Batata Doce

Batata doce, conheça todos Benefícios!
Existem diversar variedades da batata doce, as quais se distinguem pelo tamanho, forma, sabor, textura e cor do tubérculo, sendo as mais comuns de cor Branca, creme, amarela, laranja e roxa.

Batata doce e seus Nutrientes:
Ela é rica em vitamina e minerais muito importantes para o corpo humano:
Vitamina A (7100UI/100g), que a torna uma ótima alternativa no combate ao Câncer,
Acido ascórbico (Vitamina C), ajudando na imunidade e agindo como antioxidante,
Tiamina (Vitamina B1), importante para o bom funcionamento do coração, sistema nervoso e contração muscular,
Riboflavina (Vitamina B2), importante para a saúde dos olhos, pele, boca e cabelos,
Fósforo, ajuda a formar e manter ossos e dentes, melhora disposição corporal e auxilia no metabolismo das proteínas.
Ferro, essencial para a imunidade e disposição e
Cálcio, importante para a formação dos ossos.

É muito rica também em Antocianinas, substâncias ativas no combate ao Câncer, e com ação mais antioxidante que as Vitaminas C e E. As Antocianinas encontram em maior quantidade nas Batatas Doces mais escuras (Roxas).

Batata doce e a Fome:
Além disso, batata doce é um carboidrato complexo de baixo índice glicêmico, o que significa que sua absorção é mais lenta, liberando glicose na corrente sanguínea aos poucos e sem estimular muito o hormônio chamado insulina (responsável pelo aumento da fome e pelo acúmulo de gorduras). Ou seja, ajuda a emagrecer!!!

Batata doce e Atividade Física:
Ela é uma ótima alternativa de consumo entre Uma a Duas horas antes de alguma atividade física, principalmente Anaeróbica (musculação, por exemplo), por ter baixo índice glicêmico é lentamente absorvida, e proporcionará energia constante durante a atividade.

@sergiorosanutri, @pumptraining

Ingestão de oleaginosas e saúde humana: uma abordagem científica

Dentre as estratégias nutricionais para a prevenção e tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, inclui-se aumentar a ingestão de ácidos graxos insaturados, antioxidantes e outros compostos bioativos, além da redução de gordura saturada. Evidências apontam que as oleaginosas trazem benefícios à saúde por minimizar o risco de desenvolvimento de doenças ateroscleróticas, hipertensão, diabetes, câncer, hipercolesterolemia e síndrome metabólica. Assim, o objetivo desta revisão é apresentar resultados de estudos que incluam em seus protocolos ingestão de amêndoa, amendoim, avelã, macadâmia e pistache. Ensaios clínicos indicam que as oleaginosas possuem efeito protetor ao incremento ponderal mesmo havendo aumento da ingestão energética. Apesar de serem escassos os estudos que avaliam a digestibilidade e biodisponibilidade dos ácidos graxos presentes nas oleaginosas, pode-se verificar que parte das calorias que estas fornecem é eliminada nas fezes. Ademais, como poucos estudos avaliam o metabolismo energético, não há como concluir se estes também constituem mecanismos pelo qual as oleaginosas exercem seus efeitos metabólicos. Resultados sugerem as amêndoas e o amendoim podem elevar o gasto energético de repouso. As oleaginosas apresentam efeitos favoráveis à redução do colesterol total, LDL-c, triglicerídeos e dos índices aterogênicos além de elevar a concentração de HDL-c. Em relação à pressão arterial, glicemia e insulinemia, parece que as oleaginosas não produzem grandes impactos, tampouco parece haver grandes efeitos sobre o processo inflamatório sub-clínico. Por outro lado, os efeitos destas sobre os marcadores oxidativo são amplos. A influência da ingestão de oleaginosas sobre marcadores de inflamatórios e oxidativos, hormônios relacionados ao balanço energético e da homeostase glicêmica devem ser investigados em estudos futuros.

Revista Brasileira de Nutrição Funcional JAneiro / 2014

Síntese proteica: validade interna e externa em humanos

 

O músculo esquelético é considerado um tecido de extrema capacidade de adaptação a diferentes estímulos ambientais, sendo tal característica denominada “plasticidade”. O estímulo mecânico e a atividade física são estímulos exógenos capazes de induzir alterações em termos de estrutura e função do tecido muscular. Dessa forma, é crescente o número de estudos avaliando o impacto e o potencial de diferentes intervenções dietéticas e protocolos de exercício de modo a otimizar a responsividade do músculo esquelético. A principal forma de mensuração aguda da capacidade de adaptação do tecido muscular é a síntese proteica, uma vez que esta representa uma medida dinâmica do metabolismo proteico muscular, e sugere potenciais alterações em termos de estrutura. Medidas consideradas “estáticas” são usualmente avaliadas por meio da expressão de proteínas e genes envolvidos no estímulo e controle da síntese proteica muscular e não necessariamente refletem o metabolismo proteico. De modo crônico, a avaliação da estrutura muscular é usualmente representada pela área de secção transversa muscular e/ou pelo diâmetro das fibras musculares. Entretanto, embora a síntese proteica possa ser avaliada por meio de marcadores estáticos e dinâmicos, diversos fatores dificultam a extrapolação de dados agudos para o âmbito crônico.

Revista Brasileira de Nutrição Funcional abril / 2014

Fitoterápicos com ação antifúngica

A utilização de plantas com fins medicinais para tratamento, cura e prevenção de doenças é uma das mais antigas formas de prática medicinal da humanidade. Atualmente, com o desenvolvimento da tecnologia, e com o aumento da resistência a medicamentos tradicionais, o valor terapêutico das ervas vem sendo pesquisado e seu uso diário dentro das preparações ou na forma de chás vêm sendo incentivado. Outro ponto positivo de fitoterápicos com ação antifúngica é que eles apresentam menor custo quando comparados a medicamentos tradicionais e menos efeitos colaterais, como alterações gastrointestinais e hepatotoxicidade.

O uso de fitoterápicos é amplamente aplicado baseando-se na sabedoria popular. Esta é uma área de pesquisa que ainda carece de trabalhos científicos que comprovem a eficácia e a dosagem das “plantas medicinais” conhecidas.

Nesse sentido, o objetivo principal desse artigo será a abordagem da atividade antifúngica de alguns fitoterápicos através de uma revisão de artigos científicos. O conceito antifúngico é amplo, engloba qualquer substância capaz de produzir uma alteração na estrutura da célula fúngica e que consiga inibir seu desenvolvimento, alterando sua capacidade de desenvolvimento. A atividade antifúngica observada em extratos vegetais é, muitas vezes, atribuída a compostos orgânicos. As espécies vegetais possuem, simultaneamente, substâncias inertes e princípios ativos, cuja concentração dá-se, preferencialmente, nas flores, raízes ou folhas, e, em menor proporção, nos frutos e nas cascas. A concentração destes princípios também não é uniforme durante seu ciclo de vida, sendo influenciada pelo solo, habitat, colheita e preparação.

Diversos fitoterápicos têm sido utilizados no tratamento de fungos, sendo identificados: Alecrim, Orégano, Cravo, Óleo de coco, Óleo de melaleuca, Echinacea, Pau d’ arco, Alho, Gengibre.

Alecrim – Rosmarinus officinalis – Planta nativa da região mediterrânea, cultivada principalmente em países de clima temperado. A parte da planta utilizada são as folhas. Dentre os principais componentes ativos estão: ácido fenólico como o ácido rosmarínico, óleos essenciais (canfeno, pineno, cineol, borneol, cânfora) e taninos. O óleo essencial de alecrim inibe o desenvolvimento micelial de fungos. O alecrim é usado na forma de chás (infusos) e tinturas (extrato hidroalcoólico) preparados com as folhas secas ou frescas. A atividade antifúngica do óleo essencial de Rosmarinus officinalis L. tem sido objeto de estudo de várias pesquisas1-5.

Orégano – Origanum Vulgare – Planta perene que tem origem da região do Mediterrâneo. Os principais constituintes ativos, 90% deles encontrados no óleo, são dois agentes fenólicos, o carvacrol e o timol, responsáveis pelos efeitos antifúngicos e antimicrobianos. As partes da planta utilizadas são as folhas e flores. O carvacrol possui a propriedade de inibir o crescimento da Cândida albicans e o timol estimula a resposta imune. Em pesquisas in vitro, a concentração de 0,25 mg/ml foi capaz de inibir completamente o desenvolvimento da C. albicans. Já em estudos in vivo, com ratos, foi observado que administração de carvacrol a 8.66 mg/kg de peso corporal foi suficiente para cura em 80% dos casos (resultado similar ao medicamento Amphotericin B)7. Estudos mostram a ação dos principais componentes do óleo essencial, como timol e carvacrol frente à Aspergillus, Fusarium, Penicillium, Trichosporum beigelli, Trichophyton rubrum e Trichophyton mentagrophytes. Pode ser utilizado no tempero de massas, no pão, vegetais, diretamente na salada, na sopa, deixar na mesa e colocar na comida6-10.

Cravo- Syzygium aromaticum – é uma planta pertencente à família das Myrtaceas da qual é usada o botão floral seco, o qual contém cerca de 15% de óleo essencial cujo principal componente é o eugenol, um alilbenzeno, composto fenólico volátil, que também está presente na canela, por exemplo. O potente efeito bactericida e fungicida atribuído ao óleo de cravo é derivado do composto eugenol. Estudos têm mostrado sua eficácia no tratamento da candidíase11-12.

Óleo de coco – rico em ácido cáprilico (cerca de 7% da gordura do coco) e ácido láurico (cerca de 50% da gordura do coco) que tem como metabólito a monolaurina, uma das substâncias com ação antifúngica, e que não afeta as bactérias da flora intestinal probiótica. Estudos mostram sua ação contra Candida albicans13, F. oxysporum, P. piricola e M. arachidicola14.

Óleo de melaleuca – Melaleuca alternifólia – extraído de uma árvore nativa da Austrália apresenta propriedades antifúngicas e antibacterianas, pois contém Terpinenol-4, responsável por essa ação. A composição química do mesmo consiste basicamente em monoterpenos cíclicos onde o principal responsável pela propriedade antimicrobiana é o Terpinenol-4 e em trabalho realizado mostrou ter potente efeito sobre Candida albicans. Infelizmente, não há ensaios clínicos usando-se o óleo como tratamento da candidíase e a verdadeira prevalência dos efeitos colaterais ainda é desconhecida15-22. A atividade antifúngica do óleo de Melaleuca está mais que comprovada nos trabalhos in vitro, o que sugere um possível efeito positivo quando administrados em humanos, no tratamento da candidiase, entretanto também requer mais estudos para esta aplicação15.

Echinacea – Echinacea purpurea – Planta nativa da região mediterrânea, cultivada principalmente em países de clima temperado. Partes utilizadas: Raiz e rizoma, que também contém os princípios ativos. O chá da erva Echinacea é utilizado para ajudar a prevenir a recorrência de infecções vaginais. De acordo com a instrução normativa n. 05 da ANVISA, esse fitoterápico exige prescrição médica.

Pau d’arco – Tecoma curialis – Conhecido como ipê, é uma árvore oriunda das regiões do cerrado. Têm propriedades antifúngicas devido ao seu princípio ativo chamado lapachol, presente tanto nas cascas do caule como na serragem da madeira. Tomá-lo como um chá (2 colheres de sopa cozido em 1 litro de água;. 3?–?6 xícaras por dia).

Alho – Allium sativum – é usado como fitoterápico há muito tempo, sendo mencionado em 1500AC em uma receita egípcia. Possui ação fungicida, sendo um ótimo aliado contra a Candida, porém deve ser consumido cru. Muitos estudos têm sido desenvolvidos buscando aplicações práticas do alho, baseadas em sua capacidade de inibição de crescimento e lise bacteriana, sendo seus maiores componentes inibitórios a alicina e os tiosulfonatos. Uma dica é colocar o alho (depois de fazer cortes com uma faca) em uma garrafa de cor escura e preencher com azeite de oliva extra virgem. A alicina, um líquido de coloração amarelada, forma-se quando o alho é mastigado ou cortado, rompendo-se as células do bulbo23-26.

Gengibre – Zingiber officinale – o gengibre pode ter efeito bactericida e fungicida. Possui vários constituintes ativos: o gingerol é o principal deles, obtido do rizoma, sendo recomendável usá-lo cru, pois há indícios de que o calor inativa o gingerol, responsável por esta ação. Quanto menor for o tempo de exposição a altas temperaturas mais preservada se encontrará a sua atividade terapêutica. Usado em doses orais de até 2 g/dia, o gengibre é bem tolerado27.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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26) ANKRI, S.; MIRELMAN, D. Antimicrobial properties of allicin from garlic. Microbes and Infection; 1(2), 125-129,1999.
27) CHRUBASIK, S.; PITTLER, M.H. e ROUFOGALIS, B.D. Zingiberis rhizoma: A comprehensive review on the ginger effect and efficacy profiles. Phytomedicine; 2, 684-701, 2005.
28) GIORDANI, R.; REGLI, P.; KALOUSTIA, J. et al. Antifungal Effect of Various Essential Oils against Candida albicans. Potentiation of Antifungal Action of Amphotericin B by Essential Oil from Thymus vulgaris. Phytother; 18, 990–995, 2004.

*Texto elaborado pela nutricionista Ivania Patrícia Cansi

Mecanismos moleculares dos polifenóis do cacau em doenças relacionadas à obesidade.

A obesidade e doenças metabólicas associadas (diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e hipertensão), são os principais problemas associadas à nutrição no mundo. Uma característica da obesidade é a sua relação com inflamação crônica que tem início no tecido adiposo e eventualmente se torna sistemático. Uma estratégia dietética para reduzir a intolerância a glicose e inflamação é o consumo de alimentos riscos em polifenóis, como o cacau e seus derivados. Dados de pesquisas in vitro e in vivo mostram que polifenóis do cacau podem apresentar propriedades antioxidantes e antinflamatórias. Os polifenóis encontrados no cacau possuem ação na regulação do metabolismo lipídico por induzir a expressão gênica ou ativar fatores de transcrição que regulam a expressão de genes, alguns que exercem importante função no metabolismo energético. Atualmente, alguns alvos moleculares foram identificados por exercerem benefícios nas doenças associadas à obesidade com os efeitos dos polifenóis do cacau. Alguns estudos mostram efeito protetor dos polifenóis do cacau contra doenças metabólicas por suprimirem fatores de transcrição que são antagônicos à acumulação lipídica. Assim, os produtos ricos em polifenóis do cacau podem reduzir doenças metabólicas relacionadas a obesidade por múltiplos mecanismos e ainda reduzirem a inflamação crônica.

Ali, F.; Ismail,A.; Kersten, S. Molecular mechanisms underlying the potential antiobesity-related diseases effect of cocoa polyphenols, Mol. Nutr.Food.Res. 21,2013.

Cardiomiopatia e doença celíaca

A doença celíaca é uma enteropatia imunomediada em indivíduos geneticamente predispostos, desencadeada pela ingestão de prolaminas, fragmentos polipeptídicos do glúten, encontradas no trigo, no centeio, na cevada e na aveia. é considerada a intolerância alimentar mais comum em populações ocidentais, afetando, aproximadamente, 1% da população geral. A doença celíaca apresenta um amplo espectro clínico de sinais e sintomas incluindo diarreia, má absorção, perda de peso, além de manifestações extraintestinais como desordens dermatológicas, osteoporose e, recentemente relatado, cardiomiopatia dilatada idiopática. Apesar de esta última associação ser raramente documentada, a presença da doença celíaca deve ser investigada devido à gravidade da cardiomiopatia dilatada, uma vez que, diagnosticada precocemente, a cardiomiopatia pode ser completamente reversível com o início da dieta isenta de glúten.

Revista Brasileira de Nutrição Funcional

Ano 12 – Edição 53 – Setembro de 2012

Hemocromatose e ferritina elevada

A hemocromatose hereditária é uma doença do metabolismo do ferro caracterizada pela absorção excessiva do mineral pelas células intestinais, levando a sobrecarga de ferro predominantemente no fígado, mas também em outros sítios como pâncreas, coração, articulações e glândulas endócrinas, causando danos irreversíveis aos mesmos. A homeostase celular do ferro envolve o controle da sua captação, transporte, armazenamento e exportação. Na hemocromatose hereditária, o gene mutante HFE pode prejudicar a captação do ferro pela transferrina, mediada pelos receptores de transferrina (TfR), em células da cripta intestinal, gerando um falso sinal de que os estoques de ferro estão baixos. Tal sinal resultará no aumento dos transportadores de metais divalentes (DMT-1), responsáveis pela absorção do mineral. Consequentemente, as taxas de transferrina e de ferritina irão apresentar-se elevadas, fato tão característico da patologia. Devido à falta de especificidade dos sintomas, torna-se crucial que os profissionais de saúde mantenham-se vigilantes e consigam fazer uma triagem adequada, observando o histórico familiar positivo e testes bioquímicos de saturação de transferrina e ferritina sérica. Assim, o tratamento da hemocromatose começará nos estágios iniciais da doença, prevenindo maiores complicações e oferecendo uma melhor qualidade de vida ao paciente.

Revista Brasileira de Nutrição Funcional

ano 13 – edição 55 – Junho de 2013

Os aditivos e seus efeitos no organismo

A alimentação convencional, geralmente é muito artificializada, repleta de corantes químicos, aromatizantes perigosos e outros ingredientes orgânicos, aos quais se atribui a causa de grande número de enfermidades. E dificilmente o cidadão comum sabe identificar quais são estes aditivos e quais são seus efeitos no organismo. Tentando reverter um pouco este quadro, apresentamos abaixo alguns destes aditivos utilizados nos alimentos industrializados, o significado dos códigos que os representam e os danos que eles podem causar ao organismo:

Antioxidantes

– Ácido fosfórico (H.III): aumento da ocorrência de cálculos renais.

– Ácido nordihidroguairético (AIV): interferência nas enzimas do metabolismo das gorduras.

– Butil-hidroxianisol BHA (AV); Butil-Hidroxitolueno BHT (AVI): ação tóxica sobre o fígado, interfere na reprodução de cobaias de laboratório.

– Fosfolipídios (AVIII): acréscimo do colesterol sangüíneo.

– Gelato de propila ou de octila (AIX): reações alérgicas, interfere na reprodução de animais de laboratório.

– Etilenodiaminote tetracetato de cálcio e dissódico EDTA (AXII): descalcificação e redução da absorção de ferro.

Antiumectantes

– Ferrociante de sódio, cálcio ou potássio (AU.VI): intoxicação dos rins.

Corantes

– Todos (CI) (CII): reações alérgicas, alguns possuem ações tóxicas sobre o feto ou são teratogênicos, ou seja, podem fazer nascerem crianças-monstros; anemia hemolítica; o caramelo, quando preparado de modo inadequado, pode conter substâncias capazes de causar convulsões.

Conservadores

– Ácido Benzóico (PI): alergias, distúrbios gastrintestinais.

– Ésteres do ácido hidroxibenzóico (P 111): dermatite; redução de atividade motora.

– Dióxido de enxofre e derivados (PV): redução do nível de vitaminas B1 nos alimentos; aumenta a freqüência de mutações genéticas em animais de laboratório.

– Antibióticos (oxitetraciclina, clores tetraciclina e outros) (PVI): desenvolvimento de raças de bactérias resistentes aos antibióticos; reação de hiper- sensibilidade.

Edulcorantes

– Sacarina (DI): causa câncer na bexiga de animais de laboratório.

Espessantes

– Em geral: irritação da mucosa intestinal; ação laxante.

Estabilizantes

– Polifosfatos (ET XV ET XI XVIII): elevação da ocorrência de cálculos renais; distúrbios gastrintestinais.

Acidulantes

– Ácido acético em geral: cirrose hepática, descalcificação dos dentes e dos ossos.

Aromatizantes

– Em geral: alergia; retardam o crescimento e produzem câncer em animais de laboratório.

Umectantes

– Dioctil sulfossuccinato de sódio (U 111): distúrbios gastrintestinais circulação pulmonar.

FONTE: Relatório Orion – PUBLICADO POR: Transformação – Janeiro de 1992 – Uma publicação mensal da Visão Mundial e da Missão Editora.

PRINCIPAIS ALIMENTOS QUE CONTÊM ADITIVOS RELACIONADOS A REAÇÕES ADVERSAS

Corantes

Refrescos, refrigerantes, iogurtes, leites aromatizados e fermentados, gelatinas, pós para pudim e similares, sorvetes, chocolates, bolachas recheadas, balas, chicletes e pó para sucos.

Sulfitos (PV)

Refrescos (prontos e em pó), refrigerantes, xaropes para refrigerantes e refrescos e embutidos.

Glutamato Monossódico

Temperos prontos, caldo de carne e galinha, patês, salgadinhos, bolachas aromatizadas, alimentos prontos resfriados.

Antioxidantes (Butil hidroxianisol – AV, Butil hidroxitolueno – AVI) Manteigas, creme vegetal e margarinas, coco ralado, leite de coco, óleos e gorduras, produtos de cacau, produtos desidratados de batata.

 

 

Nhoque de mandioca cenoura e cereias

nhoque de mandioca com cenoura e cereais

Receita:

2 cenouras cozidas amassadas (passar no espremedor)
2 a 3 mandiocas médias amassadas (espremedor)
2 xícaras de mix de farinhas ou flocos de cereais (farinha de aveia, farinha de arroz integral e flocos de quinua moídos)
1 ovo
1 colh sopa de azeite
Sal a gosto

Preparo:
Misturar tudo. Qdo a massa estiver bem compacta, enrolar em formato de cobra, ajudando com um pouco de farinha de aveia, se precisar. Cortar em pedaços (pequenos quadradinhos) e colocar na água fervente por 20 a 25 minutos, deixando cozinhar bem. Retirar e servir com o molho de sua preferência.

Zonulina e glúten

As junções intercelulares, também denominadas de “tight junctions”(TJ), são estruturas dinâmicas envolvidas no transporte de água e eletrólitos através do epitélio intestinal,sendo o principal determinante da permeabilidade intestinal.Após a descoberta da toxina Zonula occludens (Zot), os pesquisadores hipotetizaram que ela poderia mimetizar o efeito de um regulador endógeno das TJs, o que resultou na identificação de um análogo intestinal da Zot, a que chamaram Zonulina (ZON). A ZON representa uma proteína eucariótica e o único mediador fisiológico, até o momento, capaz de abrir reversivelmente as TJs. Recentemente, algumas doenças autoimunes e inflamatórias têm sido relacionadas com alterações na permeabilidade intestinal. Uma das teorias atuais sobre autoimunidade envolve a integridade da mucosa intestinal (sistema das TJs), que pode estar comprometida em algumas situações, permitindo a passagem de antígenos, e subsequente resposta imune deletéria que pode resultar na agressão a tecidos próprios, como, por exemplo,na agressão a tecidos próprios, como, por exemplo, pele, intestino delgado,tireoide ou pâncreas. Dentre os diversos estímulos que podem provocar a liberação da ZON no lúmen intestinal, as bactérias e o glúten estão entre os mais potentes. os diversos estímulos que podem provocar a liberação da ZON no lúmen intestinal,as bactérias e o glúten estão entre os mais potentes. A doença celíaca (DC) e a diabetes mellitus tipo 1 (DM1) são doenças autoimunes que resultam de uma interação entre predisposição genética e fatores ambientais. Neste sentido, diversos estudos vêm estabelecendo uma relação entre ZON, integridade da barreira intestinal, glúten, DC, DM1, além de outras doenças autoimunes e inflamatórias, bem como neoplasias.doença celíaca (DC) e a diabetes mellitus tipo 1 (DM1) são doenças autoimunes que resultam de uma interação entre predisposição genética e fatores ambientais. Neste sentido, diversos estudos vêm estabelecendo uma relação entre ZON, integridade da barreira intestinal, glúten, DC, DM1, além de outras doenças autoimunes e inflamatórias, bem como neoplasias.