Estresse Oxidativo, Contaminação Ambiental e Infertilidade Masculina

A infertilidade é definida como a incapacidade de um indivíduo conceber, ainda que mantendo relações sexuais sem proteção, durante 1-2 anos, e sua prevalência varia de forma significante em diferentes partes do mundo. A infertilidade afeta mais pessoas em países em desenvolvimento devido, primariamente, a doenças infecciosas que danificam o aparelho reprodutor. Mas, nas últimas décadas, a alteração do estilo de vida, com aumento do uso do cigarro, álcool e maior prevalência de obesidade, interferiu na fertilidade dos indivíduos, contribuindo para a redução da qualidade do sêmen, como alteração de motilidade e diminuição na contagem dos espermatozoides. As causas da infertilidade masculina ainda não estão completamente claras, e a maior parte dos estudos tem como amostra homens com infertilidade idiopática. No entanto, a hipótese mais estudada se relaciona com estresse oxidativo, seguida de contaminações ambientais. Nos mamíferos, para que os espermatozoides exerçam sua função fisiológica, é gerada uma variedade de espécies reativas de oxigênio (EROs), as quais, imagina-se, têm função durante a capacitação do esperma, a reação acrossômica e a fusão de oócitos. No entanto, quando a geração de EROs é maior que a capacidade de defesa antioxidante, ocorre o estresse oxidativo. O estresse oxidativo seminal apressa uma grande variedade de patologias, como a oligospermia (baixa concentração de espermatozoide), astenospermia (diminuição da motilidade dos espermatozoides) e teratospermia (alteração na morfologia dos espermatozoides), que podem interferir na função reprodutiva dos espermatozoides. Com base nisso, as principais recomendações nutricionais para o tratamento da infertilidade residem na utilização de substâncias antioxidantes e que atuam sobre a cadeia respiratória mitocondrial, visando diminuir os danos celulares e o DNA e melhorar o metabolismo energético. Nutrientes como Se, Zn, vitamina E, CoQ10, NAC e L-carnitina têm mostrado bons resultados no tratamento de homens com alteração na motilidade, morfologia e concentração de espermatozoides.

Revista Brasileira de Nutrição Funcional

Ano 11 – Edição nº45 – Junho de 2010

 

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