Mecanismos moleculares dos polifenóis do cacau em doenças relacionadas à obesidade.

A obesidade e doenças metabólicas associadas (diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e hipertensão), são os principais problemas associadas à nutrição no mundo. Uma característica da obesidade é a sua relação com inflamação crônica que tem início no tecido adiposo e eventualmente se torna sistemático. Uma estratégia dietética para reduzir a intolerância a glicose e inflamação é o consumo de alimentos riscos em polifenóis, como o cacau e seus derivados. Dados de pesquisas in vitro e in vivo mostram que polifenóis do cacau podem apresentar propriedades antioxidantes e antinflamatórias. Os polifenóis encontrados no cacau possuem ação na regulação do metabolismo lipídico por induzir a expressão gênica ou ativar fatores de transcrição que regulam a expressão de genes, alguns que exercem importante função no metabolismo energético. Atualmente, alguns alvos moleculares foram identificados por exercerem benefícios nas doenças associadas à obesidade com os efeitos dos polifenóis do cacau. Alguns estudos mostram efeito protetor dos polifenóis do cacau contra doenças metabólicas por suprimirem fatores de transcrição que são antagônicos à acumulação lipídica. Assim, os produtos ricos em polifenóis do cacau podem reduzir doenças metabólicas relacionadas a obesidade por múltiplos mecanismos e ainda reduzirem a inflamação crônica.

Ali, F.; Ismail,A.; Kersten, S. Molecular mechanisms underlying the potential antiobesity-related diseases effect of cocoa polyphenols, Mol. Nutr.Food.Res. 21,2013.

Cardiomiopatia e doença celíaca

A doença celíaca é uma enteropatia imunomediada em indivíduos geneticamente predispostos, desencadeada pela ingestão de prolaminas, fragmentos polipeptídicos do glúten, encontradas no trigo, no centeio, na cevada e na aveia. é considerada a intolerância alimentar mais comum em populações ocidentais, afetando, aproximadamente, 1% da população geral. A doença celíaca apresenta um amplo espectro clínico de sinais e sintomas incluindo diarreia, má absorção, perda de peso, além de manifestações extraintestinais como desordens dermatológicas, osteoporose e, recentemente relatado, cardiomiopatia dilatada idiopática. Apesar de esta última associação ser raramente documentada, a presença da doença celíaca deve ser investigada devido à gravidade da cardiomiopatia dilatada, uma vez que, diagnosticada precocemente, a cardiomiopatia pode ser completamente reversível com o início da dieta isenta de glúten.

Revista Brasileira de Nutrição Funcional

Ano 12 – Edição 53 – Setembro de 2012

Os aditivos e seus efeitos no organismo

A alimentação convencional, geralmente é muito artificializada, repleta de corantes químicos, aromatizantes perigosos e outros ingredientes orgânicos, aos quais se atribui a causa de grande número de enfermidades. E dificilmente o cidadão comum sabe identificar quais são estes aditivos e quais são seus efeitos no organismo. Tentando reverter um pouco este quadro, apresentamos abaixo alguns destes aditivos utilizados nos alimentos industrializados, o significado dos códigos que os representam e os danos que eles podem causar ao organismo:

Antioxidantes

– Ácido fosfórico (H.III): aumento da ocorrência de cálculos renais.

– Ácido nordihidroguairético (AIV): interferência nas enzimas do metabolismo das gorduras.

– Butil-hidroxianisol BHA (AV); Butil-Hidroxitolueno BHT (AVI): ação tóxica sobre o fígado, interfere na reprodução de cobaias de laboratório.

– Fosfolipídios (AVIII): acréscimo do colesterol sangüíneo.

– Gelato de propila ou de octila (AIX): reações alérgicas, interfere na reprodução de animais de laboratório.

– Etilenodiaminote tetracetato de cálcio e dissódico EDTA (AXII): descalcificação e redução da absorção de ferro.

Antiumectantes

– Ferrociante de sódio, cálcio ou potássio (AU.VI): intoxicação dos rins.

Corantes

– Todos (CI) (CII): reações alérgicas, alguns possuem ações tóxicas sobre o feto ou são teratogênicos, ou seja, podem fazer nascerem crianças-monstros; anemia hemolítica; o caramelo, quando preparado de modo inadequado, pode conter substâncias capazes de causar convulsões.

Conservadores

– Ácido Benzóico (PI): alergias, distúrbios gastrintestinais.

– Ésteres do ácido hidroxibenzóico (P 111): dermatite; redução de atividade motora.

– Dióxido de enxofre e derivados (PV): redução do nível de vitaminas B1 nos alimentos; aumenta a freqüência de mutações genéticas em animais de laboratório.

– Antibióticos (oxitetraciclina, clores tetraciclina e outros) (PVI): desenvolvimento de raças de bactérias resistentes aos antibióticos; reação de hiper- sensibilidade.

Edulcorantes

– Sacarina (DI): causa câncer na bexiga de animais de laboratório.

Espessantes

– Em geral: irritação da mucosa intestinal; ação laxante.

Estabilizantes

– Polifosfatos (ET XV ET XI XVIII): elevação da ocorrência de cálculos renais; distúrbios gastrintestinais.

Acidulantes

– Ácido acético em geral: cirrose hepática, descalcificação dos dentes e dos ossos.

Aromatizantes

– Em geral: alergia; retardam o crescimento e produzem câncer em animais de laboratório.

Umectantes

– Dioctil sulfossuccinato de sódio (U 111): distúrbios gastrintestinais circulação pulmonar.

FONTE: Relatório Orion – PUBLICADO POR: Transformação – Janeiro de 1992 – Uma publicação mensal da Visão Mundial e da Missão Editora.

PRINCIPAIS ALIMENTOS QUE CONTÊM ADITIVOS RELACIONADOS A REAÇÕES ADVERSAS

Corantes

Refrescos, refrigerantes, iogurtes, leites aromatizados e fermentados, gelatinas, pós para pudim e similares, sorvetes, chocolates, bolachas recheadas, balas, chicletes e pó para sucos.

Sulfitos (PV)

Refrescos (prontos e em pó), refrigerantes, xaropes para refrigerantes e refrescos e embutidos.

Glutamato Monossódico

Temperos prontos, caldo de carne e galinha, patês, salgadinhos, bolachas aromatizadas, alimentos prontos resfriados.

Antioxidantes (Butil hidroxianisol – AV, Butil hidroxitolueno – AVI) Manteigas, creme vegetal e margarinas, coco ralado, leite de coco, óleos e gorduras, produtos de cacau, produtos desidratados de batata.

 

 

Nhoque de mandioca cenoura e cereias

nhoque de mandioca com cenoura e cereais

Receita:

2 cenouras cozidas amassadas (passar no espremedor)
2 a 3 mandiocas médias amassadas (espremedor)
2 xícaras de mix de farinhas ou flocos de cereais (farinha de aveia, farinha de arroz integral e flocos de quinua moídos)
1 ovo
1 colh sopa de azeite
Sal a gosto

Preparo:
Misturar tudo. Qdo a massa estiver bem compacta, enrolar em formato de cobra, ajudando com um pouco de farinha de aveia, se precisar. Cortar em pedaços (pequenos quadradinhos) e colocar na água fervente por 20 a 25 minutos, deixando cozinhar bem. Retirar e servir com o molho de sua preferência.

Zonulina e glúten

As junções intercelulares, também denominadas de “tight junctions”(TJ), são estruturas dinâmicas envolvidas no transporte de água e eletrólitos através do epitélio intestinal,sendo o principal determinante da permeabilidade intestinal.Após a descoberta da toxina Zonula occludens (Zot), os pesquisadores hipotetizaram que ela poderia mimetizar o efeito de um regulador endógeno das TJs, o que resultou na identificação de um análogo intestinal da Zot, a que chamaram Zonulina (ZON). A ZON representa uma proteína eucariótica e o único mediador fisiológico, até o momento, capaz de abrir reversivelmente as TJs. Recentemente, algumas doenças autoimunes e inflamatórias têm sido relacionadas com alterações na permeabilidade intestinal. Uma das teorias atuais sobre autoimunidade envolve a integridade da mucosa intestinal (sistema das TJs), que pode estar comprometida em algumas situações, permitindo a passagem de antígenos, e subsequente resposta imune deletéria que pode resultar na agressão a tecidos próprios, como, por exemplo,na agressão a tecidos próprios, como, por exemplo, pele, intestino delgado,tireoide ou pâncreas. Dentre os diversos estímulos que podem provocar a liberação da ZON no lúmen intestinal, as bactérias e o glúten estão entre os mais potentes. os diversos estímulos que podem provocar a liberação da ZON no lúmen intestinal,as bactérias e o glúten estão entre os mais potentes. A doença celíaca (DC) e a diabetes mellitus tipo 1 (DM1) são doenças autoimunes que resultam de uma interação entre predisposição genética e fatores ambientais. Neste sentido, diversos estudos vêm estabelecendo uma relação entre ZON, integridade da barreira intestinal, glúten, DC, DM1, além de outras doenças autoimunes e inflamatórias, bem como neoplasias.doença celíaca (DC) e a diabetes mellitus tipo 1 (DM1) são doenças autoimunes que resultam de uma interação entre predisposição genética e fatores ambientais. Neste sentido, diversos estudos vêm estabelecendo uma relação entre ZON, integridade da barreira intestinal, glúten, DC, DM1, além de outras doenças autoimunes e inflamatórias, bem como neoplasias.

 

Candidíase e Infecções Fúngicas

A Candida Albicans reside como patógeno oportunista nas cavidades muco-cutâneas da vagina, pele e intestino nos seres humanos. Como este fungo está bem adaptado ao corpo humano, pode colonizá-lo sem produzir sinais de doença (colonização assintomática) em condições fisiológicas normais.

As infecções fúngicas ocorrem em condições fisiológicas alteradas do pH ácido e baixa imunidade, como infância, gestação, diabetes, AIDS e durante administração prolongada (e indiscriminado) de antibióticos de largo espectro, quimioterápicos, corticóides e contraceptivos orais, além de dieta  de carga muito ácida, com consumo regular de açúcar refinado, lactose, carboidratos refinados, álcool, embutidos, cafeína e produtos industrializados.

Além de mudanças dietéticas, alguns princípios ativos são muito estudados e utilizados por seus poderes antifúngicos, como o ácido láurico, biotina, lactobacilos e o alho.

Referência Bibliográfica:
1. Paschoal, V. et al. Nutrição Clínica Funcional. Volume II. São Paulo: Valéria Paschoal Editora, 
2012. (Coleção Nutrição Clínica Funcional).
2. Chronic vaginal candidiasis responsive to biotin therapy in a Carrier of biotinidiase deficiency. Obstet Gynecol; 92: 644-646, 2006.
3. Lucyana de J.H.Kalluf. Fitoterapia Funcional: dos Princípios Ativos à Prescrição de Fitoterápicos – Parte 1—São Paulo: VP Edit.Ltda., 2008. – (Coleção Nutrição Clínica Funcional).

O tratamento funcional de atletas em overtraining

Atualmente, a busca pelo máximo desempenho entre atletas de elite vem contribuindo para o aumento na prevalência da síndrome de overtraining. Tal síndrome caracteriza-se pela redução no desempenho, acompanhada de diversos outros sintomas de cunho fisiológico, imunológico, psicológico e bioquímico, como fadiga, depressão, infecção do trato respiratório, distúrbios do sono, dores musculares, aumento do cortisol, entre outros. O diagnóstico do overtraining é muito difícil, pois os sintomas se confundem com os do pré-overtraining e com os do treinamento normal, sendo necessário a avaliação do desempenho do atleta no esporte através de teste específicos. Existem diversas hipóteses sobre a possível causa e mudanças fisiopatológicas do overtraining, como aumento de citocinas e desequilíbrio neuroendócrino, redução dos estoques de glicogênio, hipótese da fadiga central e diminuição da glutamina, porém nenhuma delas é conclusiva. Com relação ao aporte nutricional, verificou-se uma importância na adequação do aporte proteico na dieta do atleta para a prevenção de sintomas observados na síndrome de overtraining, bem como o impacto positivo da administração de aminoácidos de cadeia ramificada (AACR), glutamina, probióticos e ômega-3 na modulação do sistema imunológico, redução da fadiga e modulação do humor. Porém, ainda há necessidade da realização de mais estudos bem conduzidos que comprovem tais atividades em atletas.

Revista Brasileira de Nutrição Funcional – janeiro 2013

Contribuição da creatina para homeostase proteica em atletas após corrida de sprint e endurance

Poucos estudos têm avaliado as mudanças metabólicas induzidas pela suplementação de creatina. Desta forma, a presente investigação objetivou-se a avaliar os efeitos da suplementação de creatina sobre alterações plasmáticas e urinárias de atletas após corrida de sprint endurance. Doze atletas do sexo masculino (média de idade 20,3 ± 1,4 anos) performaram dois exercícios idênticos (frequência cardíaca máxima 65-70%) de corrida de 60 minutos (ensaio de endurance) antes e depois da suplementação de creatina (12 g de creatina monohidratada/ dia por 15 dias), acompanhado por um período de washout de 5 dias. Subsequentemente, foram performados dois exercícios idênticos de 100 m de corrida de sprint (ensaio de força), antes e após a suplementação de creatina por 15 dias, de acordo com o protocolo de suplementação do ensaio de endurance. Mensurações da composição corporal foram realizadas durante todo estudo. Amostras plasmáticas foram examinadas para as concentrações de glicose, lactato, aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA), triptofano livre (TRIP), glutamina, alanina, hipoxantina e ácido úrico. Amostras urinárias foram examinadas para as concentrações de hidroxiprolina, 3-metilhistidina, ureia nitrogenada e creatinina. Como resultado, foi encontrado que a suplementação de creatina aumentou significantemente o peso corporal dos atletas participantes do ensaio de endurance.  A concentração de lactato plasmático e a taxa de TRIP/ BCAA após a recuperação da prática da corrida de endurance foi significantemente reduzido com a suplementação de creatina. As concentrações de metabólitos de purinas (soma da hipoxantina e ácido úrico), glutamina, 3-metilhistidina urinário e ureia nitrogenada tenderam a diminuir antes da corrida nos ensaios, com a suplementação de creatina. Após a corrida, a concentração urinária de hidroxiprolina aumentou significantemente no ensaio de força com a administração de creatina. Os achados deste estudo sugerem que a suplementação de creatina levou a diminuição da degradação de proteínas e do glicogênio muscular, especialmente após o exercício de endurance. Todavia, a suplementação de creatina pode induzir a proteólise de colágeno em atletas após corrida de sprint.

Referência bibliográfica:

TANG, F.C.; CHAN, C.C.; KUO, P.L. Contribution of creatine to protein homeostasis in athletes after endurance and sprint running. Eur J Clin Nutr; 2013.

Aumento da Permeabilidade Intestinal em Atletas

O exercício físico intenso e prolongado tem sido associado com alterações no trato gastrintestinal. Estudos verificam que grande porcentagem de atletas de endurance apresenta sintomas gastrintestinais relativos ao exercício, sendo as mulheres mais suscetíveis que os homens. O status do treinamento, o tipo, a intensidade e a alimentação antes e durante o exercício representam um papel importante na etiologia do dano gastrintestinal. O estímulo mecânico da mucosa intestinal, e a redução do fluxo sanguíneo pancreático causados pelo treinamento podem prejudicar a permeabilidade intestinal, provocando diarréia. O exercício pode causar também a elevação dos hormônios como a gastrina, motilina, somatostatina, glucagon, além de peptídeos pancreáticos, que podem produzir sintomas gastrintestinais por diferentes mecanismos. O estímulo mecânico e o estiramento da musculatura lisa liberam prostaglandinas, que acelera o trânsito intestinal e inibição da contração colônica. O aumento da permeabilidade intestinal é definido como a entrada por difusão não-mediada de moléculas de tamanho superior a 150 Da em direção ao espaço intersticial, permitindo o fluxo de agentes do lúmen para a mucosa, resultando em inflamação tecidual com redução da função da barreira gastrintestinal. Estudos têm relacionado ainda a relação entre a desidratação e a disfunção gastrintestinal, sendo que o exercício leva a perda de fluidos e eletrólitos na forma de suor, e a redução do volume sanguíneo agrava o reduzido fluxo sanguíneo do TGI, e o ajuste circulatório para o controle do débito sanguíneo resulta em hipóxia e produção de radicais livres, depleção de ATP, acidose e disfunção celular. A exposição a alérgenos alimentares provoca o aumento da permeabilidade intestinal, provavelmente devido à liberação das citocinas inflamatórias. Estudos indicam ainda que o uso de aspirina e antiinflamatórios não-esteroidais promove aumento significativo da permeabilidade intestinal, facilitando a absorção de alérgenos. Esta passagem de agentes agressivos ao lúmen pode gerar uma resposta imune local que envolve a liberação de radicais livres e enzimas, contribuindo para o desenvolvimento de doenças gastrintestinais. Os principais nutrientes envolvidos na recuperação, crescimento e diferenciação celular, proporcionando saúde e integridade da mucosa são: a glutamina, ácidos graxos essenciais, zinco, ácido pantotênico, ácido ascórbico, e probióticos. O estudo concluiu que se faz necessário identificar as causas e conseqüências do aumento da permeabilidade intestinal nos atletas, para controle e prevenção, melhorando seu desempenho e garantindo a saúde do atleta. Sendo assim, deve ser aplicado o programa 4R da Nutrição Funcional, que se baseia em remover ou reduzir fatores estressantes da mucosa, repor fatores digestivos e reinocular o trato digestório.

Anuário Nutrição Esportiva Funcional – Janeiro de 2007

Segurança da suplementação de EPA e DHA

Recentemente, o Painel dos Produtos Dietéticos, Nutrição e Alergias1 da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar publicou um parecer científico sobre o nível de ingestão tolerável (UL) dos ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa (LCPUFAs) ?-3: ácido eicosapentaenoico (EPA), ácido docosahexaenoico (DHA) e ácido docosapentaenoico (DPA).

Os LCPUFAs ?-3 são importantes componentes estruturais das membranas celulares,contribuindo para a sua fluidez e permeabilidade, a atividade de enzimas ligadas e dos receptores, a transdução de sinal e a regulação da expressão dos genes1.

O DHA é um componente de lipídios de membranas estruturais, especialmente de fosfolipídios no tecido nervoso e na retina. O EPA pode ser transformado em eicosanoides (prostaglandinas, prostaciclinas, tromboxanos, leucotrienos e prostanoides), que participam na regulação da pressão arterial, da função renal, coagulação sanguínea, reações inflamatórias e imunológicas, entre outras funções em tecidos. Outros metabólitos de EPA e DHA (resolvinas, protectinas) estão envolvidos na resolução da resposta inflamatória1.

Embora o DPA possa ser retroconvertido minimamente em EPA e DHA, pouco se sabe sobre seus efeitos biológicos in vivo2. Os efeitos de EPA, DHA e DPA na atividade enzimática, na expressão do gene e na agregação de plaquetas foram descritos in vitro2,3.

O peixe é uma fonte rica em LCPUFAs n-3 de forma exclusiva1. A tabela 1 apresenta a composição em porcentagem de ácidos graxos EPA e DHA de diferentes espécies de peixes marinhos da costa brasileira4. Outras fontes naturais de LCPUFAs n-3 são o leite humano, algas marinhas cultivadas, mamíferos marinhos e krill (crustáceo semelhante ao camarão). O EPA, o DHA e o DPA podem também ser fornecidos por alimentos e suplementos enriquecidos com LCPUFAs n-3. As proporções de EPA: DHA: DPA diferem entre as várias fontes de LCPUFAs n-3, embora DPA seja geralmente um componente de menor quantidade em comparação com EPA e DHA. Os suplementos alimentares que contêm principalmente EPA, ou principalmente DHA (isolado a partir de microalgas), também estão disponíveis. O DPA puro não é comercializado para o consumo humano1.


Fonte: Visentainer et al4.

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não são significativamente diferentes (p=0,05). Dp=desvio padrão
O Painel observou o consumo médio de LCPUFA n-3 em adultos: os mais altos percentuais de ingestão foram geralmente <1200 mg/dia a partir de fontes dietéticas (em mulheres de 18 a 39 anos na Bélgica), e <1300 mg/dia em suplementos alimentares (pessoas de 51 a 64 anos na Irlanda). A maior ingestão foi <2,7 g/dia, quando considerado o alto consumo de peixes e suplementação em conjunto (homens de 16 a 79 anos na Noruega)1. Não foram encontrados estudos que avaliassem o consumo de LCPUFA n-3 na população brasileira.

A maioria dos estudos de intervenção em humanos que investigaram os efeitos do LCPUFA n-3 usou óleo de peixe contendo quantidades conhecidas de EPA e DHA, combinados ou isolados, e quantidades geralmente desconhecidas (mas relativamente baixas) do DPA. Poucos estudos estão disponíveis usando óleo de krill como fonte de EPA e DHA e não foram realizados estudos com fontes contendo principalmente DPA ou com DPA isolado1.
O Painel considerou que a produção endógena de EPA, DPA e DHA, a partir de ALA, pode ser insignificante em comparação com as doses utilizadas nos estudos analisados para avaliação da segurança destes LCPUFAs n-31.

Indicação dos LCPUFAs n-3 para diferentes condições clínicas

Os pareceres científicos da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos sobre a fundamentação das alegações de saúde relacionadas com EPA e DHA propuseram a ingestão de EPA e DHA em cerca de 2-4 g/dia, a fim de obter os efeitos5,6,7.
As recomendações dietéticas de organismos internacionais para ?-3 (principalmente EPA e DHA) variam de 200 mg a >600 mg/dia para adultos e de 40 mg a 250 mg/dia para lactentes com mais de 6 meses, para crianças e adolescentes. Estas recomendações têm sido estabelecidas com base na relação inversa entre o consumo desses LCPUFAs n-3 (principalmente a partir de óleos de peixe e peixe) e um menor risco de doença arterial coronariana1.

As recomendações específicas de DHA foram também estabelecidas para bebês e crianças pequenas (6 a 24 meses de idade), que variam de 70-100 mg/dia com base em seu acúmulo no sistema nervoso central e os seus efeitos sobre a função visual durante o período de alimentação complementar; assim como também para o DHA adicional (100-200 mg/dia) para mulheres grávidas e em lactação, a fim de compensar as perdas oxidativas de DHA na dieta materna e acúmulo de DHA em gordura corporal do feto/criança1. As mais altas recomendações dietéticas para EPA e DHA (principalmente EPA e DHA combinados ou somente DHA) para diferentes subgrupos populacionais são 610 mg/dia (Austrália)1.
A revisão de Lavie et al.8 resumiu os dados científicos sobre os efeitos da dosagem dos LCPUFA ?-3 na prevenção primária e secundária de distúrbios cardiovasculares (Figura 1).

Figura 1. Dosagem de óleo de peixe e o efeito cardiovascular


Fonte: adaptado de Lavie et al.8
* EPA= ácido eicosapentaenoico; DHA= ácido docosahexaenoico.

Observando a figura 1, podemos concluir que as doses de aproximadamente 700-1000 mg apresentam efeito antiarritmia e redutor da frequência cardíaca e da pressão arterial. No entanto, na hipertrigliceridemia, o efeito é proporcional a dose. Na dose em que há o benefício cardiovascular, não há risco antitrombótico. A atividade antitrombótica (antiagregante plaquetária) aumenta com dose = 2000 mg.

O óleo de peixe também foi apontado por seus efeitos benéficos no diabetes tipo 2, em doenças renais e inflamatórias, na saúde materna e infantil, na função do sistema nervoso central, em idosos, em transtornos psiquiátricos e em vários tipos de câncer9.

Efeitos adversos

Estudos de intervenção em humanos, em longo prazo, que investigaram os efeitos de doses suplementares de EPA e DHA, isolados ou combinados, em doses de até 1 g/dia aproximadamente, geralmente não relataram efeitos adversos em relação ao consumo de EPA ou DHA. No entanto, alguns efeitos adversos descritos em associação com doses elevadas de EPA e DHA incluem: episódios de hemorragia, supressão da função imunitária, peroxidação lipídica aumentada e metabolismo de lipídios e glicose prejudicados1.

Segurança da suplementação

Nenhum nível de ingestão tolerável (UL) para EPA, DHA e DPA foi definido por qualquer órgão competente1. O Instituto de Medicina dos EUA10 concluiu que os dados disponíveis são insuficientes para definir uma UL para EPA e DHA, embora os indivíduos com intolerância à glicose ou diabetes tipo 2 e indivíduos com hipercolesterolemia familiar em uso de anticoagulantes devam ser suplementados com cautela.

A Agência Alemã de Avaliação de Risco Federal Alemã estabeleceu o nível de consumo máximo recomendado para LCPUFA ?-3 de 1,5 g/dia. O Food and Drug Administration (FDA)12 recomendou não exceder a ingestão de 3 g/dia de EPA e DHA, para evitar possíveis efeitos adversos.

Em 2011, o Comitê Científico Norueguês para a Segurança dos Alimentos3 realizou uma avaliação de segurança de LCPUFA ?-3 de todas as fontes. Nenhum efeito colateral foi claramente associado com EPA e DHA com ingestão de até 6,9 g/dia e nenhuma UL pôde ser estabelecida.

O parecer científico sobre o nível de ingestão tolerável (UL) dos LCPUFAs ?-3 realizado pelo Painel dos Produtos Dietéticos, Nutrição e Alergias1, publicado neste ano, fez considerações sobre a dose-resposta de efeitos adversos com base nos estudos realizados em humanos. As mesmas estão expostas a seguir.

Considerações do Painel em relação às condições avaliadas1

O Painel considerou que a suplementação de EPA e DHA combinados com doses até 5 g/dia, ou de EPA isolado até 1,8 g/dia ou de DHA isolado até 1 g/dia, não suscitam preocupações de segurança para a população. No entanto, segundo o Painel, os dados disponíveis foram insuficientes para estabelecer uma UL para LCPUFA ?-3 (individualmente ou combinadas) para qualquer grupo populacional.

O Painel considerou que a avaliação da segurança das doses de LCPUFA ?-3 deve ser baseada em estudos disponíveis em humanos. O quadro 1 apresenta as dosagens consideradas seguras pelo Painel, para evitar os efeitos adversos, baseadas nesse tipo de intervenção.

Quadro 1. Dosagem segura para evitar efeitos adversos


Fonte: adaptado de Painel dos Produtos Dietéticos, Nutrição e Alergias1.

*dados disponíveis são insuficientes para concluir se as mesmas doses administradas, principalmente como EPA ou principalmente como DHA, têm efeitos diferentes sobre esse resultado.

Como complicações hemorrágicas, foi considerado o aumento do risco de episódios de sangramento espontâneo ou complicações hemorrágicas, mesmo em indivíduos com alto risco de sangramento (por exemplo, a ingestão de ácido acetilsalicílico ou anticoagulantes).

Em tempo de sangramento, foi considerado o aumento dos efeitos dos medicamentos antiplaquetários ou antitrombóticos sobre o tempo de sangramento. As mudanças nos tempos de sangramento, observadas em alguns estudos de intervenção, estavam dentro do intervalo normal e não associadas ao aumento do risco de complicações clínicas (por exemplo, hemorragia espontânea).

As alterações na função das plaquetas observadas com doses suplementares de EPA e DHA (isolados ou em combinação), até cerca de 4 g/dia, não foram consideradas negativas, uma vez que não foram associadas com um risco aumentado de complicações clínicas (hemorragia espontânea, por exemplo).

Para homeostase da glicose, o Painel considerou a necessidade de insulina, o aumento dos níveis de hemoglobina glicosilada (HbA1c) e o aumento da glicemia em jejum e pós-prandial, em pacientes com diabetes tipo 1 e tipo 2. Os estudos de intervenção em humanos, na maior parte, não controlados, descreveram os efeitos adversos da suplementação de ?-3 LCPUFA (10 g/dia)13.

Em relação à concentração de colesterol LDL no sangue, o Painel considerou que o pequeno aumento nos níveis de colesterol LDL (aproximadamente 3%), vinculado ao EPA e DHA (de 2-6 g/dia) ou somente DHA (2-4 g/dia) podem não ser adversos em relação ao risco de DCVs. Esse aumento foi acompanhado por uma diminuição em triglicérides, sem alterações na concentração do colesterol total (ou não HDL). As doses de EPA, até 4 g/dia, não tiveram efeito significativo nos níveis de colesterol LDL.

As doses consideradas seguras para peroxidação lipídica foram encontradas em estudos com diferentes marcadores: F2-isoprostanos (EPA e DHA, isolados ou combinados, até 4 g/dia por 6 semanas); oxidação das partículas de LDL (EPA e DHA, combinados, até 5 g/dia por até 16 semanas); substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), de malondialdeído (MDA), dienos conjugados e hidroperóxidos lipídicos (EPA e DHA, até 4,5 g/dia)3. As primeiras observações que ligam o consumo de DHA com o aumento de peroxidação lipídica e dano oxidativo nas células e moléculas em animais de laboratório, podem ter sido afetadas pela presença de produtos de oxidação primária e secundária em suplementos sem antioxidantes. Esse efeito foi, de fato, revertido quando o DHA foi administrado com a suplementação de vitamina E3,10. No entanto, a adição de antioxidantes aos suplementos alimentares que contenham LCPUFA ?-3 para garantir a estabilidade do produto, parece ser opcional14.

O Painel também considerou a susceptibilidade de indução de alterações nas funções imunes, que podem levantar preocupações em relação ao risco de infecções ou de ativação inapropriada de respostas inflamatórias (aumento de PCR-us, citocinas, ICAM-1, VCAM-1 e selectina-E)1.

Considerações finais

O painel considerou que a suplementação de EPA e DHA, combinados com doses até 5 g/dia, parece não aumentar o risco de episódios de sangramento espontâneo ou complicações hemorrágicas ou afetar a função imune, a homeostase da glicose ou a peroxidação lipídica, desde que a estabilidade oxidativa dos LCPUFAs ?-3 seja garantida. A ingestão de suplementação de EPA isolado até 1,8 g/dia também não suscita preocupações de segurança para a população adulta e a de DHA isolado até 1 g/dia é segura para a população em geral. Não há dados disponíveis para o DPA, quando consumido sozinho. O Painel observou que, na maioria dos estudos com humanos considerados, o óleo de peixe foi a fonte de EPA e DHA e também continha DPA em quantidades geralmente desconhecidas (mas relativamente baixas)1.

Apesar de serem estabelecidas algumas considerações em relação às dosagens consideradas seguras, não foi determinada a UL. Além disso, a individualidade bioquímica deve ser respeitada. Algumas pessoas podem ser hipersensíveis e apresentar efeitos adversos em uma dosagem mais baixa que as estabelecidas.

Os peixes estão expostos a contaminantes ambientais, tais como arsênico, metilmercúrio e poluentes orgânicos persistentes, que podem desencadear ou agravar determinadas doenças. Portanto, é importante o conhecimento de laudos que comprovem a purificação dos suplementos15.

Referências Bibliográficas:
1. EFSA Panel on Dietetic Products, Nutrition and Allergies (NDA). Scientific Opinion on the Tolerable Upper Intake Level of eicosapentaenoic acid (EPA), docosahexaenoic acid (DHA) and docosapentaenoic acid (DPA). EFSA Journal; 10(7):2815, 2012.
2. KAUR, G.; CAMERON-SMITH, D; GARG, M.; et al. Docosapentaenoic acid (22:5n-3): a review of its biological effects. Progress in Lipid Research; 50:28-34, 2011. Apud: EFSA Panel on Dietetic Products, Nutrition and Allergies (NDA). Scientific Opinion on the Tolerable Upper Intake Level of eicosapentaenoic acid (EPA), docosahexaenoic acid (DHA) and docosapentaenoic acid (DPA). EFSA Journal; 10(7):2815, 2012.
3. VKM (Norwegian Scientific Committee for Food Safety). Opinion of the Steering Committee of the Norwegian Scientific Committee for Food Safety: Evaluation of negative and positive health effects of n-3 fatty acids as constituents of food supplements and fortified foods. Doc. no.: 08-707-final, 88 pp, 2011. Apud: EFSA Panel on Dietetic Products, Nutrition and Allergies (NDA). Scientific Opinion on the Tolerable Upper Intake Level of eicosapentaenoic acid (EPA), docosahexaenoic acid (DHA) and docosapentaenoic acid (DPA). EFSA Journal; 10(7):2815, 2012.
4. VISENTAINER, J.V.; CARVALHO, P.O.; IKEGAKI, M.; ET al. Concentração de ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosahexaenoico (DHA) em peixes marinhos da costa brasileira. Ciênc Tecnol Aliment; 20(1):90-3, 2000.
5. EFSA Panel on Dietetic Products Nutrition and Allergies (NDA). Scientific Opinion on the substantiation of health claims related to EPA, DHA, DPA and maintenance of normal blood pressure (ID 502), maintenance of normal HDL-cholesterol concentrations (ID 515), maintenance of normal (fasting) blood concentrations of triglycerides (ID 517), maintenance of normal LDL-cholesterol concentrations (ID 528, 698) and maintenance of joints (ID 503, 505, 507, 511, 518, 524, 526, 535, 537) pursuant to Article 13(1) of Regulation (EC) No 1924/2006 on request from the European Commission. EFSA Journal; 7(9):1263, 26 pp, 2009. Apud: EFSA Panel on Dietetic Products, Nutrition and Allergies (NDA). Scientific Opinion on the Tolerable Upper Intake Level of eicosapentaenoic acid (EPA), docosahexaenoic acid (DHA) and docosapentaenoic acid (DPA). EFSA Journal; 10(7):2815, 2012.
6. EFSA Panel on Dietetic Products Nutrition and Allergies (NDA). Scientific Opinion on the substantiation of claims related to docosahexaenoic acid (DHA) and maintenance of normal (fasting) blood concentrations of triglycerides (ID 533, 691, 3150), protection of blood lipids from oxidative damage (ID 630), contribution to the maintenance or achievement of a normal body weight (ID 629), brain, eye and nerve development (ID 627, 689, 704, 742, 3151), maintenance of normal brain function (ID 627, 632, 743, 3149) and maintenance of normal spermatozoa motility (ID 628) pursuant to Article 13 (1) of Regulation (EC) No 1924/2006. EFSA Journal, 8(10):1734, 2010. Apud: EFSA Panel on Dietetic Products, Nutrition and Allergies (NDA). Scientific Opinion on the Tolerable Upper Intake Level of eicosapentaenoic acid (EPA), docosahexaenoic acid (DHA) and docosapentaenoic acid (DPA). EFSA Journal; 10(7):2815, 2012.
7. EFSA Panel on Dietetic Products Nutrition and Allergies (NDA). Scientific Opinion on the substantiation of health claims related to eicosapentaenoic acid (EPA), docosahexaenoic acid (DHA), docosapentaenoic acid (DPA) and maintenance of normal cardiac function (ID 504, 506, 516, 527, 538, 703, 1128, 1317, 1324, 1325), maintenance of normal blood glucose concentrations (ID 566), maintenance of normal blood pressure (ID 506, 516, 703, 1317, 1324), maintenance of normal blood HDL-cholesterol concentrations (ID 506), maintenance of normal (fasting) blood concentrations of triglycerides (ID 506, 527, 538, 1317, 1324, 1325), maintenance of normal blood LDL-cholesterol concentrations (ID 527, 538, 1317, 1325, 4689), protection of the skin from photo-oxidative (UV-induced) damage (ID 530), improved absorption of EPA and DHA (ID 522, 523), contribution to the normal function of the immune system by decreasing the levels of eicosanoids, arachidonic acid-derived mediators and pro-inflammatory cytokines (ID 520, 2914), and “immunomodulating agent” (4690) pursuant to Article 13(1) of Regulation (EC) No 1924/2006. EFSA Journal 2010; 8(10):1796. [32 pp.]. EFSA Journal; 8(10):1796, 2010. Apud: EFSA Panel on Dietetic Products, Nutrition and Allergies (NDA). Scientific Opinion on the Tolerable Upper Intake Level of eicosapentaenoic acid (EPA), docosahexaenoic acid (DHA) and docosapentaenoic acid (DPA). EFSA Journal; 10(7):2815, 2012.
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11. BfR (Bundesinstitut fur Risikobewertung). Fur die Anreicherung von Lebensmitteln mit Omega-3-Fettsauren empfiehlt das BfR dia Festsetzung von Hochstmengen. Stellungnahme Nr. 030/2009, 10 pp., 2009. Apud: EFSA Panel on Dietetic Products, Nutrition and Allergies (NDA). Scientific Opinion on the Tolerable Upper Intake Level of eicosapentaenoic acid (EPA), docosahexaenoic acid (DHA) and docosapentaenoic acid (DPA). EFSA Journal; 10(7):2815, 2012.
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