Mitos e fatos sobre o declínio cognitivo

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Todos nós já ouvimos piadas e comentários sobre a função cerebral e a memória irem diminuindo com o avançar da idade – tantas vezes que é muito comum pensarmos que isso é resultado natural do envelhecimento. Mas nada poderia estar mais longe da verdade.

De fato, estudos realizados por pesquisadores da Harvard Medical School mostraram que certas funções cerebrais-chave melhoram com a idade. E embora as doenças relacionadas à idade, como a doença de Alzheimer e demência são muito reais, de acordo com os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, apenas 5% de pessoas com idades entre 71 e 79 têm alguma forma de demência, enquanto este número sobe para 24,2% entre 80 a 89, significando que três quartos da população mais velha vai bem.

O Dr. Bruce Yankner, professor de genética e pesquisador da Harvard Medical School, reconhece que o cérebro mais velho desacelera de certa forma – as pessoas podem esquecer coisas que não costumavam esquecer, ou não ser tão rápidas ao fazer palavras cruzadas, por exemplo –, mas sua equipe de pesquisa descobriu algo mais.

“O cérebro começa a compensar o ritmo mais lento usando mais de si mesmo”, contou ele em um relatório da escola sobre sua pesquisa.

Como Yankner explica, o córtex pré-frontal, a área do cérebro usada para o raciocínio consciente, é usado de forma diferente à medida que as pessoas envelhecem. Os adolescentes, por exemplo, mostram muita atividade cerebral em um lado do córtex pré-frontal. As pessoas na meia-idade começam a usar ambos os lados. Já os adultos mais velhos, a pesquisa mostra, usam ambos os lados igualmente.

Isto, naturalmente, tem algumas desvantagens. Desde que usam de maneira mais abrangente seu cérebro em cada tarefa, pessoas mais velhas não são boas em executarem muitas tarefas ao mesmo tempo, em comparação com as mais jovens. A pesquisa também mostra que as pessoas mais velhas são capazes de gastar mais tempo sonhando acordadas, e que a realização de tarefas pode exigir a necessidade de listas e o uso de ‘truques’ para lembrar de coisas.

“A demência não é um resultado inevitável do envelhecimento. Sabemos que é possível que o cérebro humano funcione normalmente por um século ou mais.” – Dr. Bruce Yankner, professor de genética da Harvard Medical School

Mas quando se trata de funcionamento cerebral mais complexo, os adultos mais velhos têm algumas vantagens. Por exemplo, um estudo de controladores de tráfego aéreo e pilotos de companhias aéreas descobriu que, embora as pessoas com menos de 50 anos dominassem o uso de novos equipamentos mais rapidamente, aquelas com mais de 50 anos cometiam menos erros ao iniciar o uso dos equipamentos.

Alterações corporais em adultos mais velhos também afetam o funcionamento do cérebro. Um baixo nível de testosterona pode melhorar o controle de impulsos, e a estabilidade emocional pode levar a melhores tomadas de decisões. Além disso, anos de conhecimento e experiência podem ajudar a tomar boas decisões financeiras e a avaliar adequadamente novas situações.

Outras coisas que melhoram com a idade: vocabulário crescente, habilidades básicas de matemática e uma habilidade para acentuar o positivo sobre o negativo.

Finalmente, a pesquisa de Yankner sobre as causas da doença de Alzheimer e demência sugere que elas têm menos a ver com o envelhecimento do que com o misterioso mau funcionamento de um regulador genético chamado REST. Este regulador só é ativado mais tarde na vida para preservar o funcionamento adequado do cérebro. Em outras palavras, estas doenças podem ser o resultado de um erro que acontece em uma rede cerebral concebida para preservar e melhorar o funcionamento do nosso cérebro à medida que envelhecemos.

“A demência não é um resultado inevitável do envelhecimento”, explica Yankner. “Sabemos que é possível que o cérebro humano funcione normalmente durante um século ou mais. Então um robusto mecanismo deve ter evoluído para preservar a função e células cerebrais em organismos de longa vida como os seres humanos. Apenas ainda não aprendemos sobre o mecanismo.”

Fonte:http://www.lifeextension.com/News/LefDailyNews?NewsID=26606&Section=AGING

 

Níveis mais elevados de hormônio tireoidiano ajudam as pessoas a perder mais peso após a cirurgia bariátrica

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Uma nova pesquisa executada em Portugal informa que, após a cirurgia bariátrica, os pacientes que têm níveis mais altos do hormônio da tireoide tri-iodotironina (T3) perdem mais peso.

“A cirurgia bariátrica é um tratamento eficaz para a obesidade, e a função tireoidiana desempenha um papel central na regulação do peso corporal. No entanto, os preditores de perda de peso após a cirurgia permaneciam em grande parte desconhecidos”, relatou o autor principal, Dr. João Sérgio Neves.

“Nosso estudo mostra que pacientes com níveis mais elevados de T3 perdem mais peso após a cirurgia bariátrica. Nossos resultados enfatizam o potencial futuro do tratamento hormonal da tireoide relacionado à essa situação.”

A equipe de pesquisa avaliou 649 pacientes com obesidade mórbida e função tireoidiana normal submetidos à cirurgia bariátrica. No geral, 84,3% dos pacientes eram mulheres e, em média, tinham 41,8 anos de idade e índice de massa corporal (IMC) pré-operatório de 44,65 kg/m2.

Os autores excluíram os pacientes com histórico de doença tireoidiana, tratados com drogas antitireoidiana ou levotiroxina e pacientes que usavam hormônio estimulador da tireoide (TSH) ou tiroxina livre (T4) fora do intervalo de referência. Os pesquisadores descobriram que 11,4% dos pacientes cujo T3 livre era maior do que a média perderam significativamente mais do excesso de peso do que os pacientes com T3 livre normal (76,6% vs 65,4%). Nenhum paciente apresentou T3 livre abaixo da média.

Os pacientes com T3 livre alto eram mais jovens (36,6 vs 42,5 anos), mas não possuíam significativa diferença quanto ao sexo, IMC, tipo de cirurgia, diabetes, hipertensão ou estado de dislipidemia. Mesmo depois de ajustar para outros fatores, a perda de excesso de peso no grupo com alto T3 livre foi significante.

Fonte:https://knowridge.com/2017/08/higher-thyroid-hormone-levels-help-people-lose-more-weight-after-bariatric-surgery/