Pesquisas recentes demonstram que muitos suplementos são utilizados tanto por atletas como pela população em geral, sendo que a prevalência do uso por atletas não é muito maior do que a de indivíduos não atletas. A suplementação pode superar a ingestão diária recomendada de diversos nutrientes e substâncias, muitas vezes com alguns efeitos desejáveis e outros colaterais. O mercado de suplementos nutricionais oferece uma série de produtos com funções específicas ao organismo, sendo divididos em:
a) Ergogênicos: são aqueles que podem promover aumento do desempenho físico além da capacidade fisiológica.
b) Repositores: são aqueles utilizados em determinadas fases para garantir a reposição dos nutrientes perdidos por alguma situação específica.
O consumo de suplementos muitas vezes é feito por indivíduos com baixo consumo alimentar, apenas corrigindo o déficit nutricional, o que poderia ser alcançado tranqüilamente através da alimentação caso este indivíduo estivesse disposto a mudar seus hábitos. Ao pensarmos neste consumo é preciso ter em mente que este somente é justificável quando a ingestão de alimentos não conseguir alcançar as necessidades, ou mesmo se estas forem muito aumentadas, o que vai depender da freqüência dos treinos e da atividade em questão. Outro ponto é a tentativa de elevar o consumo de um determinado nutriente para aumentar o desempenho na modalidade praticada.
É fundamental que a suplementação seja indicada e acompanhada por um profissional qualificado, pois o efeito pode ser contrário ao esperado e ainda, pode trazer conseqüências sérias e irreversíveis. Também é importante conhecer a composição e a indicação do produto e ter consciência de que todo suplemento deve ser fabricado dentro de certos padrões de qualidade para que sejam preservados suas características e garantir sua eficácia e inocuidade.
A fim de diminuir o risco de saúde no consumo de suplementos nutricionais com a atividade física, o Ministério da Saúde regulamenta estes produtos de acordo com sua finalidade, dando assim uma característica de necessidade, consumo e até mesmo estabelecendo quantidades. Assim, o consumidor pode avaliar a real necessidade no uso destes produtos, como descritos abaixo:
– Energéticos – são especialmente desenvolvidos para repor ou fornecer energia aos treinamentos. São basicamente formulados à base de carboidratos e podem ser consumidos em pó (misturados em água) ou saches em gel. Aqui podem ainda ser consideradas as barras à base de cereais que fornecem basicamente carboidratos.
– Protéicos – Basicamente proteínas, em pó ou em forma de barras, produzidas a partir da proteína do ovo (albumina) do leite (caseína ou whey) ou isolados de soja.
– Compensadores – Pós que enriquecem sucos ou leite e são formulados com todos os nutrientes necessários a uma dieta. Acrescentam calorias, proteína, carboidratos, vitaminas e minerais, de acordo com a necessidade calórica –
– Repositores – São bebidas esportivas com o objetivo de repor água, sais e carboidratos (glicose) de forma mais rápida, evitando a desidratação de uma atividade intensa e/ou longa, ou ainda causada pela temperatura elevada do ambiente.
– Aminoácidos – Deste grupo, todas as formas de aminoácidos isolados (partes de proteínas) estão excluídos da classificação de suplementação alimentar, sendo que penas os BCAAs são permitidos como suplemento. Até o momento o Ministério da Saúde entende que altas dosagens de aminoácidos não são seguras suficientes para o consumo generalizado.
Sabendo sobre a função e a classificação destes produtos, todos os atletas e esportistas podem manter bom rendimento com mais segurança. Além disto, o uso adequado e orientado por profissionais especialistas (médico/ nutricionista) levam aos melhores resultados no controle de peso corporal, ganho de massa muscular e melhora no desempenho. Sendo sempre, o uso de suplementos, uma conduta posterior à adequação da dieta, de acordo com as necessidades individuais.
Referências:
1. Slater GJ, Jenkins D. b-hydroxy-b-metilbutyrate (HMB) – Supplementation and the promotion of muscle growth and strength. Sports Med 2000;30:105-16.
2. Mcardle, D.M., Katch, F.I. & Katch, V.I. (1991). Fisiologia do Exercício – Energia, Nutrição e Desempenho Humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.