depressão, sugerindo que terapias anti-inflamatórias, como o exercício físico regular, podem ser eficazes na prevenção e controle dos sintomas depressivos.

As duas principais citocinas pró-inflamatórias implicadas no comportamento de doença e seus sintomas depressivos associados são fator de necrose tumoral alfa (TNF-?) e interleucina-1 beta (IL-1?). Quando essas citocinas são injetadas perifericamente no sangue, elas entram no cérebro, ativam a microglia e amplificam a atividade das citocinas. Isso causa alterações no metabolismo dos neurotransmissores, na função neuroendócrina e nos sintomas comportamentais que são comuns em indivíduos com depressão maior, sugerindo que eles podem contribuir para a etiologia do transtorno.

Estudo clínico publicado em Biological Psychology examinou o efeito de seis semanas de treinamento físico na saúde mental e citocinas pró-inflamatórias de 61 indivíduos entre 18 e 30 anos classificados anteriormente como sedentários. O grupo é integralmente formado por estudantes universitários, que são conhecidos por apresentarem um risco maior de desenvolver depressão do que a população em geral.

Os alunos foram divididos em três grupos:

  1. Treinamento moderado contínuo
  2. Treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT)
  3. Grupo de controle sem treinamento.

Após seis semanas, os pesquisadores concluíram que, em uma população não clínica sob estresse persistente, o exercício de intensidade moderada reduziu sensivelmente os níveis de depressão, estresse percebido e indicadores de inflamação. Por outro lado, embora o exercício intervalado de alta intensidade tenha um efeito semelhante sobre os sintomas depressivos, ele induziu níveis mais elevados de percepção de estresse e inflamação.

Figura 1: O impacto da intensidade do exercício na saúde mental. Mudança na depressão, ansiedade e estresse percebido após o treinamento intervalado de alta intensidade (HIT), treinamento contínuo de intensidade moderada (MCT) e sem exercício (CON).

Figura 2: O impacto da intensidade do exercício nas citocinas pró-inflamatórias. Mudança no TNF-? e IL-6 após seis semanas de treinamento intervalado de alta intensidade (HIT), treinamento contínuo de intensidade moderada (MCT) e nenhum exercício (CON).

Estímulo para a prática esportiva
Mesmo com tantos benefícios comprovados, a prática regular de exercícios ainda é um desafio para muitos pacientes. Mesmo com recomendação médica, há uma grande resistência para criar e, principalmente, manter esse hábito. Parte dessa dificuldade está ligada a carências nutricionais, que desestimulam um bom desempenho esportivo. Conheça abaixo algumas sugestões de suplementos que podem impulsionar seus pacientes para obter ganhos de saúde através da prática esportiva.

Pre-Action – Suplemento com componentes que atuam no fornecimento prolongado de energia no metabolismo energético, na hidratação e no funcionamento muscular. Sua formulação inclui Palatinose™ (carboidrato de baixo índice glicêmico), Magnésio Taurato (TauroMag®), betaglucana de levedura, extrato aromático de chá verde, gengibre integral e pimenta (Capsiate®), vitaminas do complexo B, minerais e eletrólitos. Conheça o Pre-Action.

Quantum Leap – Alternativa saudável aos refrigerantes ou bebidas energéticas cheias de açúcar e estimulantes artificiais. Com guaraná, chá verde, gengibre orgânico e gengibre tailandês, L-Taurina, Palatinose™ e D-Ribose, atua no metabolismo energético, no funcionamento muscular, no fornecimento prolongado de energia e no fornecimento de energia celular (ATP). Conheça o Quantum Leap.

D-Ribose – É um repositor energético de rápida absorção que pode ser utilizado no pré-treino como uma fonte imediata de energia e no pós-treino para recuperação dos estoques de energia celular (ATP). Conheça a D-Ribose.

Blissful – Formulada com L-Carnitina e Coenzima Q10, entre outros ingredientes, atua na geração de energia em nível celular. Por não fornecer energia diretamente, pode ser indicado para pacientes que desejam estimular o consumo das reservas de energia do organismo enquanto praticam atividade física controlada. Conheça a Blissful.

 Fonte: Essential Nutrition

Entendendo a relação entre atividade física e imunidade

Descubra por que quem se exercita de maneira frequente tende a ter um sistema imunológico mais fortalecido.

A prática regular de atividade física é recomendada para atingir diversos objetivos ligados à saúde. E, ao promover a saúde como um todo, o esporte também está relacionado com nossa capacidade de evitar e combater doenças.

Estudos comprovam que pessoas que praticam atividade física regularmente têm menor incidência de infecções bacterianas e virais, além de outros indicadores de um sistema imunológico forte. Confira neste texto qual é a relação entre a prática esportiva e o sistema imunológico.

O sistema imunológico é uma barreira sofisticada, bastante adaptável. Pode gerar uma variedade enorme de células e moléculas capazes de reconhecer e eliminar uma grande quantidade de micro-organismos invasores. Ele é dividido em sistema imune inato e sistema imune adaptativo.

O sistema imune inato se caracteriza por responder aos estímulos de maneira não específica, atacando as ameaças assim que elas são detectadas pelo organismo. Ele é composto por neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos, células natural killers e enzimas.

A segunda linha de defesa, caracterizada como imunidade adaptativa, é capaz de modular sua estratégia de acordo com as características de cada ameaça. O sistema imune adaptativo é composto por linfócitos T e B e por imunoglobulinas.

Benefícios da atividade física para o sistema imune

Pesquisas mostram que o exercício físico promove uma alteração no equilíbrio (homeostase) do nosso organismo, obrigando a uma reorganização da resposta imune. Quando o exercício físico tem intensidade moderada (que não causa exaustão), há um aumento permanente nas células do sistema imune, tanto no inato quanto no adaptativo.

Como consequência, as pessoas que praticam atividades físicas regulares têm menor
incidência de infecções bacterianas
 – como sinusite, conjuntivite e sífilis, por exemplo – e virais – como gripe, sarampo e hepatite A, por exemplo -, além de menor incidência de neoplasias, que podem dar origem a tumores.

Riscos do excesso de atividade física para o sistema imunológico

Esta melhora geral nos indicadores do sistema imunológico, no entanto, tem um limite. Atividades físicas intensas, que levam o atleta à exaustão todas as vezes, tendem a acabar enfraquecendo o sistema imunológico. Repetitivas infecções no trato respiratório são relativamente comuns em atletas de alta performance e em atletas recreacionais que se submetem a grandes esforços.

Neste cenário, há uma redução expressiva na quantidade de algumas células do sistema imunológico após a atividade.

Estudos mostram que esta diminuição pode deixar o organismo mais suscetível a vírus e bactérias por um período de até 72 horas. Além disso, outros dois fatores são apontados como possíveis causadores do enfraquecimento do sistema imunológico após o exercício extenuante:

  • Glutamina – com a alta na demanda de glutamina para recuperação dos músculos, ela pode entrar em falta no organismo, que a usa também para fortalecer a barreira imunológica intestinal. Além disso, ela é o principal combustível para linfócitos, macrófagos e fibroblastos;

  • Cortisol – o hormônio do estresse, liberado em grandes quantidades durante as atividades físicas intensas, reduz a capacidade de proliferação e ação dos leucócitos.

  • Benefícios da atividade física para o organismo em geral

    Como vimos no começo do texto, a prática esportiva frequente e moderada é capaz de impulsionar o ganho de saúde para o corpo como um todo. Mas quais seriam os outros benefícios, além do sistema imunológico?

    Segundo um relatório especial de saúde da Escola de Medicina de Harvard, há pelo menos cinco outros benefícios:

    • Praticar atividade física regularmente pode minimizar a depressão e problemas emocionais.

    • Melhora a vida sexual, tanto a libido como o desempenho.

    • O exercício promove o bom funcionamento pulmonar e aumenta o fluxo sanguíneo do cérebro, ajudando a manter as funções cerebrais.

    • A prática de atividade física regular proporciona três importantes benefícios para o sono: ajuda a adormecer mais rapidamente, ter um sono profundo mais prolongado e de melhor qualidade e despertar menos durante a noite.

    • Protege a mobilidade e a vitalidade. O exercício retarda o declínio natural do desempenho físico que ocorre com o envelhecimento.

    Fonte: Essential Nutrition

Carotenoides

Os carotenoides são uma grande família de substâncias derivadas da vitamina A e de aparência laranja, vermelha e amarela, que desempenham papéis antioxidantes. A concentração de carotenóides na pele depende da ingestão ou suplementação dietética, além de sua biodisponibilidade. Após a absorção no intestino e o transporte para a pele, os carotenoides se acumulam principalmente na epiderme.

Estudos indicaram efeitos fotoprotetores de muitos carotenoides, particularmente betacaroteno, mas também licopeno, luteína, astaxantina e zeaxantina. Além das propriedades diretas de absorção de luz, os carotenoides fornecem fotoproteção endógena e contribuem para a prevenção de danos por ultravioleta. Isso se dá por seus efeitos antioxidantes bem conhecidos:

  • eliminação de espécies reativas de oxigênio que levariam à fotoinativação de enzimas antioxidantes e

  • Inativação da peroxidação lipídica e da indução de danos ao DNA.

Além disso, os carotenoides interferem na expressão gênica induzida pela luz ultravioleta, modulam a sinalização dependente do estresse e suprimem as respostas celulares e teciduais, como inflamação.

Dosagem e duração

Os efeitos fotoprotetores sistêmicos dessa pró-vitamina dependem da dose e da duração do tratamento. Na maioria dos estudos de intervenção com carotenoides, a fotoproteção foi observada somente após um mínimo de 10 semanas de ingestão alimentar ou suplementação, com doses superiores a 12 mg / dia.

Confira algumas descobertas sobre os carotenoides:

Betacaroteno

Em estudo com 30 mulheres saudáveis com mais de 50 anos, a suplementação com betacaroteno melhorou as rugas faciais e a elasticidade. Outros efeitos positivos também foram observados, mas tiveram variação de acordo com a dosagem administrada. Os níveis de mRNA do procolágeno tipo I, por exemplo, aumentaram significativamente apenas no grupo de dose baixa (30mg/dia), contra um crescimento discreto no grupo que ingeriu 90mg/dia.

Fig. 1. Alterações nas rugas faciais medidas pelo Visiometer em cada grupo de tratamento. Os valores do Visiometer R1, R4 e R5 no grupo de dose baixa tiveram redução significativa após 3 meses de suplementação de betacaroteno. Os valores do Visiometer R1-R5 diminuíram no grupo de alta dose, mas sem significância estatística.

Fig. 3. Expressão de mRNA do procolágeno tipo I em cada grupo de dose. Os níveis de mRNA de procolágeno I foram medidos por RT-PCR em tempo real, antes e após a suplementação oral de betacaroteno.

Astaxantina

Pesquisa publicada em Nutrients analisou os efeitos da suplementação de 4mg/dia de astaxantina ao longo de 10 semanas. O estudo, duplo-cego controlado por placebo, contou com a participação de 23 japoneses saudáveis.

O grupo da astaxantina apresentou dose mínima de eritema aumentada, em comparação com o placebo. Além disso, o grupo da astaxantina teve uma menor perda de hidratação da pele na área irradiada. As condições subjetivas da pele para “melhora da pele áspera” e “textura” em áreas não irradiadas foram significativamente melhoradas pela astaxantina.

Segundo os pesquisadores, a astaxantina parece proteger contra a deterioração da pele induzida por UV e ajuda a manter a pele saudável em pessoas saudáveis.

Fig. 4. Alterações na escala visual analógica (EVA) para “melhora da pele áspera” (a) e “textura” (b) na área não irradiada, nos grupos placebo (preto) e astaxantina (vermelho).

Licopeno

Estudo randomizado, realizado na Universidade de Manchester, analisou os efeitos na pele após 12 semanas de ingestão de 16mg de licopeno (55g de molho de tomate) por dia. Participaram do estudo 20 mulheres saudáveis, com idade média de 33 anos (faixa de 21-47).

A análise dos dados destacou que o molho de tomate rico em licopeno possui propriedades protetoras significativas contra a resposta eritematosa induzida por raios ultravioleta e indicadores agudos de fotodano do tecido na pele.

Fig. 5. Radiação ultravioleta aguda (UVR) induz expressão da metaloproteinase de matriz (MMP) e isso é interrompido pela dieta com suplementação de molho de tomate. Fotomicrografias representativas da coloração de MMP-1da pele pré-suplementada na linha de base (não irradiado) e 24 h pós-UVR mostrando uma indução desta enzima.As setas destacam as células coradas positivamente.

Fig. 7. Esquema ilustrando a via oxidativa de fotodano iniciado por radiação ultravioleta (UVR) e proteção veiculada pelo licopeno. ROS: espécies reativas de oxigênio; mtDNA: DNA mitocondrial; AP-1: proteína ativadora-1; MMP: metaloproteinase de matriz; ECM: matriz extracelular.

 Fonte: Essential Nutrition

Suplementação de spirulina no esporte para a redução do estresse oxidativo

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O estresse oxidativo corporal é uma condição comum na prática esportiva. É caracterizado como um desequilíbrio entre a produção de radicais livres e o sistema de defesa antioxidante endógeno, levando ao acúmulo de danos oxidativos, bem como ativação de vias de sinalização associadas ao estresse e desenvolvimento de condições patológicas, principalmente doença cardiovascular, resistência à insulina e disfunção no metabolismo lipídico.

 

No decorrer do exercício físico, a captação de oxigênio aumenta, em torno de 10 a 20 vezes para os músculos esqueléticos ativos, mecanismo responsável por gerar maior produção de espécies reativas de oxigênio (EROS) e radicais livres. Esses componentes interagem de forma negativa com as macromoléculas biológicas, especialmente DNA, ácidos graxos poli-insaturados, aminoácidos e proteínas ativas. O aumento da taxa metabólica e o consumo de oxigênio pelas fibras musculares, além da diminuição do pH intramuscular durante o exercício, podem acelerar essa produção de radicais livres. Os principais locais de geração de EROs nos músculos são mitocôndrias, xantina oxidase, fosfato de nicotinamida adenina dinucleotídeo (NADPH) oxidase, processos dependentes de fosfolipase A2 e algumas células imunológicas, incluindo macrófagos, monócitos, eosinófilos e neutrófilos. Outros mecanismos também são associados a produção de EROS no esporte, como o aumento dos níveis de catecolaminas, liberação de metamioglobina do músculo lesado e a interação da metamioglobina e da meta-hemoglobina com os peróxidos de hidrogênio.

O papel dos antioxidantes dietéticos na contribuição para equilibrar o sistema antioxidante corporal e prevenir danos provocados pelo excesso de radicais livres durante a prática esportiva é identificado em recentes pesquisas cientificas. É preciso ressaltar que investigações mais atuais relatam que a produção de EROS mitocondrial no músculo durante o exercício é programada e essencial para as principais vias de sinalização associadas à adaptação muscular ao exercício. Contudo, o excesso desses radicais pode levar ao comprometimento celular em longo prazo, por isso, a adequação nutricional se faz necessária.

Dentre as funções investigadas dos antioxidantes exógenos, destacam-se a proteção contra lesões mediadas por radicais livres, tanto por ação direta, quanto por indução na produção de antioxidantes endógenos. Essas funções incluem a conversão de EROS em moléculas menos ativas e a indução de algumas enzimas antioxidantes importantes, como glutationa peroxidase e superóxido dismutase.

Estudos comprovam a eficácia antioxidante dos fitoquímicos presentes na spirulina, alga verde-azulada composta por moléculas funcionais, como a ficocianina, o ?-caroteno, o tocoferol, o ácido ?-linolênico e compostos fenólicos. Para comprovar sua eficácia, um estudo avaliou os efeitos da suplementação de spirulina na prevenção de danos ao músculo esquelético, em um modelo de teste físico. A amostra foi composta por 16 estudantes suplementados com Spirulina platensis, além de sua dieta normal por 3 semanas. Foram coletadas amostras de sangue após o término do exercício de esteira incremental, antes e após o tratamento. Os resultados mostraram que as concentrações plasmáticas de malondialdeído (MDA) foram significativamente diminuídas após a suplementação com spirulina. Além disso, a atividade da enzima superóxido dismutase sanguínea aumentou de forma significativa. Outro efeito observado com a suplementação foi um maior tempo até a exaustão, sugerindo que os benefícios antioxidantes desencadeados pelos componentes nutricionais da alga demonstraram efeito preventivo do dano muscular durante o exercício total.

A modulação antioxidante no esporte é uma estratégia eficiente para prevenir efeitos deletérios musculares desencadeados pelo excesso de produção de radicais livres. Contudo, deve ser feita de forma cuidadosa e planejada, visto que uma quantidade significativa de radicais é esperada para adaptação do músculo durante o exercício físico. O equilíbrio nutricional é a chave para garantir máximo desempenho esportivo.

Fonte: Blog científico NE

 

REFERÊNCIAS

YAVARI, A. et al. Exercise-Induced Oxidative Stress and Dietary Antioxidants. Rev. Asiat. Med. Esport, v. 6, n. 1, p. 1-7. 2015.

OLIVEIRA, C. et al. Potencial nutricional, funcional e terapêutico da cianobactéria spirulina. RASBRAN – Revista da Associação Brasileira de Nutrição. São Paulo, v. 5, n. 1, p. 52-59, Jan-Jun. 2013.

AMBROSI, M. et al. Propriedades de saúde de Spirulina spp. Rev. Ciênc. Farm. Básica Apl., v. 29, n.2, p. 109-117, 2008.

LU, H. et al. Preventive effects of Spirulina platensis on skeletal muscle damage under exercise-induced oxidative stress. Eur J Appl Physiol, v. 98, n. 2, p. 220-6, set. 2006.

KALAFATI, M. et al. Ergogenic and antioxidant effects of spirulina supplementation in humans. Med Sci Sports Exerc., v. 42, n. 1, p. 142-51, jan. 2010.

Corrida de rua e os cuidados na prevenção de lesões.

Campinas terá 40 corridas de rua em 2019 – Ouro Verde Mais

A corrida de rua é a modalidade esportiva que mais cresce no Brasil, assim, ganhando adeptos de todas as idades e classes sociais. Esse crescimento deve-se ao fato de a corrida ser um esporte democrático, praticado em qualquer ambiente e sem a necessidade de equipamentos específicos.

À medida que aumentam as participações em corridas de rua, observa-se um aumento proporcional no número de lesões, seja em atletas profissionais ou amadores.

 

Diversos estudos apontam que as lesões mais comuns são a síndrome femoropatelar e as tendinopatias. O joelho, por sua vez, é a região mais acometida em razão do grande impacto nos membros inferiores, que pode variar de um meio a três vezes o peso corporal do indivíduo.

Alterações musculoesqueléticas ? incluindo fraturas, luxações, distensões musculares e entorses ? são queixas frequentes de corredores de rua em sua totalidade. Os fatores associados envolvem erros de técnica, alongamento e aquecimentos insuficientes e falta de acompanhamento.

Quanto às lesões musculares, sabe-se que a prática rotineira de exercício estimula o desenvolvimento de musculatura específica que, durante o treinamento muscular, pode gerar desequilíbrios das forças que envolvem as articulações, provocando alterações mecânicas e posturais, assim, predispondo os atletas a lesões e a quedas de rendimento.

Em estudo de Rodrigues et al. (2017), avaliou-se a influência do treinamento semanal sobre a incidência de lesões em corredores de rua e o quanto o treinamento resistido contribui para a minimização dessas. Foram aplicados questionários na forma de entrevista em uma amostra de 123 corredores de rua, entre 18 e 69 anos, prestes a realizarem uma prova. As questões referiam-se à distância a ser percorrida na prova e à distância corrida na semana, à ocorrência de lesões nos últimos 12 meses e à prática de exercícios resistidos durante o treinamento.

OS AUTORES OBSERVARAM QUE 21,95% DO TOTAL DE ATLETAS TINHAM SOFRIDO LESÕES NOS ÚLTIMOS 12 MESES DE TREINAMENTO, E QUE 59,36% NÃO REALIZAVAM EXERCÍCIOS RESISTIDOS.

A literatura ressalta que este tipo de treino contribui para a redução de lesões em corredores; desse modo, os resultados do presente estudo corroboram isso. Entre os corredores que afirmaram praticar exercícios resistidos, apenas 16% apresentaram algum tipo de lesão em comparação a 26% dos atletas que relataram não praticar.

Oliveira et al. (2012), também, avaliaram a prevalência de lesões e o local atingido em corredores de rua (n=77) em estudo tipo transversal. Conforme já observado na literatura, a região mais atingida foi o joelho, seguida pela parte posterior da perna.

As lesões musculoesqueléticas apresentam causa multifatorial, sendo importante que a prescrição de treino seja realizada por profissional especializado e considerando o nível do corredor. Além disso, é essencial evitar o aumento brusco da carga semanal, pois isso contribui para o aumento do risco de lesões.

 


REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, D.G. et al. Prevalência de lesões e tipo de treinamento de atletas amadores de corrida de rua. Corpus et Scientia, v. 8, n. 1, p. 51-9, jun. 2012.

RIOS, E.T. et al. Influência do volume semanal e do treinamento resistido sobre a incidência de lesão em corredores de rua. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, v. 11, n. 64, p. 104-9, jan. 2017.

SARAGIOTTO, B.T. et al. Desequilíbrio muscular dos flexores e extensores do joelho associado ao surgimento de lesão musculoesquelética relacionada à corrida: um estudo de coorte prospectivo. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 38, n. 1, p. 64-8. 2016.

SOUZA, C.D.L. et al. Fatores de risco e prevenção das lesões musculoesqueléticas em praticantes de corrida. Revisão de literatura. Lecturas: Educación física y deportes, v. 20, n. 207, ago. 2015.

Saiba como o sono influencia na performance dos atletas.

Saiba como ter um sono reparador; veja dicas - Site RG – Moda, Estilo,  Festa, Beleza e mais

Em diversas modalidades esportivas, os atletas são submetidos a altas cargas de estresse, seja em longas horas de treino ou nas próprias competições. Todo esse esforço resulta em um cansaço que deve ser compensado por meio do sono.

 

A importância do sono reside no fato de ser um processo biológico complexo, com ação reparadora das funções orgânicas, alternado com períodos de vigília. Importante para o crescimento e o desenvolvimento infantojuvenil, o sono contribui para a otimização das funções cognitivas, sobretudo, de aprendizado e memória, bem como na recuperação pós-treino e melhora da performance.

 

Diversos trabalhos ressaltam que tanto a qualidade do sono – e seus distúrbios – quanto os transtornos de humor – como depressão e ansiedade – podem determinar o desempenho dos atletas. Dessa forma, avaliar o tempo total de sono do atleta, bem como a presença de distúrbios, fragmentação e qualidade deste são muito importantes. A literatura aponta que atletas tendem a dormir pior quando as competições se aproximam, quando estão fora de casa e nas vésperas dos eventos.

Em estudo de Bleyer et al. (2015), aspectos como sono, saúde e treinamento foram avaliados em 452 atletas de elite de Santa Catarina. Profissionais de modalidades coletivas (vôlei, futsal, futebol de campo, handebol, basquete) e individuais (atletismo, ginástica rítmica e artística, tiro) responderam ao questionário com informações pessoais, de duração e qualidade do sono, de sono e pesadelos às vésperas das competições, sobre a percepção subjetiva da própria saúde e se receberam instruções quanto ao sono nos treinamentos. De acordo com os resultados, mais de 70% dos atletas relataram pesadelos antes das competições e 48,5% disseram ter poucas horas de sono (menos de oito horas).

A importância do sono também foi comprovada em estudo recente de O’Donnell et al. (2018). O objetivo foi avaliar o cortisol salivar e o percentual de marcadores de estresse durante o treinamento e a competição, além de determinar os efeitos subsequentes no nível de sono de atletas femininas de elite praticantes de netball. O sono das atletas (n=10) foi monitorado em três ocasiões diferentes: após o término da partida, durante o treino e no dia de descanso. Além do nível de cortisol ter sido maior após a partida, o tempo de sono e sua qualidade foram menores em comparação a um dia de treinamento intensivo. Ademais, no dia da competição, o cortisol se mostrou elevado, enquanto a qualidade e quantidade do sono reduziram expressivamente em relação aos dias de treino e descanso. Os autores constataram que o estresse psicológico associado à competição parece exercer importante papel em distúrbios do sono.

Embora não haja uma recomendação específica da quantidade ideal de sono para cada modalidade esportiva, entende-se que, mais do que contribuir na melhora do rendimento, dormir ajuda no desenvolvimento e bem-estar geral do atleta, sendo importante o acompanhamento individual de sua qualidade e duração.

 


REFERÊNCIAS

BLEYER, F.T.S. et al. Sono e treinamento em atletas de elite do Estado de Santa Catarina, Brasil. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 29, n. 2, p. 207-216, abr. 2015.

LIMA, I.F. et al. Avaliação da qualidade do sono em atletas de alta performance. In: 8° CONGRESSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DA UNESP. Anais… Universidade Estadual Paulista (UNESP), p. 1-7. 2015.

O’DONNELL, S. et al. Sleep and stress hormone responses to training and competition in elite female athletes. European journal of sport science, v. 18, n. 5, p. 611-8, fev. 2018.

TEIXEIRA, F.R.M. et al. Nível de estresse e a qualidade do sono em paratletas de natação. Revista UNI-RN, v.16 v.17, suplemento, p. 247-256, jan. 2017.

Consumo de fruta na prática esportiva: o que a ciência diz?

A importância e os benefícios de incluir frutas na dieta | Receita de Vida | MSD

Uma dieta balanceada é essencial para alcançar melhor desempenho esportivo e para promover e manter a saúde do atleta. Durante o exercício, ocorre o esgotamento dos estoques de glicogênio muscular, a desidratação e os danos musculoesqueléticos que podem comprometer os resultados na prática.

Em exercícios de alta intensidade, os atletas passam por ciclos regulares de estresse fisiológico acompanhados por inflamação transitória, estresse oxidativo e alterações imunológicas, bem como crescentes influências nutricionais. As medidas mais eficazes, especialmente, quando consideradas a partir de uma perspectiva metabolômica, incluem a modulação no consumo de carboidratos e alimentos fontes de polifenóis. O consumo de carboidratos, seja por alimentos ou por suplementos, pode reduzir os níveis de hormônios relacionados ao estresse pós-exercício, a inflamação e a mobilização e oxidação de ácidos graxos. Uma forma eficiente, neste caso, é adequar a ingestão de frutas que, além de contribuir com o aporte de carboidratos, oferece alta concentração de polifenóis e metabólitos com benefícios para a capacidade oxidativa e imunomoduladora.

Um estudo comparou o efeito agudo da ingestão de banana ou de uma bebida composta por carboidratos a 6% (CHO), em 75 km de desempenho cíclico, a fim de avaliar a inflamação pós-exercício, parâmetros de estresse oxidativo e função imunológica inata, utilizando perfis tradicionais e metabolômicos. Para isso, 14 ciclistas treinados completaram dois testes de tempo de ciclagem de 75 km, em modelo randomizado e cruzado. As amostras de sangue pré, pós e 1 hora pós-exercício foram analisadas em relação à presença de glicose, fagocitose de granulócitos (GR) e monócitos (MO) e perfis metabólicos. Dos 103 metabólitos detectados, 56 apresentaram efeitos no tempo de exercício e apenas um (a dopamina) teve padrão de mudança que diferiu entre os dois grupos.  O grupo que ingeriu bananas apresentou maior concentração de dopamina, além de uma produção aumentada de glutationa e utilização de substratos em diferentes vias metabólicas.

A frutose é um tipo de carboidrato com algumas peculiaridades em relação ao consumo. Por oferecer baixo índice glicêmico, metabolismo independente de insulina e rápida absorção hepática, apresenta características que suportam sua indicação como suplemento pré-exercício, principalmente, com o intuito de melhorar o desempenho e prolongar o tempo até a exaustão em exercícios de endurance. Contudo ressalta-se que a forma recomendada de ingestão da frutose deve ser aquela encontrada naturalmente nas frutas, uma vez que sua combinação com a glicose (na fruta) potencializa as respostas metabólicas durante o exercício de força e favorece seu metabolismo imediatamente após o esforço, resultados comprovados em um modelo experimental com homens treinados.

REFERÊNCIAS

GONZALEZ, J. et al. Glucose Plus Fructose Ingestion for Post-Exercise Recovery—Greater than the Sum of Its Parts? Nutrients, v. 9, n. 344, p. 1-15, 2017.

LAMPRECHT, M. Supplementation with mixed fruit and vegetable concentrates in relation to athlete’s health and performance: scientific insight and practical relevance. Med Sport Sci., v. 59, p. 70-85, 2012.

NASCIMENTO, M. et al. Effect of a Nutritional Intervention in Athlete’s Body Composition, Eating Behaviour and Nutritional Knowledge: A Comparison between Adults and Adolescents. Nutrients, v. 8, n. 535, p. 1-14, 2016.

NIEMAN, D. et al. Bananas as an Energy Source during Exercise: A Metabolomics Approach. PLoS ONE, v. 7, n. 5, p. 1-7, 2012.

NIEMAN, D; MITMESSER, S. Potential Impact of Nutrition on Immune System Recovery from Heavy Exertion: A Metabolomics Perspective. Nutrients, v. 9, b. 513, p. 1-23, 2017.

ROSSET, R. et al. Postexercise repletion of muscle energy stores with fructose or glucose in mixed meals. Am J Clin Nutr., v. 105, n. 3, p. 609-617, Mar. 2017.

SÁ, C; FERNADÉZ, J; GRIGOLETTO, M. Respostas Metabólicas à Suplementação com Frutose em Exercício de Força de Membros Inferiores. Rev Bras Med Esporte, v. 16, n. 3, p. 176-181, Mai/Jun. 2010.

SHARMA, S. et al. Paradoxical Effects of Fruit on Obesity. Nutrients, v. 8, n. 633, p. 1-16, 2016.

A importância da alimentação para pessoas com doenças raras

Como retardar o amadurecimento das frutas: saiba mais

O Brasil tem mais de 13 milhões de pessoas com doenças raras, aquelas que afetam até 5 pessoas a cada 10 mil. Tem-se conhecimento, no país, de cerca de 7 de mil dessas doenças, sendo a maioria de origem genética.

Difíceis de diagnosticar, por apresentarem particularidades e sintomas parecidos com doenças comuns, são capazes de gerar danos à saúde do paciente. Um meio de melhorar a qualidade de vida dessas pessoas é por meio da nutrição e alimentação, que representa um papel essencial à elas.

A alimentação e a nutrição são indispensáveis a quem tem essas patologias. Podendo ser crônicas, progressivas e degenerativas, dar conforto e segurança aos diagnosticados com essas doenças é primordial e a alimentação pode ser um vetor desse processo.

Os alimentos precisam ser prescritos de forma adequada à individualidade de cada pessoa. No Pequeno Cotolengo, a refeição é um momento muito esperado pelos pacientes, como em qualquer família, afinal eles moram lá. Cada refeição é um momento de descobertas, de saborear muito mais que o alimento, de fortalecer vínculos e a identidade. Aprendem-se gestos, se vivem emoções, se proporciona autonomia. O afeto fortalece e gera força motriz para existir no mundo, reconhecer beleza e enfrentar desafios e obstáculos”.

A ideia é que a alimentação seja um momento prazeroso e possa ser uma experiência satisfatória independente do estado da comida, seja sólida, pastosa ou liquidificada, levando cores e sabores novos a cada refeição.

Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras

O Brasil apresenta legislação para dar assistência às pessoas com doenças raras desde 2014. A Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), institui incentivos financeiros de custeio aos necessitados.

Entre doenças raras conhecidas estão a Doença de Crohn, uma síndrome inflamatória do trato gastrointestinal e que ganhou notabilidade no meio da internet por acometer o influenciador Felipe Neto, o Lúpus, doença autoimune, a atrofia muscular espinhal (AME), causadora de problemas nos neurônios motores, o hipopituitarismo (deficiência do hormônio do crescimento), entre outros.

Fonte: CRN-8

Dieta vegana e onívora: conheça relação para ganho de massa muscular

salada de rabanete saudável com ovo e folhas verdes Foto de banco de imagens

Estudo da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP demonstrou como dietas veganas e onívoras podem ter os mesmos efeitos para o ganho de massa muscular. Para isso, seria necessário ter as devidas necessidade proteicas atendidas em ambas as dietas.

O “High-Protein Plant-Based Diet Versus a Protein-Matched Omnivorous Diet to Support Resistance Training Adaptations: A Comparison Between Habitual Vegans and Omnivores” estudou, observando treinamentos de força (a musculação) durante três meses, os ganhos de massa de 38 homens, sendo 19 deles veganos e 19 deles onívoros.

Para que não houvesse discrepâncias quanto às quantidades proteicas em cada indivíduo, foi necessária suplementação proteica específica, pois onívoros obtém proteína de maneira mais simples que veganos. Todos os dias foram ingeridas 1,6 grama de proteína por quilo (kg) de peso. O grupo de veganos recebeu proteína isolada de soja, enquanto os onívoros receberam proteína isolada de leite. Para o professor da USP e um dos autores do estudo, Hamilton Roschel, a suplementação proteica era essencial.

“A ideia era comparar o efeito da fonte proteica nos ganhos musculares em condições de igualdade. Para tal, ambos os grupos deveriam consumir quantidades de proteína suficientes na dieta, distinguindo-se, apenas, a fonte”, explica Roschel.

O resultado foi através da medição de massa magra, passando pela avaliação da área de secção muscular, permitindo observação direta do músculo e, por fim, utilizou-se de biópsia muscular. Essa última análise é feita para observar áreas de fibras musculares anterior e posteriormente ao projeto.

Veganos e a suplementação proteica

Veganos são aqueles que têm uma dieta baseada no consumo de vegetais e verduras. Já onívoro é aquele que consome alimentos de todos os tipos, incluindo-se os de origem animal, como carnes, leite, ovos e afins.

Para obter a demanda proteica exigida, os veganos ainda sofrem com uma dificuldade que onívoros não têm. Todavia, não é impossível ter uma dieta que atinja esse objetivo. “É um pouco mais difícil atingir um consumo proteico elevado só com alimentos em uma dieta vegana, por isso, as pessoas precisam de acompanhamento de um nutricionista para traçar estratégias a fim de atingir o necessário”, complementa Roschel.

Mesmo com essa necessidade de suplementação proteica, os resultados do estudo demonstraram que não há diferença entre a capacidade das fontes quanto ao ganho de massa muscular e suas qualidades para tal. “Essa questão sobre a qualidade da proteína vinha sendo muito discutida sob o ponto de vista mecanístico, mas não sob o aspecto clínico”, finaliza o professor.

Fonte: Jornal USP

A inovação nas formas farmacêuticas na prescrição magistral

Apresentação e forma farmacêutica...

A formulação magistral, termo utilizado para a prescrição de fórmulas manipuladas, destinadas à suplementação nutricional individualizada, vem evoluindo cada vez mais, inclusive, nas apresentações farmacêuticas inovadoras. Mas, por que escolher as formulações magistrais?

As vantagens da formulação magistral!

Essa forma de prescrever manipulados abre a possibilidade de oferecer tratamentos personalizados e únicos, que vão de encontro às necessidades específicas de cada paciente, levando em consideração a melhor via de administração, o veículo, a melhor forma farmacêutica e a dosagem específica, de acordo com o indivíduo e o ativo ou nutriente a ser prescrito, atendendo à risca à individualidade bioquímica do seu paciente, garantir uma prescrição individualizada e eficaz. Ainda, é possível eliminar e substituir excipientes que podem induzir reações adversas e que tenham melhor qualidade, e ainda melhorem a biodisponibilidade do ativo.

Existem legislações vigentes para nortear a prescrição magistral do nutricionista, como a  Resolução CFN Nº 656, de 15 de junho de 2020, além de livros e cursos específicos para agregar mais segurança na conduta clínica.

Forma farmacêutica – Inovação que auxilia na adesão ao tratamento e na sua eficácia:

Com o avanço da tecnologia na área farmacêutica, atualmente existem diversas e inovadoras apresentações farmacêuticas que podem ser utilizadas na hora da prescrição, porém, é importante lembrar que está vedado ao nutricionista produto que use via de administração diversa do sistema digestório. Confira abaixo um guia prático para você conhecer algumas das formas farmacêuticas inovadoras que você pode utilizar na sua prática clínica para prescrever diferentes nutrientes, ativos e probióticos:

Gel comestível – normalmente à base de diferentes tipos de carboidratos, é indicado para praticantes de atividade física, tendo rápida absorção. Pode ser utilizado pré, intra ou pós-treino, sendo prático.

Gomas, chicletes e pirulitos  – abrem uma gama de sabores e combinações, melhorando, inclusive, a aceitação de crianças ou para indivíduos que tenham dificuldade de deglutição. Além disso, podem ser utilizadas de forma a melhorar a adesão de adultos por ser uma forma inovadora. Inclusive, existem alguns ativos que apresentam uma maior biodisponibilidade nesta apresentação, como a cafeína veiculada em chiclete.

Shots – na forma líquida, em embalagem flaconete, que permite facilidade e praticidade. O shot é ideal para crianças, idosos ou pacientes com dificuldade de deglutição, além da efetividade em formulações pré e pós-treino. Além disso, o shot possui uma grande variedade de sabores, garantindo versatilidade na hora da prescrição.

Chocolate – pode ser utilizada uma base de chocolate funcional e com alto teor de cacau, na forma de bombons e até cremes. Incorpora diversos nutrientes e ativos, além de propiciar ainda mais benefícios, pelo fato de ser fonte de polifenóis, l-triptofano, entre outros.

Sachê – após a sua dissolução em veículo líquido, como água, pode se transformar em sucos, sorvetes, chás, cappuccinos, shakes e sopas. Sua forma individualizada proporciona maior praticidade de uso e de transporte, sendo indicado para aquelas formulações que combinam alta concentração de nutrientes ou ativos. Indicado para crianças e pacientes com dificuldade de deglutição, ou que precisam de uma forma prática para transportar o suplemento.

Iogurtes – são uma ótima aposta de fórmulas farmacêuticas diferenciadas, facilitando a adesão das crianças e até mesmo idosos aos tratamentos diversos. Existem bases de iogurte sem adição de açúcares.

É de suma importância que o nutricionista se certifique junto ao farmacêutico se a forma farmacêutica solicitada em prescrição é viável.

Fonte: Revista Nutri Online

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