Síndrome Pré-Menstrual

A mulher sofre ao longo da vida alterações hormonais que influenciam desde o seu estado emocional até a sua saúde física. A síndrome pré-menstrual (SPM) é um exemplo clássico de alteração hormonal provocada principalmente por um desequilíbrio entre estrogênio e progesterona. Define-se SPM como um conjunto de sintomas que acomete mulheres em fase reprodutiva de 1 a 10 dias antes da menstruação provocando alterações físicas e emocionais. Por toda a complexidade da SPM, é muito difícil avaliar quantas mulheres apresentam o problema. No entanto, estima-se que 35% das mulheres de todo o mundo sofram desses sintomas. A SPM é caracterizada por mais de 100 sintomas diferentes. No entanto, há 6 categorias de sintomas agrupados de acordo com sua origem. A identificação desses grupos facilita a conduta nutricional no seu tratamento. São eles:

  1. O primeiro grupo de sintomas está relacionado com alterações emocionais, dentre elas: ansiedade, irritabilidade e mudança de humor. Sua origem está na redução das concentrações de serotonina e prostaglandinas.
  2. O segundo grupo de sintomas está relacionado a uma compulsão por açúcar específica nos dias que antecedem a menstruação e tem como responsáveis uma redução de serotonina cerebral e uma maior liberação de insulina.
  3. O terceiro grupo está relacionado com sintomas físicos como ganho de peso, inchaço e mastalgia. Dentre os responsáveis por estas alterações estão as prostaglandinas da série I e II e um aumento repentino de prolactina.
  4. O quarto grupo é o menos comum de todos e um dos mais graves. Está relacionado com a depressão, confusão e perda da memória. A principal vilã é a diminuição repentina da serotonina nos dias que precedem a menstruação.
  5. O quinto grupo é vítima do aumento de hormônios masculinos que, por sua vez, aumentam a produção da oleosidade no cabelo e na pele provocando o aparecimento de espinhas.
  6. O último grupo é caracterizado por cólicas, dor na região do sacro, náusea e vômitos e tem como responsável principal o desequilíbrio entre as prostaglandinas da série I e II.
Algumas vitaminas e minerais já demonstraram efeitos significativos no alívio de certos sintomas tanto em estudos científicos quanto na prática clínica. Muitas vezes uma deficiência dessas vitaminas e minerais pode intensificar ainda mais os sintomas que já são provocados por alterações hormonais. Neste caso, a alimentação deve ser investigada e os alimentos ricos nesses nutrientes incluídos. A vitamina B6, por exemplo, pode ser incluída na dieta para aliviar sintomas como enjôo, acne, dor de cabeça, irritabilidade, tontura e taquicardia. Já a vitamina E é capaz de amenizar a mastalgia e a dor de cabeça. O magnésio também alivia a mastalgia e a dor de cabeça além de melhorar o humor e o edema. Os óleos vegetais também resolvem a mastalgia em algumas mulheres, diminuem a irritabilidade e controlam o aparecimento de espinhas.

De maneira prática, uma alimentação balanceada que contenha regularmente cereais integrais, nozes, grãos, frutas, peixe, vegetais verde escuro, banana e alimentos diuréticos atende as necessidades das vitaminas e minerais citados anteriormente. Para que estes alimentos tenham efeito positivo no alívio dos sintomas da síndrome, é necessário evitar os alimentos que podem agravar ainda mais o problema. A cafeína, por exemplo, por ser um estimulante do sistema nervoso central, intensifica sintomas como irritação, ansiedade e mudança de humor. O sal aumenta principalmente a retenção de líquidos piorando ainda mais o edema. O açúcar simples estimula a liberação de insulina piorando a compulsão por doces. O álcool, por sua vez, pode intensificar os sintomas de todos os grupos e a gordura saturada, por estimular a liberação de prostaglandina E2, aumenta a irritabilidade, o ganho de peso e a cólica.

A prática regular de exercícios físicos é comprovadamente reconhecida como um fator a favor da SPM aliviando o estresse, reduzindo a dor, melhorando a depressão e auto-estima.

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