A hipertrofia muscular ocorre quando as taxas de síntese proteica são maiores do que as taxas de degradação proteica, fato que depende de um treinamento adequado em volume e freqüência, de períodos de descanso de perfil hormonal favorável e da oferta adequada de nutrientes necessários. As estratégias nutricionais para hipertrofia muscular devem garantir aos indivíduos condições ideais em todas as etapas do processo anabólico.
O exercício contra-resistência é necessário para estimular a remodelação do tecido muscular e aumentar o conteúdo de proteína muscular. A alimentação é necessária para oferecer energia para o exercício, potencializar a liberação de hormônios anabólicos e garantir substrato para a síntese de proteínas e glicogênio.
As necessidades nutricionais de indivíduos que pretendem ganhar massa muscular são maiores do que as dos indivíduos sedentários. A quantidade protéica deve ser oferecida durante todo o dia, fornecendo aminoácidos essenciais, utilizados para o crescimento muscular. É necessário ainda garantir a ingestão energética por meio de carboidratos e lipídios. Deve-se considerar ainda o perfil hormonal anabólico.
A importância do momento da oferta dos nutrientes ao músculo é cientificamente reconhecida. Isso porque durante 24 horas os músculos são submetidos a diferentes fases de um ciclo de crescimento muscular: produção de energia, recuperação e crescimento. Dependendo da necessidade metabólica do músculo, pode ocorrer produção de energia, restabelecimento do glicogênio muscular ou síntese de proteínas, sendo que cada uma dessas situações requer diferentes tipos de nutrientes.
Recentemente foi sugerido um esquema de ofertas de nutrientes para o ganho de massa muscular ? Nutrient Timing System ? composto por três fases: fase energética, fase anabólica e fase de crescimento. Esse novo modelo apresenta, possivelmente, novas perspectivas na alimentação/ suplementação para o atleta que busca a hipertrofia muscular, desde que associado a programas de treinamentos adequados. Ainda são necessárias avaliações científicas de sua real efetividade.
Anuário Nutrição Esportiva
Ano 6 – Edição nº28 – Dezembro de 2005