SUPLEMENTAÇÃO PROTEÍNAS VEGANAS E PROTEÍNAS DE ORIGEM ANIMAL: EFEITOS NO METABOLISMO PROTEICO

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Suplementos proteicos e aminoácidos são considerados, dentro do cenário da nutrição esportiva/estética, os produtos de maior interesse, procura e consumo por atletas e praticantes de atividade física. Independente do objetivo ser a melhora do desempenho esportivo, o aumento de massa muscular ou o emagrecimento, sempre há grande atenção e discussão em torno do consumo proteico diário. Algumas dúvidas quanto a melhor forma de consumo/suplementação como qual a quantidade ideal, o momento mais indicado para consumo, a fonte de proteína mais apropriada e a combinação ou não com demais nutrientes vem evoluindo bem em termos de evidências científicas nos últimos anos (Cintineo et al, 2018; Samal & Samal, 2018). Contudo, com a constante busca por mudanças no estilo de vida da população, um dos assuntos que ganhou repercussão foi acerca do padrão alimentar vegetariano/vegano sobre o metabolismo proteico. Com isso, os suplementos proteicos veganos surgem como alternativa. Porém, resta a dúvida: em termos de metabolismo proteico muscular, vegetarianos/veganos e carnívoros podem apresentar o mesmo resultado?

Se tratando de alimentação, proteínas se resumem a carnes, frango, peixes e ovo. Alimentos de origem vegetal como leguminosas e cogumelos possuem uma carga de proteína em sua composição, porém, não podem ser considerados como fonte de proteína. Por exemplo, 100 g de peito de frango possui aproximadamente 30g de proteína. Para termos o mesmo teor proteico, seria necessário consumir cerca de 1,2kg de shimeji ou 340g de grão de bico. O problema é que 100g de filé de frango não acrescentaria nada ao teor de carboidratos da dieta, enquanto que o shimeji e o grão de bico somariam 20 e 85g de carboidratos, respectivamente, ou seja, 80 e 340kcal a mais no plano dietético. Não podemos esquecer que, para quem tem por objetivo a perda de gordura, essas calorias a mais podem atrapalhar no delineamento da estratégia que preza pelo balanço energético negativo. Em função disso, suplementos proteicos veganos que agreguem valor no quesito proteína sem comprometer a ingestão calórica são considerados de alta aplicabilidade para quem deseja adotar um padrão vegano/vegetariano.

Comparando duas fontes proteicas distintas (whey protein isolado e proteína isolada do arroz), não necessariamente veremos diferença no teor de macronutrientes. Porém, ao olharmos o aminograma dos mesmos, certamente veremos que a proteína de origem vegetal possui menor quantidade de alguns aminoácidos em relação ao whey e vice-versa. A tabela abaixo ilustra a comparação entre os aminogramas destas fontes proteicas. Um dos maiores alvos de crítica sobre as proteínas veganas é a limitação na quantidade de leucina, aminoácido essencial conhecido como “gatilho biológico” para o estímulo da síntese proteica muscular.

De fato, se compararmos o efeito do consumo de 30g de whey protein isolado com 30g de proteína isolada do arroz, veremos que a síntese proteica muscular será superior frente ao consumo do soro do leite. Entretanto, a comparação não é justa uma vez que a composição destas doses é distinta em termos de aminoácidos essenciais. Para solucionar tal deficiência, Joy et al. (2013) propôs a comparação entre 25g de whey protein isolado com 36g de proteína isolada do arroz. Em outras palavras, os autores aumentaram a dose de consumo de proteína vegetal para compensar a deficiência de aminoácidos essenciais. Durante 12 semanas, 24 homens jovens e saudáveis foram submetidos ao treinamento de força progressivo e supervisionado e suplementaram as doses acima descritas no período pós-treino. O painel abaixo ilustra os resultados. Ambas as fontes proteicas promoveram aumento de volume e força muscular sem qualquer diferença entre elas. Em conclusão, é possível equivaler advindos de proteínas veganas aos de origem animal desde que a deficiência de aminoácidos essenciais da primeira seja compensada por meio do aumento da dosagem.

Outros estudos apontam para a alternativa de fortificar a fonte proteica com o aminoácido limitante. Como exemplo, Casperson et al. (2012) avaliou o efeito do consumo de uma dieta enriquecida com leucina (4g por refeição) em idosos que consumiam dieta hipoproteica (deficiente em aminoácidos essenciais). Como resultado, a dieta fortificada com leucina promoveu aumento de síntese proteica muscular e de marcadores pós-traducionais como mTOR e p70S6k.

O fato de optar pela adoção de um padrão alimentar vegetariano/vegano não é sinônimo de deficiências ou ineficiência proteica. Porém, é necessário que alguns pontos sejam considerados na intenção de adequar os fatores limitantes. Em primeiro lugar, considerar o contexto dietético de modo a garantir que, para o objetivo proposto, haja adequação calórica (balanço energético) e de carboidratos e gorduras. Segundo, considerar que alimentos vegetais com teor de proteína também carregam consigo uma concentração de carboidratos. Em terceiro, considerar o uso de suplementos proteicos veganos que, embora sejam deficientes em alguns aminoácidos essenciais, fornecem um bom aporte proteico sem comprometer a ingestão dos demais macronutrientes. Por fim, estudar o aminograma do produto e em função das limitações encontradas considerar a possibilidade de aumentar a dose de consumo ou complementar a suplementação com os aminoácidos essenciais deficientes.

Referências bibliográficas:

Casperson SL, Sheffield-Moore M, Hewlings SJ, Paddon-Jones D. Leucine supplementation chronically improves muscle protein synthesis in older adults consuming the RDA for protein. Clin Nutr. 2012 Aug;31(4):512-9. / Cintineo HP, Arent MA, Antonio J, Arent SM. Effects of Protein Supplementation on Performance and Recovery in Resistance and Endurance Training. Front Nutr. 2018 Sep 11;5:83. / Joy JM, Lowery RP, Wilson JM, Purpura M, De Souza EO, Wilson SM, Kalman DS, Dudeck JE, Jäger R. The effects of 8 weeks of whey or rice protein supplementation on body composition and exercise performance. Nutr J. 2013 Jun 20;12:86. / Samal JRK, Samal IR. Protein Supplements: Pros and Cons. J Diet Suppl. 2018 May 4;15(3):365-371.

Fonte: Vitaforscience

CREATINA NO ATLETA VEGETARIANO

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A creatina é uma amina sintetizada no fígado e rins a partir dos aminoácidos arginina, glicina e metionina, pela ação da enzima l-arginina-glicina-amidinotransferase (AGAT). Sua principal e mais estudada função acontece na participação do processo de contração muscular. Atualmente a creatina é uma das principais substâncias usadas no esporte com finalidade ergogênica agindo como doador de fosfato para ressíntese da molécula ATP (Lemos Pinto, 2015) (Blancquaert L, et al, 2018) (McArdle. Et al. 2016).

Síntese e ressíntese de ATP – Sistema ATP-CP

Cerca de 95% do total de creatina existente no organismo humano, está localizada no músculo esquelético e, dentre as fontes alimentares, as carnes (carne vermelha, frango e peixe) são as únicas ricas em creatina (Gualano, 2008). Entretanto, vale a reflexão de que alimentação destes animais é de origem vegetal e garante bons níveis de creatina em seus tecidos, o que nos permite considerar as fontes alimentares de origem vegetal (Blancquaert L, et al, 2018).

Neste contexto, um estudo recente comparou o comportamento metabólico pré e pós treino de 3 grupos de corredores: vegetarianos estritos, ovolacto-vegetarianos e onívoros. Houve aumento de 10 e 12% no nível de guanadinoacetato plasmático nos dois grupos vegetarianos (ovolacto e estritos, respectivamente) ao passo que a amostra onívora apresentou redução de 13% (Nebl, et al 2019). O guanidinoacetato, molécula oriunda da reação entre L-arginina e L-glicina, catalisada pela enzima AGAT, é precursor direto de creatina e predominantemente localizado nos rins e fígado. Apesar do resultado não ter sido estatisticamente significante, os autores destacam a tendência ao aumento da concentração muscular da enzima AGAT nos vegetarianos (Nebl, et al 2019).

É unanime na literatura que os níveis de creatina intramuscular são diretamente proporcionais à demanda de intensidade a que o músculo é exposto, consequência da adaptação fisiológica gerada pelo exercício, principalmente no treino de força. Dessa forma o estímulo ambiental aliado ao consumo via alimento ou suplemento, compõe a mais eficiente estratégia para aumento e manutenção da creatina intramuscular (Rogerson D. 2017). Porém, a diferença no comportamento metabólico pós exercício indica que, possivelmente, o padrão dietético pode oferecer aos não consumidores de creatina uma ressíntese mais rápida quando comparados com organismos que recebem creatina via exógena onde priorizam a ressíntese nos rins e fígado (Nebl, et al 2019).

Conclui-se que o efeito ergogênico da suplementação de creatina em vegetarianos pode ser mais relevante que em onívoros, entretanto recente estudo mostra uma tendência na adaptação funcional, sugerindo ser tão eficiente quanto a suplementação de precursores arginina, glicina e metionina para aumento de creatina, uma vez que a atividade da AGAT intramuscular é maior na população vegetariana. Mais estudos são necessários para confirmar o indicio levantado pelo estudo de que a ressíntese intramuscular de creatina no pós treino é mais rápida nos indivíduos vegetarianos do que em onívoros.

Referências bibliográficas:

BLANCQUAERT L, BAGUET A, BEX T, VOLKAERT A, EVERAERT I, DELANGHE J, PETROVIC M, VERVAET C, DE HENAUW S, CONSTANTIN-TEODOSIU D, GREENHAFF P, DERAVE W. Changing to a vegetarian diet reduces the body creatine pool in omnivorous women, but appears not to affect carnitine and carnosine homeostasis: a randomised trial.  Br J Nutr. 2018. / GUALANO, B,; UGRINOWITSCH, C.; SEGURO, A.C.; JUNIOR, A.H.L. A suplementação de creatina prejudica a função renal Rev Bras Med Esporte – Vol. 14, No 1 – Jan/Fev, 2008. / LEMOS PINTO. Efeito de suplementação de creatina associada a um programa de treinamento físico resistido sobre massa magra, força e massa óssea em idosos, 11-23 p. 2015. Tese (Mestre em Nutrição e Saúde) – Universidade Federal de Goias, Goiânia. / McArdle, Katch F., Katch V. Fisiologia do execício e nutrição, exercício e desempenho humano . 8ª edição 2016. / NEBL, JOSEFINE ,KATHRIN DRABERT, SVEN HAUFE, PAULINA WASSERFURTH, JULIAN EIGENDORF, UWE TEGTBUR, ANDREAS HAHN AND DIMITRIOS TSIKAS. Exercise-Induced Oxidative Stress, Nitric Oxide and Plasma Amino Acid Profile in Recreational Runners with Vegetarian and Non-Vegetarian Dietary Patterns. Nutrients 2019. / ROGERSON D.  Vegan diets: practical advice for athletes and exercisers – Journal of the International Society of Sports Nutrition volume 14, Article number: 36. 2017.

Fonte: Vitaforscience

EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DO TRIPTOFANO NOS DISTÚRBIOS DO SONO E DEPRESSÃO

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O sono, umas das principais exigências fisiológicas do corpo humano, vem sendo um dos maiores focos de pesquisas pela comunidade científica ao longo de décadas.
Sabe-se que a influência da qualidade do sono possui relação direta com fatores nutricionais, bem como nos mais diversos mecanismos de controle metabólico, regulação hormonal, níveis de estresse, atividade do sistema de defesa antioxidante, processos inflamatórios e no sistema imunológico (figura 1).

Figura 1: Influência da dieta no ciclo sono/vigília (adaptado de PEUHKURI, K.  et al., 2012).

img-news-Nutrientes na Modulação da Qualidade do Sono - Figura 1

Dentre as substâncias que exercem influência direta sobre a qualidade do sono podemos citar os aminoácidos (L- triptofano e glicina), as vitaminas do complexo B (niacina e piridoxina) que participam de vias bioquímicas para síntese de neurotransmissores como melatonina, serotonina e ácido gama amino butírico (GABA).
A melatonina é uma substância encontrada em alguns alimentos de origem vegetal e em humanos secretada naturalmente pela glândula pineal, especialmente à noite (NABAVI, 2019). Sua biossíntese é dependente do L-triptofano.  Vários estudos correlacionam níveis baixos de melatonina em adultos com padrões anormais de sono e maior incidência de insônia.
O L-triptofano (TRP) é um aminoácido e um componente essencial da dieta humana e desempenha papel crucial em muitas funções metabólicas. Suas concentrações podem variar de acordo com a presença de distúrbios metabólicos, bem como os sinais e sintomas associados a essas doenças.
A ingestão de TRP pela dieta aumenta suas concentrações cerebrais, estimulando a síntese e liberação do neurotransmissor serotonina produzindo impacto direto na melhora do humor e sono. No entanto, a ingestão de TRP tem outros efeitos, como o aumento da produção de serotonina no intestino, aumento das concentrações plasmáticas de serotonina, estimulando a produção do hormônio melatonina ou estimulando o metabolismo do TRP pela via da quinurenina (KYN) e possivelmente estimulando a produção de metabólitos do TRP no microbioma intestinal.
FERNSTROM (2016) descreve sua importância na conexão do eixo cérebro-intestino, ressaltando sua participação na regulação do neurotransmissor serotonina.
Vários metabólitos da KYN têm ação excitatória de receptores no intestino e no cérebro, por isso a importância de manutenção dessa via em baixa atividade, garantindo que o TRP disponível seja destinado para a síntese de serotonina.

Figura 2: Vias metabólicas e bioquímicas no intestino e no sangue que moderam a capacidade do L-triptofano (TRP) para entrar no cérebro como precursor da síntese de serotonina cerebral (GIBSON, 2018).

A suplementação com este aminoácido é amplamente utilizada como recurso para tratamento da depressão e distúrbios do sono, principalmente devido à sua relação citada anteriormente com a síntese de serotonina e melatonina (KA?U?NA-CZAPLI?SKA, 2019).
Grande parte do TRP é direcionada para a produção de niacina (B3) pela via da quinurenina (KYN) conforme demonstrado na figura 2, um produto inflamatório da via da serotonina, cuja concentração pode se associar com redução do tempo total de sono e gravidade da depressão (MUKHERJEE, 2018).
Niacina e piridoxina têm relação direta com a via bioquímica para produção de serotonina e melatonina. Uma das etapas da produção de serotonina onde ocorre a conversão de 5-hidroxitriptofano em 5-hidroxitriptamina (5-HTP) é dependente da ação da enzima 5-HTP descarboxilase e do piridoxal fosfato (vitamina B6). Já a niacina tem sua importância definida uma vez que em sua deficiência, o organismo humano é capaz de sintetizá-la a partir da degradação de triptofano em quinurenina. Essa via é consideravelmente ativada mediante liberação de fatores e substâncias inflamatórias. O grande problema é que nessa rota bioquímica, faltará triptofano para produzir serotonina e melatonina, fundamentais para a sensação de relaxamento e melhor qualidade do sono.

Figura 3:  Participação dos nutrientes nas vias de neurotransmissão serotoninérgicas (Adaptado de: SHABBIR, 2013).

Outro aminoácido importante nesse sistema de regulação de neurotransmissores é a glicina. Dentre as mais variadas funções no organismo humano (Figura 4), sua ação possui sinergismo com a atividade inibitória proporcionada pelo ácido gama amino butírico (GABA).
Seu uso antes do período de sono melhora a qualidade do sono, especialmente em indivíduos com tendência à insônia (BANNAI, 2012). Sugere-se que essa ação ocorra por conta da indução à fase REM (movimento rápido dos olhos), característica do sono profundo, maior estado de relaxamento e restauração fisiológica (KAWAI, 2015).

Existem importantes fatores que exercem impacto negativo na qualidade do sono. Alguns alimentos cuja composição tenha substâncias estimulantes/excitatórias ou aditivos alimentares (café, chocolate, pimenta, gengibre, guaraná, alguns queijos, glutamato monossódico, etc.), portanto é importante reduzir ou restringir o consumo desses alimentos e substâncias próximo ao período de repouso.
Assim como os alimentos, outro aspecto importante é uma adequação comportamental e ambiental que favoreçam um maior relaxamento no período que antecede e durante o horário de repouso, a conhecida “higiene do sono”. Alguns procedimentos podem ser destacados como exposição mínima ou nenhuma à luminosidade (luz ambiente, TV, etc.), temperatura ambiente agradável e ambiente silencioso.

Referências Bibliográficas:

ALTENA, Ellemarije et al. Dealing with sleep problems during home confinement due to the COVID?19 outbreak: Practical recommendations from a task force of the European CBT?I Academy. Journal of Sleep Research, p. e13052, 2020. / BANNAI, Makoto; KAWAI, Nobuhiro. New therapeutic strategy for amino acid medicine: glycine improves the quality of sleep. Journal of pharmacological sciences, v. 118, n. 2, p. 145-148, 2012. / FERNSTROM, John D. A perspective on the safety of supplemental tryptophan based on its metabolic fates. The Journal of nutrition, v. 146, n. 12, p. 2601S-2608S, 2016. / GIBSON, E. L. Tryptophan supplementation and serotonin function: genetic variations in behavioural effects. Proceedings of the Nutrition Society, v. 77, n. 2, p. 174-188, 2018. / HARVEY, Robert J. et al. A critical role for glycine transporters in hyperexcitability disorders. Frontiers in molecular neuroscience, v. 1, p. 1, 2008. / KA?U?NA-CZAPLI?SKA, Joanna et al. How important is tryptophan in human health?. Critical reviews in food science and nutrition, v. 59, n. 1, p. 72-88, 2019. / KAWAI, Nobuhiro et al. The sleep-promoting and hypothermic effects of glycine are mediated by NMDA receptors in the suprachiasmatic nucleus. Neuropsychopharmacology, v. 40, n. 6, p. 1405-1416, 2015. / MUKHERJEE, Dahlia et al. Total sleep time and kynurenine metabolism associated with mood symptom severity in bipolar disorder. Bipolar disorders, v. 20, n. 1, p. 27-34, 2018. / NABAVI, Seyed Mohammad et al. Anti-inflammatory effects of Melatonin: A mechanistic review. Critical reviews in food science and nutrition, v. 59, n. sup1, p. S4-S16, 2019. / PEUHKURI, K.  et al., Diet promotes sleep duration and quality. Nutrition research, v. 32, n. 5, p. 309-319, 2012. / RAZAK, Meerza Abdul et al. Multifarious beneficial effect of nonessential amino acid, glycine: a review. Oxidative medicine and cellular longevity, v. 2017, 2017. / SHABBIR, Faisal et al. Effect of diet on serotonergic neurotransmission in depression. Neurochemistry international, v. 62, n. 3, p. 324-329, 2013.

Fonte: Vitaforsicence

COMO ATINGIR UM “SUPER ENVELHECIMENTO”

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Pense nas pessoas que estão com 65 anos ou mais velhas. Algumas delas estão enfrentando as dificuldades mentais habituais da velhice, como o esquecimento ou a diminuição da atenção. No entanto, outras conseguem manter-se mentalmente afiadas.

Por que algumas pessoas mais velhas permanecem mentalmente ágeis, enquanto outras não? “Superagers” (um termo cunhado pelo neurologista Marsel Mesulam, o qual denomina pessoas com um envelhecimento saudável, ativo e producente) são aqueles cuja memória e atenção não estão apenas acima da média para a sua idade, mas estão realmente como a de saudáveis e ativas pessoas de 25 anos de idade. Meus colegas e eu no Hospital Geral de Massachusetts estudamos recentemente os superagers para entender o que os faz assim tão fortes mentalmente.

Nosso laboratório utilizou ressonância magnética funcional para fazer a varredura e comparar os cérebros de 17 dessas pessoas mais velhas e mentalmente ágeis com os de outras pessoas de idade similar mas apresentando envelhecimento padrão. Conseguimos identificar um conjunto de regiões cerebrais que distinguem os dois grupos. Essas regiões eram mais finas para os mais velhos com envelhecimento padrão, um resultado da atrofia relacionada com a idade. Mas nos indivíduos com um super envelhecimento, as regiões cerebrais eram indistinguíveis daquelas de adultos jovens – aparentemente intocadas pelos estragos do tempo.

Quais são essas regiões cruciais do cérebro? Se você pedisse à maioria dos cientistas para adivinhar, eles poderiam nomear regiões que são pensadas como “cognitivas” ou dedicadas ao pensamento, como o córtex pré-frontal lateral. No entanto, isso não é o que encontramos. Quase toda a ação foi em regiões “emocionais”, como o giro do cíngulo médio do córtex e a porção anterior da ínsula.

Meu laboratório não foi surpreendido por esta descoberta, porque vimos a neurociência moderna desacreditar a noção que há uma distinção entre as regiões “cognitivas” e “emocionais” do cérebro.

Essa distinção surgiu na década de 1960, quando um médico chamado Paul MacLean inventou um modelo do cérebro humano com três camadas. Uma camada interior antiga, herdada dos répteis, era presumida conter circuitos para a sobrevivência básica. A camada média, o “sistema límbico”, supostamente continha circuitos de emoção herdados de mamíferos. E a camada mais externa foi dita para abrigar o pensamento racional que é exclusivamente humano. O Dr. MacLean chamou este modelo de “cérebro trino”.

O cérebro trino tornou-se (e permanece) popular na mídia, no mundo dos negócios e em certos círculos científicos. Mas especialistas em evolução cerebral o desacreditaram décadas atrás. O cérebro humano não evoluiu como um pedaço de rocha sedimentar, com camadas de crescente sofisticação cognitiva lentamente acumuladas ao longo do tempo. Em vez disso (nas palavras do neurocientista Georg Striedter), os cérebros evoluem como as empresas: se reorganizam à medida que se expandem. As áreas do cérebro que o Dr. MacLean considerava emocionais, como as regiões do “sistema límbico”, são agora conhecidas como os principais centros de comunicação geral. Além da emoção, são importantes para muitas funções, como linguagem, estresse, regulação dos órgãos internos e até mesmo a coordenação dos cinco sentidos em uma experiência coesa.

 agora, nossa pesquisa demonstra que essas regiões principais atuam significativamente para um super envelhecimento. Quanto mais grossas são essas regiões do córtex, melhor o desempenho de uma pessoa em testes de memória e atenção, como memorizar uma lista de substantivos e relembrá-la 20 minutos depois.

Claro, a grande questão é: Como você consegue ter um super envelhecimento?

Quais as atividades, se houver, que aumentariam suas chances de permanecer mentalmente afiado na velhice? Ainda estamos estudando esta questão, mas a nossa melhor resposta no momento é: trabalhar ou se empenhar duro em algo. Muitos laboratórios observaram que essas regiões críticas do cérebro aumentam sua atividade quando as pessoas realizam tarefas difíceis, quer o esforço seja físico ou mental. Você pode, portanto, ajudar a manter essas regiões espessas e saudáveis através de exercício vigoroso e ataques de esforço mental extenuante.

No entanto, a estrada para um super envelhecimento é difícil porque estas regiões do cérebro têm uma outra propriedade intrigante: quando aumentam sua atividade, você tende a sentir-se consideravelmente mal – cansado, frustrado. Pense na última vez que você lutou com um problema de matemática ou empurrou-se para seus limites físicos. O trabalho duro faz você se sentir mal no momento. O Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos tem um lema que incorpora este princípio: “A dor é a fraqueza deixando o corpo”. Ou seja, o desconforto do esforço significa que você está construindo músculo e disciplina. Os superagers são como fuzileiros navais: eles se sobressaem ao não desistir de uma atividade por causa do desagrado temporário do esforço intenso. Estudos sugerem que o resultado é um cérebro mais jovem que ajuda a manter uma memória mais nítida e uma maior capacidade de prestar atenção. Isso significa que quebra-cabeças agradáveis como o Sudoku não são suficientes para proporcionar os benefícios de um super envelhecimento. Nem os sites populares de “jogos cerebrais”. Você deve fazer uma atividade que exija bastante esforço, tipo “Faça-a até que doa, e então um pouco mais”.

Nos Estados Unidos, somos obcecados com a felicidade. Mas, à medida que as pessoas envelhecem, a pesquisa mostra que se cultiva a felicidade evitando situações desagradáveis. Isso às vezes é uma boa ideia, como quando você evita um vizinho rude. Mas se as pessoas contornarem consistentemente o desconforto do esforço mental ou físico, esta restrição pode ser prejudicial para o cérebro, pois o seu tecido se torna mais fino com o desuso. Se você não usá-lo, você o perderá. Então, assuma uma atividade desafiadora. Aprenda uma língua estrangeira. Faça um curso universitário on-line. Domine um instrumento musical. Trabalhe esse cérebro.

Fonte: Essential Nutrition

 

A VERIFICAÇÃO HORMONAL PODE NÃO DEPENDER DA IDADE CRONOLÓGICA

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Muitos ficam surpresos ao descobrir que subs­tâncias que soam familiares são, na verdade, hormônios: a melatonina, envolvida em inúmeros processos fisiológicos, incluindo a sincronização dos ritmos circadianos, a regulação da pressão arte­rial, a função imune; a ocitocina reponsável pelas relações sociais e amorosas, reprodução sexual, parto, aprendizagem e memória.

Bem como a forma ativa da vitamina D, o calcitriol, é um pró-hormônio, ou seja, atua conjuntamente com outros hormônios ou age como um precursor. A surpresa é ainda maior quando se conscientizam das suas muitas funções e benefícios.

Por trás da teoria defendida que a verificação hormo­nal não deve depender de idade cronológica espe­cífica estão alguns médicos especialistas, como o belga Dr. Thierry Hertoghe, autor de numerosos livros e presidente da World Society of Anti-Aging Medicine. Seus argumentos convergem para que até mesmo crianças e adolescentes podem apresentar carências hormonais.

Na mesma linha, o Dr. Michael A. Smith, cientista sênior de saúde da organização de pesquisa sem fins lucrativos Life Extension Foundation, observa que as mulheres deveriam checar seus hormônios – pregnenolona, progesterona, testosterona, estrogê­nio, DHEA, hormônios da tireoide – a partir dos 30 anos de idade, período este que inicia sua redução. Esta redução antecede o envelhecimento cronoló­gico, pois muitos processos do envelhecimento são secundários à carência hormonal.

Sem precisar uma idade específica, desde o início da vida adulta de uma mulher, mudanças ocorrem na forma como os hormônios são produzidos e metabo­lizados. Alguns tecidos se tornam menos sensíveis aos hormônios que os controlam, que, por sua vez, também são quebrados (metabolizados) mais lenta­mente. E dentro da complexidade de seus meca­nismos, muitos dos órgãos que produzem certos hormônios são controlados por outros hormônios. O declínio ou desequilíbrio hormonal ocorre, portanto, à medida que os anos passam, mas também depen­dendo do histórico pessoal.

MUITO ALÉM DA MENOPAUSA

É conhecido que durante a perimenopausa (etapa de transição que antecede a menopausa) e menopausa, a produção de progesterona tende a declinar mais rapidamente em relação ao estrogênio. Este dese­quilíbrio favorece o excesso de estrogênio, tornando a mulher mais suscetível a um aumento de risco de uma série de problemas de saúde. É o processo de dominância estrogênica, que provoca alterações conhecidas a muitas mulheres: irritabilidade, reten­ção de líquidos, aumento no índice de doenças mamárias e períodos menstruais anormais.

Nessa fase, mulheres que optaram pela modulação hormonal apontaram perceber melhoras no humor, memória, sono, cabelo, fogachos, libido, dor de cabeça, retenção de líquidos.

Mesmo quem está longe do período da menopausa pode enfrentar um desequilíbrio nos hormônios. Também é conhecido o risco de deficiência hormonal antes ou durante a gravidez, por exemplo, relacionada aos hormônios da tireoide. Para uma mulher que deseja engravidar, estes hormônios (T3 e T4) têm um papel importante na concepção e, durante a gravidez, eles são indispensáveis na manutenção de uma gestação saudável, no desenvolvimento fetal e neurológico do bebê.

Outro exemplo sólido onde tradicionalmente se faz verificação hormonal pode ocorrer durante a fase de crescimento de uma criança ou adolescente, quando se constata que a velocidade do seu crescimento é inadequada para sua faixa etária. Nesta situação é verificado o nível do hormônio do crescimento (GH). 

Mas, à parte desses exemplos que já seguem protocolos de reposição hormonal para deficiên­cias já instaladas, pode-se usar a suplementação de hormônios na área da prevenção.

A modulação hormonal, dependendo do indivíduo, pode ocorrer em qualquer idade. Uma deficiência do hormônio (e antioxidante) melatonina pode ser cons­tatada em decorrência de condições metabólicas e neurológicas, como o diabetes tipo 2 e resistência geral à insulina, enxaqueca e outras formas de dor severa, como também câncer – todas condições que podem surgir independentemente da idade. Mulheres após os 30 anos, sob momento de estresse, podem sentir que se levantam cansadas – outro sintoma que pode sinalizar que seus níveis de melatonina podem estar alterados.

Já o DHEA e DHEA sulfato, esteroides adrenais (hormônios sexuais) com um nome longo: dehidro­epiandrosterona, possuem mais de 3.700 pesquisas científicas que avaliaram seus efeitos sobre muitas e diferentes células e tecidos do corpo. O multifuncio­nal DHEA atua fundamentalmente na manutenção do equilíbrio do sistema hormonal e vitalidade, modula uma variedade de vias em todo o corpo envolvidas em vários aspectos da saúde e doenças através de ações diretas e independentes como um precursor de androgênios e estrogênios. Ele também regula a inflamação, que é a força propulsora que gera muitas doenças.

Os benefícios da sua presença no organismo são muitos, mas a má notícia é que, exatamente como pode acontecer com outros hormônios durante o avançar da idade, no caso do DHEA, uma pessoa aos 80 anos pode ter seus níveis reduzidos em 80 ou 90%, em comparação a quando era jovem. A boa notícia é que estudos vêm afirmando que uma pequena dose diária para as mulheres que apresentem seu déficit (mulheres jovens com anorexia nervosa, insuficiência adrenal, mulheres mais velhas) resulta em melhora óssea, muscular, cutânea, aumento da libido e bem-estar, por provocar pequeno aumento de testoste­rona, e mesmo efeitos protetores da função vascular, sem apresentar efeitos adversos se usado de forma correta.

Fonte: Essential Nutrition

IMPORTÂNCIA DOS CARBOIDRATOS DE BAIXO ÍNDICE GLICÊMICO DURANTE OS TREINOS

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O fornecimento adequado de energia é um fator crucial, tanto no desempenho físico como mental. E isto é algo que os atletas que treinam intensamente já conhecem muito bem. Para que os músculos possam ter o maior desempenho, eles necessitam de combustível suficiente em forma de carboidratos.

Antes, se pensava que apenas a quantidade de carboidratos era importante. Agora, a atenção está cada vez mais voltada ao tipo de carboidrato, fazendo-se uma distinção entre carboidratos “rápidos e com curta ação” e os mais desejados “lentos e com ação prolongada”.

Carboidratos com um alto IG (índice glicêmico) são facilmente absorvidos e entram na corrente sanguínea com rapidez, elevando o nível de açúcar no sangue de forma repentina. Por outro lado, o declínio tem a mesma rapidez, resultando na queda do nível de açúcar no sangue.

Quando isso acontece, o organismo mobiliza sua própria glicose e rapidamente acessa seus valiosos estoques de glicogênio. Um esgotamento antecipado das reservas de glicogênio pode causar uma fadiga repentina, perda da concentração e do desempenho, devido a uma concentração insuficiente de glicose no sangue.

A Palatinose™, também conhecida como isomaltulose, apresenta propriedades especiais para resolver este problema: como carboidrato de baixo IG, fornece a “energia do carboidrato” em uma base constante e por um período de tempo mais longo. Uma oferta de energia contínua não é importante somente para atletas profissionais, mas para todos aqueles que desejam ter mais energia física e mental por mais tempo.

Palatinose™ e a queima de gordura

Alguns estudos analisaram o potencial da liberação lenta e sustentada de energia de carboidratos a partir da isomaltulose em comparação com outros carboidratos inge­ridos, e encontraram taxas mais elevadas de oxidação de gordura em atividades de resistência com o seu uso, uma vez que esta substância auxilia na preservação de glicogê­nio.

Pesquisadores da Universidade de Frei­burg, na Alemanha, compararam a queima de gordura e carboidratos após o consumo de uma bebida com Palatinose™ e uma bebida de alto IG com maltodextrina, para analisar o efeito de treinamento, induzido por alimentos. Tanto em descanso como durante o exercício foi medida uma maior queima de gordura com a Palatinose™.

De forma geral, a proporção de energia obtida da gordura durante esportes de alto esforço físico foi 25% maior no grupo que ingeriu a Palatinose™, em relação ao grupo que inge­riu maltodextrina. “A gordura queima com a chama dos carboidratos” é uma expressão muito conhecida entre atletas. A Palatinose™ fornece a glicose da melhor forma, nem de mais, porque neste caso o organismo se converte para usar apenas esta fonte de ener­gia, mas sim apenas o suficiente e de forma mais continuada para manter a “chama” quei­mando constantemente as gorduras.

TREINO EM JEJUM PODE SER SAUDÁVEL

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Saiba o que acontece com o corpo quando praticamos atividade física em jejum. Decida se é uma boa para o seu caso.

Muitos comentam que o ator Hugh Jackman praticou jejum intermitente enquanto treinava para ganhar massa muscular e atuar como Wolverine. Isso parece contrariar o senso comum, que diz que devemos ingerir carboidratos antes, para que não falte energia durante a atividade física. Mas afinal, qual é a melhor escolha para o pré-treino? Jejum ou carga de carboidrato? A estratégia ideal vai depender do organismo e do objetivo de cada pessoa. Neste texto você vai ver como o corpo funciona quando é exigido em jejum.

Inicialmente, considere que um estômago vazio provoca uma cascata de mudanças hormonais pelo corpo. E estas alterações são propícias para a construção de massa muscular e a queima de gordura.

HORMÔNIO DO CRESCIMENTO (GH)

Estudo mostrou que, após 24 horas sem comida, o organismo aumenta a produção de GH, na razão 2.000% para homens e 1.300% para mulheres. O efeito é interrompido quando o jejum termina. Isso pode indicar que jejuar regularmente ajuda a manter os amigáveis hormônios musculares em seus níveis mais elevados.

TESTOSTERONA

Isoladamente, o jejum pode não ter qualquer efeito sobre a testosterona. Porém, estudos indicam que o exercício físico em condição de jejum tem efeito positivo sobre a produção deste hormônio. E, além de ajudar a aumentar a massa muscular, a testosterona também atua diretamente na libido e auxilia no combate a depressão e nos problemas cardíacos.

INSULINA

Quando comemos, o corpo libera insulina para ajudar na absorção correta dos nutrientes. O problema é que comer demais pode nos tornar mais resistentes aos efeitos da insulina. E esta resistência pode levar a um quadro de síndrome metabólica, que está ligada ao acúmulo de gordura e ao desenvolvimento de doenças cardíacas e de câncer. Com o jejum eventual, o organismo se “desacostuma” a ter grandes quantidades de insulina na corrente sanguínea, retomando a sensibilidade natural ao hormônio.

TIPOS DE TREINO

A prática de atividades físicas em jejum pode produzir benefícios em diferentes modalidades de esporte. A combinação de jejum com exercícios curtos e de alta intensidade tem se mostrado especialmente importante para a perda de gordura. Estudos indicam o aumento das enzimas oxidantes de gordura como uma das causas.

Já praticantes de exercícios de resistência têm obtido ganhos. A realização ocasional de treinamento em jejum pode melhorar a qualidade dos treinos “alimentados”. Em outras palavras: quando o corpo aprende a exercitar-se sem qualquer comida, ele fica melhor no desempenho quando tem combustível disponível.

Além disso, estudos têm demonstrado que exercícios em jejum podem melhorar significativamente o nível de VO2 Max, que mede a capacidade de uma pessoa para absorver e utilizar oxigênio durante o exercício. Quanto maior este índice, maior a capacidade do corpo de queimar gordura para usar sua energia.

RESUMINDO

As alterações geradas pelo treinamento em jejum ajudam a garantir que os carboidratos, proteínas e gorduras vão para os lugares certos no corpo e, sejam minimamente armazenados como gordura corporal.

PRECAUÇÃO

É preciso, no entanto, citar estudos que mostram perda de desempenho ao se exercitar em jejum. Dito isso, vários desses estudos são realizados durante o Ramadã, que também não permite o consumo de líquidos. E sabemos que isso não é aconselhável quando se pratica atividades esportivas. Mas não é preciso se limitar apenas à água. A ingestão de café, chá puro, termogênicos, aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA) e creatina, desde que livres de calorias, não é considerada quebra de jejum. Há também a evidência de que muitas pessoas comem antes do exercício e obtêm bons resultados desta forma.

Isso, porém, não quer desacreditar a evidência de que jejuar antes dos treinos, mesmo ocasionalmente, pode gerar benefícios. O ideal é buscar o ganho de desempenho da forma como o atleta se sente à vontade, sempre com acompanhamento de um nutricionista.

Fonte Essential Nutrition

O QUE ACONTECE COM SEU CORPO DURANTE 2 SEMANAS SEDENTÁRIAS?

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Às vezes, um dia de descanso se transforma em uma semana de descanso e depois em um mês de descanso – mas sempre há tempo para voltar a ficar em forma, certo? Não tão rápido.

De acordo com novas pesquisas da Universidade de Liverpool, ignorar seus exercícios por apenas duas semanas pode aumentar significativamente seu risco de diabetes, doenças cardíacas e até morte prematura.

Os pesquisadores estudaram 28 pessoas saudáveis com idade média de 25 anos. Os participantes do estudo caminharam cerca de 10.000 passos por dia antes do experimento e tiveram um índice médio de massa corporal de 25 (que está no limite do que é considerado normal e com sobrepeso).

Quando os pesquisadores reduziram o nível de atividade em 80 por cento, de 10.000 para cerca de 1.500 passos por dia,  eles descobriram que houve mudanças significativas em suas composições corporais. Após duas semanas, os indivíduos ganharam peso e perderam massa muscular. Curiosamente, a nova gordura tende a se acumular no centro do corpo, o que é um melhor preditor de doenças crônicas do que o IMC. Além disso, os participantes não podiam correr tanto ou com a mesma intensidade que antes.

Outras mudanças que os cientistas notaram foram menos esperadas. Ocorreu uma diminuição na sensibilidade à insulina e um aumento da gordura acumulada no fígado, indicando maior risco de obesidade e doenças como diabetes, doenças cardíacas e câncer. Os participantes também apresentaram um aumento nos triglicerídeos, um componente do colesterol que pode aumentar seu risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral quando se acumula em suas artérias.

Embora as mudanças fossem pequenas, elas eram suficientemente significativas para causar alarme. “Nós pensamos que veríamos mudanças sutis”, o coautor do estudo, Dan Cuthbertson, Ph.D., disse, “mas quando tudo o que você mede piora em um período tão curto, incluindo esses importantes fatores de risco para doenças cardíacas e diabetes tipo 2, na verdade é bastante surpreendente”.

A boa notícia é que os efeitos negativos são reversíveis, explica Cuthbertson, desde que você volte à sua rotina habitual. “Então, tudo bem se estiver em forma e sair de férias por duas semanas e depois voltar ao treino”, diz ele. “Mas o problema é que muitas pessoas não retornam aos mesmos níveis de atividade e, então, talvez os efeitos se acumulem.”

Esta notícia não é um bom presságio para uma geração de trabalhadores que passam cerca de 10 horas por dia sentados. Enquanto cerca de 50 por cento da força de trabalho tinha um emprego fisicamente ativo em 1960, apenas 20 por cento dos trabalhadores têm um agora.

Cuthbertson enfatiza que você não precisa se tornar um viciado em fitness para evitar os efeitos desagradáveis da inatividade. Mas, pouco é muito melhor do que nada. Durante o dia, opte por ficar mais de pé e, ao invés de uma terceira xícara de café, faça uma caminhada para se energizar.

ATLETAS E VITAMINA D

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Atualmente, é comum que nossos estilos de vida nos distanciem de uma frequente exposição ao sol. Se você corre no início da manhã ou à noite – passando o dia todo em um escritório –, é fácil perder o contato com a luz natural e apresentar uma falta de vitamina D correspondente.

Isso pode fazer você se sentir lento, cronicamente doente e apresentar densidade óssea comprometida, uma vez que seu sistema imune também é afetado. Para os atletas, isso pode impactar seu desempenho atlético.

A vitamina D funciona como um hormônio e o seu mecanismo molecular atua na função muscular, regulando seus processos e regulando para baixo a inflamação. As pessoas que têm carência de vitamina D [25(OH)D] tendem a se queixar de dor muscular geral, e um estudo com bailarinos profissionais descobriu que a força muscular e o salto vertical melhoraram após a sua suplementação durante quatro meses. (1)

MAS, E QUANTO À DOSE INDICADA PARA PREVENIR A CARÊNCIA DE VITAMINA D?

Um estudo publicado recentemente em European Journal of Clinical Nutrition acessou a prevalência da deficiência. Amostras de sangue foram coletadas de 128 atletas altamente treinados para avaliar a concentração total de 25(OH)D. Desses, 54 homens e 48 mulheres (18 a 32 anos) foram incluídos no estudo randomizado, duplo cego, dose-resposta, aleatoriamente designados para tomar 400, 1.100 ou 2.200 UI de vitamina D3 por dia, durante um ano.

Os atletas que tinham uma concentração total não carente de 25(OH)D (acima de 75 nmol/l) na linha de base continuaram com o protocolo do estudo como grupo placebo. A concentração sérica total da vitamina foi avaliada a cada três meses, assim como a sua ingestão através da dieta e exposição solar.

Quase 70% de todos os participantes do estudo apresentaram uma concentração insuficiente ou deficiente de vitamina D no início do estudo. Após 12 meses, o grupo de atletas que recebeu 2.200 UI/dia teve os níveis séricos de 25(OH)D mais elevados que os outros grupos, resultando em uma concentração suficiente em 80% nestes atletas.

UNIDADE INTERNACIONAL (UI)

Na farmacologia, a unidade internacional (UI)é uma unidade de medida para a quantidade de uma determinada substância. A massa ou volume que constitui uma unidade internacional varia com base na substância que está sendo medida e a variância é baseada na atividade ou efeito biológico.

A vitamina D é atualmente prescrita em UI, o que comumente cria uma estranheza às pessoas leigas e talvez até o medo que uma dose muitas vezes lida ‘em milhares’ se traduza como muito alta. Por exemplo, cada UI da substância vitamina D3 corresponde a 0,025mcg, e, portanto, a dose diária de 2.200 UI do estudo pode ser traduzida como 55 microgramas (55mcg).

É importante salientar que o treinamento do atleta atua como papel central na determinação de seu desempenho. Mas, não podemos esquecer os fatores que participam como complemento e que, em conjunto, podem fazer toda a diferença em competições de alto nível. Um nível ótimo de vitamina D é um desses fatores.

Referências:
(1) Wolman R, et al. Vitamin D status in professional ballet dancers: winter vs. summer. J Sci Med Sport, 2013. DOI: 10.1016/j.jsams.2012.12.010
(2) Backx EM, et al. The impacto f 1-year vitamin D supplementation on vitamin D status in athletes: a dose-response study. Eur J Clin Nutr, 2016. DOI:10.1038/ejcn.2016.133

Fonte: Essential Nutrition

NUTRICOSMÉTICOS: QUAIS SÃO E COMO ATUAM OS ALIMENTOS DA BELEZA

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Uma boa alimentação é muito importante para a saúde e beleza da pele. Mas e se esses nutrientes viessem prontos, nas quantidades certas, e em cápsulas? Quando ingerimos nutricosméticos, estamos fornecendo ao nosso organismo vitaminas e nutrientes que, quando bem absorvidos, melhoram a vitalidade e beleza dos nossos cabelos, pele e unhas. Saiba, neste texto, quais são os principais nutricosméticos e como eles atuam.

O que são os nutricosméticos

Nutricosméticos são substâncias que atuam em nosso organismo estimulando a produção de colágeno, elastina e outros componentes importantes para a saúde de pele, cabelo e unhas. Os nutricosméticos também atuam como fonte de antioxidantes e de ácido hialurônico. Assim, são capazes de desacelerar os processos de envelhecimento ligados ao estresse oxidativo e à desidratação da pele.

Quem pode consumir nutricosméticos

Os nutricosméticos são substâncias extraídas de alimentos naturais, não tendo, por princípio, contraindicação. Para os alérgicos ou pessoas que optam pela dieta vegana, é preciso ficar atento a alguns ingredientes, como o Ômega-3, que tem origem em peixes ou crustáceos, ou o colágeno, que é sempre extraído de fonte animal.

Principais nutricosméticos

Colágeno

O colágeno tem funções muito importantes no organismo. Suas fibras agem como uma espécie de “cola”, auxiliando na coesão de tecidos e órgãos em geral. Já para pele, ossos, cartilagens, tendões e ligamentos, o colágeno fornece hidratação, resistência, elasticidade e flexibilidade.

Sua síntese varia durante os diferentes estágios da vida. Com o passar dos anos, a capacidade de reabastecer colágeno diminui, naturalmente, cerca de 1,5% ao ano, e as fibras tornam-se mais espessas e curtas.

Ao suplementar, prefira suplementos que trazem peptídeos de colágeno hidrolisado. Isso porque os peptídeos possuem tamanho bem menor, o que torna sua absorção superior. Um benefício maior pode ser obtido com um suplemento que também contenha vitaminas e ingredientes que complementam a sua ação.

O colágeno in natura é uma proteína exclusivamente de fonte animal. Mas os veganos podem encontrar nos vegetais os mesmos aminoácidos necessários para que a produção de colágeno aconteça internamente. Entre os aminoácidos, as fontes podem ser a lentilha (glicina), a soja (lisina) e as nozes (prolina, arginina e treonina). A laranja e a acerola são fontes famosas de vitamina C, enquanto a manga pode fornecer vitamina A, o abacate contém vitamina E e as amêndoas fornecem vitamina B7 (biotina). Boas fontes de minerais são a castanha-de-caju (zinco) e o espinafre (cobre).

Antioxidantes

Excesso de sol, poluição do ar, ingestão de alimentos com resíduos de pesticidas ou aditivos químicos, estresse e uso de cigarro e álcool são os principais fatores que impulsionam o excesso de radicais livres em nosso organismo. Nessas situações, chamadas de estresse oxidativo, a pele ganha manchas, e há uma diminuição na produção de colágeno.

A astaxantina, o licopeno, o betacaroteno e a epigalocatequina são antioxidantes que atuam na proteção das células da pele, neutralizando a ação dos radicais livres.

Os crustáceos são boas fontes de astaxantina, enquanto o tomate fornece licopeno, a cenoura é fonte de betacaroteno e a epigalocatequina pode ser encontrada no chá-verde.

Ácido Hialurônico

Assim como o colágeno, o ácido hialurônico sofre redução natural conforme a idade. Pesquisas mostram que a sua quantidade na pele de uma pessoa com 75 anos é quatro vezes menor do que essa pessoa tinha aos 19 anos. Somando esse quadro ao reconhecimento científico de que o ácido hialurônico é responsável pelo preenchimento dos espaços intracelulares, hidratação e combate aos radicais livres, há um quadro fortemente indicativo da necessidade de repor seus níveis em adultos.

Ao restabelecer os níveis de ácido hialurônico nas camadas internas da pele, reencontra-se o equilíbrio de água, regula-se a distribuição de proteínas nos tecidos e compõe-se um ambiente físico no qual ocorre o movimento das células, contribuindo para a melhora na estrutura e elasticidade da pele. Consequentemente, são notadas a redução de rugas e a suavização das linhas de expressão.

Ácido Ortosilícico

O ácido ortosilícico colabora com a síntese de colágeno e elastina. Também está envolvido na síntese e na compactação de queratina nos cabelos e nas unhas. No mercado brasileiro, já existem produtos para quem quer suplementar silício e melhorar o aspecto da pele, cabelos e unhas. O ácido ortosilícico estabilizado em colina pode ter seu efeito potencializado se combinado com peptídeos de colágeno hidrolisado, por exemplo, ou, ainda, com ácido hialurônico e aminoácidos precursores de colágeno, em uma opção vegana. Quando em bons níveis, o silício e outros nutrientes atuam diretamente na preservação e recuperação da pele, cabelo, unhas e cartilagens.

Vitaminas B5 e B7

Estudos mostram que a vitamina B5 (ácido pantotênico) promove a pele saudável, com capacidade de reduzir os sinais de envelhecimento da pele, como vermelhidão e manchas. Por causa de sua associação com o cabelo, pele e unhas saudáveis, a vitamina B7 (biotina) também é conhecida como “vitamina da beleza”. Sua carência pode deixar cabelo e unhas frágeis, além de gerar coceira e erupção cutânea ao redor dos olhos, nariz e boca. Outras vitaminas do complexo B, como a B9 e a B12, são essenciais para o corpo.

Coenzima Q10

Coenzima Q10 está presente em praticamente todas as células do organismo, sendo fundamental para a geração de energia e uma série de outros processos. Na pele, ela tem duas funções principais:

  • Como antioxidante, protege a estrutura das células da destruição da própria parede celular causada pelos radicais livres;
  • Estimula a biogênese mitocondrial – ou seja, a produção de novas mitocôndrias dentro das células.

A concentração da CoQ10 no organismo pode ser reduzida por fatores como avanço da idade, situações de estresse oxidativo, dieta rica em carboidratos simples, tratamento para redução de colesterol e prática esportiva intensa. Estudos indicam que a maioria dos efeitos benéficos da reposição da CoQ10 são obtidos com a ingestão diária de 100mg da coenzima.

Outros cuidados com a pele

Além de ingerir os melhores nutrientes, a incorporação de alguns cuidados básicos à rotina ajuda a manter a saúde da pele, cabelo e unhas. Confira algumas dicas:

Fonte: Essential Nutrition