Cromo

O cromo é um componente do “Fator de Tolerância a Glicose” (GTF), substância que trabalha com a insulina para facilitar a entrada da glicose nas células, regulando os níveis glicêmicos. A molécula de GTF contém vitamina B3 (niacina), cromo e os aminoácidos glicina, ácido glutâmico e cisteína. A presença da vitamina B3 é importante para a resposta aos suplementos de cromo. A deficiência de cromo é comum nos diabéticos não insulino dependentes (DMNID).
Baixos níveis de cromo no sangue ou no mineralograma sugerem deficiência na ingesta e/ou má absorção; podem estar relacionados à idade avançada, gravidez, alta ingesta de carboidratos refinados, alteração no metabolismo de proteínas e/ou depleção de reservas por consumo metabólico excessivo. A carência de cromo induz à redução na atividade da insulina, deficiência no metabolismo de açúcares (tolerância à glicose diminuída), deficiência no metabolismo de gorduras (especialmente colesterol), podendo também ser indicador de depressão. A deficiência de cromo pode causar aumento da placa de ateroma, elevação do colesterol LDL, aumento da dependência à insulina (em diabéticos), alteração da resposta ao estresse e opacidade da córnea.
O metabolismo da glicose pode ser avaliado no sangue ou também através do mineralograma, pelos níveis de cromo(juntamente com zinco, vanádio e manganês); baixos níveis sugerem alteração no metabolismo da glicose. O cromo é o primeiro dos minerais a ter sua absorção diminuída, à medida que a idade avança; o lítio é o segundo, pois sua absorção é facilitada pelo cromo.
A suplementação de cromo picolinato em atletas mostrou ser capaz de acelerar a redução da gordura corporal em 12,2% após 30 dias de suplementação (200mcg, 2 vezes ao dia). A deficiência de cromo é muito comum nos EUA e no Brasil. O exame de confirmação pode ser feito no sangue. Atualmente, 90% dos americanos com mais de 50 anos têm deficiência de cromo, devido à ingesta diária de apenas 50mcg (Richard Anderson e Adrianne Kozlovsky – Academia Nacional de Ciências – EUA). Nos brasileiros, a deficiência é semelhante. No diabetes mellitus, a associação de cromo, manganês e zinco ajuda no controle dos níveis glicêmicos. Diabéticos que requerem de 60-80U/dia de insulina, podem reduzir para 30-40U/dia com o auxílio de cromo GTF. O aporte diário de cromo nos países nórdicos também está abaixo das necessidades mínimas diárias. O cromo atua em sinergismo com a insulina, glicose,magnésio, vitamina B6, zinco, vitamina B3, glicina, cisteína e ácido glutâmico. Suplementos de cromo devem ser tomados por quem pratica exercícios físicos, por pessoas que se alimentam de produtos refinados (cujo processo industrial expolia o cromo) e por indivíduos idosos (o processo de envelhecimento costuma cursar com carência de cromo). Todos os diabéticos e pré-diabéticos têm deficiência de cromo. O cromo, necessariamente, precisa ser administrado sob forma de quelado. Os sais de cromo inorgânico (como o cloreto) têm baixa absorção (1%) e são tóxicos. O diabetes mellitus é a terceira causa mortis nos EUA. A dieta americana, atualmente, é tremendamente deficiente em cromo. O diabetes mellitus atinge 7,6% dos brasileiros com mais de 30 anos; dentre outros fatores, a história familiar, o excesso de peso e o sedentarismo colaboram para o seu desenvolvimento. Várias plantas medicinais são utilizadas no controle das taxas glicêmicas (pata de vaca, pau ferro, carqueja, jambolão), sendo o alto teor de cromo e manganês o traço comum entre elas. São fontes de cromo: levedo de cerveja (a melhor fonte), cereais integrais, condimentos (pimenta preta, tomilho), carnes, fígado, ostras, mexilhões, ovos, queijos, cogumelos. Os alimentos refinados apresentam teores mais baixos. No melaço puro encontramos 0,26mcg/g de melaço, 0,16mcg/g no açúcar não refinado e somente 0,02mcg/g no açúcar refinado. A farinha integral contem 1,75mcg/g , a farinha branca 0,60mcg/g e o pão branco 0,14mcg/g.
@sergiorosanutri, @pumptraining

Batata Doce

Batata doce, conheça todos Benefícios!
Existem diversar variedades da batata doce, as quais se distinguem pelo tamanho, forma, sabor, textura e cor do tubérculo, sendo as mais comuns de cor Branca, creme, amarela, laranja e roxa.

Batata doce e seus Nutrientes:
Ela é rica em vitamina e minerais muito importantes para o corpo humano:
Vitamina A (7100UI/100g), que a torna uma ótima alternativa no combate ao Câncer,
Acido ascórbico (Vitamina C), ajudando na imunidade e agindo como antioxidante,
Tiamina (Vitamina B1), importante para o bom funcionamento do coração, sistema nervoso e contração muscular,
Riboflavina (Vitamina B2), importante para a saúde dos olhos, pele, boca e cabelos,
Fósforo, ajuda a formar e manter ossos e dentes, melhora disposição corporal e auxilia no metabolismo das proteínas.
Ferro, essencial para a imunidade e disposição e
Cálcio, importante para a formação dos ossos.

É muito rica também em Antocianinas, substâncias ativas no combate ao Câncer, e com ação mais antioxidante que as Vitaminas C e E. As Antocianinas encontram em maior quantidade nas Batatas Doces mais escuras (Roxas).

Batata doce e a Fome:
Além disso, batata doce é um carboidrato complexo de baixo índice glicêmico, o que significa que sua absorção é mais lenta, liberando glicose na corrente sanguínea aos poucos e sem estimular muito o hormônio chamado insulina (responsável pelo aumento da fome e pelo acúmulo de gorduras). Ou seja, ajuda a emagrecer!!!

Batata doce e Atividade Física:
Ela é uma ótima alternativa de consumo entre Uma a Duas horas antes de alguma atividade física, principalmente Anaeróbica (musculação, por exemplo), por ter baixo índice glicêmico é lentamente absorvida, e proporcionará energia constante durante a atividade.

@sergiorosanutri, @pumptraining

Ingestão de oleaginosas e saúde humana: uma abordagem científica

Dentre as estratégias nutricionais para a prevenção e tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, inclui-se aumentar a ingestão de ácidos graxos insaturados, antioxidantes e outros compostos bioativos, além da redução de gordura saturada. Evidências apontam que as oleaginosas trazem benefícios à saúde por minimizar o risco de desenvolvimento de doenças ateroscleróticas, hipertensão, diabetes, câncer, hipercolesterolemia e síndrome metabólica. Assim, o objetivo desta revisão é apresentar resultados de estudos que incluam em seus protocolos ingestão de amêndoa, amendoim, avelã, macadâmia e pistache. Ensaios clínicos indicam que as oleaginosas possuem efeito protetor ao incremento ponderal mesmo havendo aumento da ingestão energética. Apesar de serem escassos os estudos que avaliam a digestibilidade e biodisponibilidade dos ácidos graxos presentes nas oleaginosas, pode-se verificar que parte das calorias que estas fornecem é eliminada nas fezes. Ademais, como poucos estudos avaliam o metabolismo energético, não há como concluir se estes também constituem mecanismos pelo qual as oleaginosas exercem seus efeitos metabólicos. Resultados sugerem as amêndoas e o amendoim podem elevar o gasto energético de repouso. As oleaginosas apresentam efeitos favoráveis à redução do colesterol total, LDL-c, triglicerídeos e dos índices aterogênicos além de elevar a concentração de HDL-c. Em relação à pressão arterial, glicemia e insulinemia, parece que as oleaginosas não produzem grandes impactos, tampouco parece haver grandes efeitos sobre o processo inflamatório sub-clínico. Por outro lado, os efeitos destas sobre os marcadores oxidativo são amplos. A influência da ingestão de oleaginosas sobre marcadores de inflamatórios e oxidativos, hormônios relacionados ao balanço energético e da homeostase glicêmica devem ser investigados em estudos futuros.

Revista Brasileira de Nutrição Funcional JAneiro / 2014

Síntese proteica: validade interna e externa em humanos

 

O músculo esquelético é considerado um tecido de extrema capacidade de adaptação a diferentes estímulos ambientais, sendo tal característica denominada “plasticidade”. O estímulo mecânico e a atividade física são estímulos exógenos capazes de induzir alterações em termos de estrutura e função do tecido muscular. Dessa forma, é crescente o número de estudos avaliando o impacto e o potencial de diferentes intervenções dietéticas e protocolos de exercício de modo a otimizar a responsividade do músculo esquelético. A principal forma de mensuração aguda da capacidade de adaptação do tecido muscular é a síntese proteica, uma vez que esta representa uma medida dinâmica do metabolismo proteico muscular, e sugere potenciais alterações em termos de estrutura. Medidas consideradas “estáticas” são usualmente avaliadas por meio da expressão de proteínas e genes envolvidos no estímulo e controle da síntese proteica muscular e não necessariamente refletem o metabolismo proteico. De modo crônico, a avaliação da estrutura muscular é usualmente representada pela área de secção transversa muscular e/ou pelo diâmetro das fibras musculares. Entretanto, embora a síntese proteica possa ser avaliada por meio de marcadores estáticos e dinâmicos, diversos fatores dificultam a extrapolação de dados agudos para o âmbito crônico.

Revista Brasileira de Nutrição Funcional abril / 2014

O tratamento funcional de atletas em overtraining

Atualmente, a busca pelo máximo desempenho entre atletas de elite vem contribuindo para o aumento na prevalência da síndrome de overtraining. Tal síndrome caracteriza-se pela redução no desempenho, acompanhada de diversos outros sintomas de cunho fisiológico, imunológico, psicológico e bioquímico, como fadiga, depressão, infecção do trato respiratório, distúrbios do sono, dores musculares, aumento do cortisol, entre outros. O diagnóstico do overtraining é muito difícil, pois os sintomas se confundem com os do pré-overtraining e com os do treinamento normal, sendo necessário a avaliação do desempenho do atleta no esporte através de teste específicos. Existem diversas hipóteses sobre a possível causa e mudanças fisiopatológicas do overtraining, como aumento de citocinas e desequilíbrio neuroendócrino, redução dos estoques de glicogênio, hipótese da fadiga central e diminuição da glutamina, porém nenhuma delas é conclusiva. Com relação ao aporte nutricional, verificou-se uma importância na adequação do aporte proteico na dieta do atleta para a prevenção de sintomas observados na síndrome de overtraining, bem como o impacto positivo da administração de aminoácidos de cadeia ramificada (AACR), glutamina, probióticos e ômega-3 na modulação do sistema imunológico, redução da fadiga e modulação do humor. Porém, ainda há necessidade da realização de mais estudos bem conduzidos que comprovem tais atividades em atletas.

Revista Brasileira de Nutrição Funcional – janeiro 2013

Contribuição da creatina para homeostase proteica em atletas após corrida de sprint e endurance

Poucos estudos têm avaliado as mudanças metabólicas induzidas pela suplementação de creatina. Desta forma, a presente investigação objetivou-se a avaliar os efeitos da suplementação de creatina sobre alterações plasmáticas e urinárias de atletas após corrida de sprint endurance. Doze atletas do sexo masculino (média de idade 20,3 ± 1,4 anos) performaram dois exercícios idênticos (frequência cardíaca máxima 65-70%) de corrida de 60 minutos (ensaio de endurance) antes e depois da suplementação de creatina (12 g de creatina monohidratada/ dia por 15 dias), acompanhado por um período de washout de 5 dias. Subsequentemente, foram performados dois exercícios idênticos de 100 m de corrida de sprint (ensaio de força), antes e após a suplementação de creatina por 15 dias, de acordo com o protocolo de suplementação do ensaio de endurance. Mensurações da composição corporal foram realizadas durante todo estudo. Amostras plasmáticas foram examinadas para as concentrações de glicose, lactato, aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA), triptofano livre (TRIP), glutamina, alanina, hipoxantina e ácido úrico. Amostras urinárias foram examinadas para as concentrações de hidroxiprolina, 3-metilhistidina, ureia nitrogenada e creatinina. Como resultado, foi encontrado que a suplementação de creatina aumentou significantemente o peso corporal dos atletas participantes do ensaio de endurance.  A concentração de lactato plasmático e a taxa de TRIP/ BCAA após a recuperação da prática da corrida de endurance foi significantemente reduzido com a suplementação de creatina. As concentrações de metabólitos de purinas (soma da hipoxantina e ácido úrico), glutamina, 3-metilhistidina urinário e ureia nitrogenada tenderam a diminuir antes da corrida nos ensaios, com a suplementação de creatina. Após a corrida, a concentração urinária de hidroxiprolina aumentou significantemente no ensaio de força com a administração de creatina. Os achados deste estudo sugerem que a suplementação de creatina levou a diminuição da degradação de proteínas e do glicogênio muscular, especialmente após o exercício de endurance. Todavia, a suplementação de creatina pode induzir a proteólise de colágeno em atletas após corrida de sprint.

Referência bibliográfica:

TANG, F.C.; CHAN, C.C.; KUO, P.L. Contribution of creatine to protein homeostasis in athletes after endurance and sprint running. Eur J Clin Nutr; 2013.

Aumento da Permeabilidade Intestinal em Atletas

O exercício físico intenso e prolongado tem sido associado com alterações no trato gastrintestinal. Estudos verificam que grande porcentagem de atletas de endurance apresenta sintomas gastrintestinais relativos ao exercício, sendo as mulheres mais suscetíveis que os homens. O status do treinamento, o tipo, a intensidade e a alimentação antes e durante o exercício representam um papel importante na etiologia do dano gastrintestinal. O estímulo mecânico da mucosa intestinal, e a redução do fluxo sanguíneo pancreático causados pelo treinamento podem prejudicar a permeabilidade intestinal, provocando diarréia. O exercício pode causar também a elevação dos hormônios como a gastrina, motilina, somatostatina, glucagon, além de peptídeos pancreáticos, que podem produzir sintomas gastrintestinais por diferentes mecanismos. O estímulo mecânico e o estiramento da musculatura lisa liberam prostaglandinas, que acelera o trânsito intestinal e inibição da contração colônica. O aumento da permeabilidade intestinal é definido como a entrada por difusão não-mediada de moléculas de tamanho superior a 150 Da em direção ao espaço intersticial, permitindo o fluxo de agentes do lúmen para a mucosa, resultando em inflamação tecidual com redução da função da barreira gastrintestinal. Estudos têm relacionado ainda a relação entre a desidratação e a disfunção gastrintestinal, sendo que o exercício leva a perda de fluidos e eletrólitos na forma de suor, e a redução do volume sanguíneo agrava o reduzido fluxo sanguíneo do TGI, e o ajuste circulatório para o controle do débito sanguíneo resulta em hipóxia e produção de radicais livres, depleção de ATP, acidose e disfunção celular. A exposição a alérgenos alimentares provoca o aumento da permeabilidade intestinal, provavelmente devido à liberação das citocinas inflamatórias. Estudos indicam ainda que o uso de aspirina e antiinflamatórios não-esteroidais promove aumento significativo da permeabilidade intestinal, facilitando a absorção de alérgenos. Esta passagem de agentes agressivos ao lúmen pode gerar uma resposta imune local que envolve a liberação de radicais livres e enzimas, contribuindo para o desenvolvimento de doenças gastrintestinais. Os principais nutrientes envolvidos na recuperação, crescimento e diferenciação celular, proporcionando saúde e integridade da mucosa são: a glutamina, ácidos graxos essenciais, zinco, ácido pantotênico, ácido ascórbico, e probióticos. O estudo concluiu que se faz necessário identificar as causas e conseqüências do aumento da permeabilidade intestinal nos atletas, para controle e prevenção, melhorando seu desempenho e garantindo a saúde do atleta. Sendo assim, deve ser aplicado o programa 4R da Nutrição Funcional, que se baseia em remover ou reduzir fatores estressantes da mucosa, repor fatores digestivos e reinocular o trato digestório.

Anuário Nutrição Esportiva Funcional – Janeiro de 2007

Taurina no esporte

A taurina é um composto final do metabolismo dos aminoácidos sulfurados (metionina e cisteína) que se encontra conjugada com ácidos biliares de sódio e potássio. Sua síntese ocorre a partir desses aminoácidos, por meio de uma série de reações enzimáticas que requerem a participação da vitamina B6 como cofator. Após exercícios exaustivos, observa-se depleção de taurina nas células musculares e elevação dos seus níveis no plasma. Supõe-se que a elevação de taurina no plasma exerça efeito ergogênico, aumentando a glicólise e modulando a entrada e saída de cálcio na célula, promovendo elevação do glicogênio hepático. O exercício físico, em função do maior consumo de oxigênio, pode promover aumento na produção de EROs, permitindo assim, modificar o estado redox da célula. As concentrações mitocondriais de taurina ainda não foram descritas, porém suas altas concentrações celulares e suas propriedades sugerem-na uma função antioxidante e de scavenger, provavelmente protegendo esta organela do estresse oxidativo. Estudos sugerem que o efeito protetor da taurina é devido suas atividades antioxidantes, através da sua habilidade em neutralizar o ácido hipocloroso (HOCl), uma substancia pró-oxidante potente.A taurina parece ter efeito de aumento da resistência em praticantes de atividade física e oferece combustível para contração do músculo esquelético, aumentando a quantidade de cálcio liberada e faz com que as células mais sensíveis ao cálcio aumentem ainda mais a sua contratilidade. Em estudos com humanos utilizaram-se preparados líquidos contendo combinação de vários nutrientes, dificultando o entendimento do real efeito da suplementação de taurina no exercício físico. é necessária a realização de estudos que avaliem os feitos isolados da taurina no exercício físico e no aumento da resistência física, quanto ao aumento do desempenho.

Anuário de Nutrição Esportiva Funcional

Fevereiro de 2010

Deficiência de estrogênio e controle da massa corpórea: o papel da atividade física

Mulheres na pós-menopausa possuem tendência a ganhar massa corpórea. Durante essa fase da vida, há diminuição nos níveis de atividade física, levando à redução do gasto energético, o que acarreta aumento de adiposidade abdominal e pode agravar as complicações metabólicas da obesidade. Porém, não se sabe exatamente como a menopausa contribui para a diminuição do nível de atividade física. Apenas metade das mulheres com idade entre 50 e 64 anos fazem alguma atividade física regular, e apenas um quarto relatam a prática de exercícios de alta intensidade. Assim, a diminuição da atividade física pode ser um importante fator para o ganho de massa corpórea após a menopausa. Os componentes do gasto energético possuem um importante papel no aumento da adiposidade central e de todo o corpo que acontece em mulheres após a menopausa. Como demonstrado em estudo de Poehlman, Toth e Gardner, mulheres que entram na menopausa apresentam maiores reduções da TMB (aproximadamente 100 kcal/dia) comparadas às que não estão na menopausa. Os níveis de atividade física também são menores em mulheres na menopausa (aproximadamente 127 kcal/dia). As reduções da TMB e dos níveis de atividade física podem estar relacionadas, pelo menos em parte, à diminuição da massa magra. O gasto energético reduzido associado a nenhuma mudança ou ao aumento da ingestão alimentar gera um balanço energético positivo, fato que favorece o aumento da gordura corpórea total e, possivelmente, da adiposidade central.  O climatério é um período durante o qual o gasto energético e a utilização dos substratos energéticos estão desregulados, com menor oxidação de gordura. Isso pode ser devido a alterações nos níveis de estrogênio e/ou androgênio, na massa livre de gordura reduzida e mudanças na ingestão alimentar induzidas pela deficiência de estrogênio. No estudo de Kohrt, Ehsani e Birge, foram investigadas mudanças na composição corporal e na distribuição de gordura corporal em resposta ao exercício físico, à terapia de reposição hormonal (estrógenos conjugados e medroxiprogesterona) isolados, e à terapia aliada ao exercício físico. O estudo consistiu em um período de tratamento de 11 meses com avaliações antes do tratamento, ao final do tratamento e seis meses após seu término. As mulheres que participaram somente do programa de exercício e as que fizeram tratamento hormonal em conjunto com o exercício físico tiveram reduções na circunferência do quadril após 12 meses, porém, as mulheres que aliaram tratamento hormonal ao exercício físico tiveram menores circunferências de quadril após seis meses do término do tratamento comparadas às mulheres que somente se exercitaram. Isso sugere que a reposição hormonal pode ser usada em conjunto com o exercício físico para prevenir mudanças na distribuição de gordura que acompanham a menopausa.  Muitos hormônios e neuropeptídeos que afetam o apetite também modulam a atividade física, incluindo neuromedina U e orexina, e a obesidade pode representar uma condição associada ao decréscimo da sensibilidade central a esses neuropeptídeos, os quais são  responsáveis por aumentar a atividade física e, consequentemente, o gasto energético. Embora a terapia de reposição hormonal seja amplamente utilizada para reduzir o risco de doença cardiovascular durante a menopausa, seu uso como um agente para regular o fenótipo na pós-obesidade começou a ser investigado apenas recentemente. Evidências preliminares sugerem que o exercício físico e/ou intervenções farmacológicas para compensar os prejuízos metabólicos e os riscos de doença cardíaca no período de transição para a menopausa ou após a menopausa são interessantes.

Treinamento Físico em Longo Prazo

O treinamento físico em longo prazo compreende, da fase inicial de treinamento à longevidade esportiva, todas as modificações e adaptações orgânicas por que o organismo passa durante esses anos. Em pessoas sedentárias, o exercício aeróbio regular resulta na melhora da capacidade cardiorespiratória e no potencial de desenvolver trabalho muscular. O desenvolvimento do pico de performance física até o nível de um atleta competitivo depende de meses a anos de treinamento, principalmente para endurance. Para se tornar um atleta de elite são necessários anos de treinamento intenso, com o objetivo de alcançar a melhor adaptação metabólica que o atleta possa suportar. é caracterizado pelo excesso de treinamento que resulta em efeitos adversos relacionados com adaptação neuro-endócrino-imune e bioquímica ao exercício e essa condição pode ser tratada e/ ou prevenida. O objetivo da alimentação funcional, nesse momento de overtraining é quebrar o ciclo de ativação do sistema imunológico e de fadiga. Em alguns casos, suplementação com elementos específicos como arginina, glutamina, ácidos graxos ômega-3 e antioxidantes pode facilitar o sistema imunológico e compensar a depleção de nutrientes essenciais. O destreinamento pode ser definido como uma perda parcial ou completa das adaptações induzidas pelo exercício, em resposta a um estímulo insuficiente de treinamento, seja por repouso em cama por tempo prolongado devido a patologia, inatividade por lesão ou redução de treinamento por envelhecimento. é uma situação muito comum na longevidade esportiva. Em atletas de elite, um treinamento insuficiente reduz as dimensões cardíacas, assim como a ventilação, há declínio do bombeamento e no volume de sangue. Todas essas mudanças iniciam a partir de 10 dias da parada do treinamento. Sabendo que a nutrição se faz presente e necessária da bioquímica celular até o funcionamento perfeito dos sistemas cardio-neuro-endócrino-imune, o equilíbrio desses mecanismos, para o atleta, constitui sua adaptação e o ganho na performance. O importante na nutrição é ofertar para o músculo os nutrientes corretos em cada fase do treinamento, favorecendo a sinergia dos sistemas no trabalho muscular e na performance. Além disso, cada atleta deve ser analisado de maneira individual, avaliando função intestinal e absortiva, função hepática de metabolização de todos os nutrientes e compostos bioativos da alimentação e dos hormônios de estresse produzidos pelo exercício, sendo que a alimentação saudável garante o estado de saúde, e a visão nutricional funcional diferencia a performance.

Nutrição Esportiva Funcional – Fevereiro de 2008